sábado, 16 de janeiro de 2010

Historinha feminista: "Mãe, porquê?"

Por Carol Bernardo*

Era uma vez uma menina que sabia muito bem o que queria.

Então, certa vez essa menininha se perguntou o porque tudo que sua mãe comprava para ela era rosa. Porque ela não tinha tudo azul, verde ou de outras cores? Ela era super interessada em descobrir as razões das coisas e foi perguntar para sua mamãe...

- Mãe, porque eu nunca uso azul?
- Minha filha - disse a mãe num tom calmo e meio óbvio -, porque azul é uma cor de meninos.
- Mas, mãe, eu gosto tanto de azul... Porque eu não posso usar?
- Ai! Porque não!
- Mãe, mas porque não?
- Não é não, filha. - diante da minha insistência, o tom da minha querida mamãe mudou, ficou, digamos, um pouco áspero.
- Ara mãe!

E assim a menina - muito intrigada e com raiva-, ficou se perguntando porque ela só usava rosa?! Porque ela só podia brincar de casinha? Porque ela só tinha vestidos?

Um dia, essa menina se tornou mulher e começou a perceber que todas aquelas perguntas que ela se fazia quando era criança permaneciam. Na verdade, se tornavam cada vez mais fortes, ao ponto de não se sentir apenas aflita, mas sufocada, reprimida mesmo. Que injusto! Somente pelo fato de ser mulher ela sofria preconceitos enormes.

A menina-mulher cansou disso tudo. Queria entender melhor os absurdos que vivia e decidiu militar no movimento feminista. Depois de estudar um pouco, ela achou a resposta para todas as perguntas que ela sempre se fez e sentiu uma venda caindo de seus olhos, revelando quão preconceituosa era a sociedade, e quão ridiculamente machista era tudo aquilo.

Essa é a primeira história do porque militar no movimento feminista e do que sofremos sem perceber!

* Tem 19 anos e estuda direito na UFPA. É militante da Coletivo de Mulheres Estudantes, núcleo da MMM. É autora do Blog carolinebernardo.blogspot.com

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