quarta-feira, 31 de março de 2010

LUTA: SUBSTANTIVO FEMININO (PARTE II)



Mulheres,

Disponibilizamos no blog para vocês o link para baixar o livro "Luta: Substantivo Feminimo" já comentado aqui por nós.

Para baixar: http://portal.mj.gov.br/sedh/livromulheres.pdf

"Seguiremos em marcha, até que todas sejamos livres"

Diálogos Juvenis: A jovem mulher na atualidade

Hoje, ás 17:30 na Casa da Juventude, vai haver um debate muito interessante sobre mulheres jovens. Esse é um dos debates promovidos pela Casa da Juventude no projeto Diálogos Juvenis, onde vários temas sobre a juventude paraense serão apresentados.

terça-feira, 30 de março de 2010

Foi legal!

Na reunião de ontem, tiramos responsáveis pela organização e mobilização da nossa confraternização. Além de termos trocado muitas fotos da Ação de 2010 da MMM.

Quem tiver fotos da Ação, leve no dia 10, pois queremos registrar todos os momentos marcantes da nossa participação.

Aí vai mais um. Esta foto é da abertura, lá em Campinas.

segunda-feira, 29 de março de 2010

LUTA, SUBSTANTIVO FEMININO

Foi Lançado no dia 25 de março esse livro, que trás a história de 45 mulheres mortas pela ditadura, e o relato de 27 sobreviventes...

São histórias de terror, não existem adjetivos, por isso, abaixo alguns trechos para entendermos do que se trata essa importante obra, para nunca esquecermos o que foi a luta das mulheres por direitos e democracia

”Eu sabia que estava com um cheiro de suor, de sangue, de leite azedo. Ele [delegado Fleury] ria, zombava do cheiro horrível e mexia em seu sexo por cima da calça com olhar de louco.” De Rose Nogueira, jornalista em São Paulo. Da ALN, foi presa em 1969, semanas depois de dar à luz.

“No quinto dia, depois de muito choque, pau de arara, ameaça de estupro e insultos, abortei. Quando melhorei, voltaram a me torturar.” De Izabel Fávero, professora de administração em Recife. Da VAR-Palmares, foi presa em 1970.

“Eu passei muito mal, comecei a vomitar, gritar. O torturador perguntou: “Como está?”. E o médico: “Tá mais ou menos, mas aguenta”. E eles desceram comigo de novo.”   De Dulce Chaves Pandolfi, professora da FGV-Rio. Da ALN, foi presa em 1970 e serviu de “cobaia” para aulas de tortura.

“Eu não conseguia ficar em pé nem sentada. As baratas começaram a me roer. Só pude tirar o sutiã e tapar a boca e os ouvidos.”  De Hecilda Fontelles Veiga, professora da Universidade Federal do Pará. Da AP, foi presa em 1971, no quinto mês de gravidez.

“Eu era jogada, nua e encapuzada, como se fosse uma peteca, de mão em mão. Com os tapas e choques elétricos, perdi dentes e todas as minhas obturações.” De Marise Egger-Moellwald, socióloga, mora em São Paulo. Do então PCB, foi presa em 1975. Ainda amamentava seu filho.

“Eu estava arrebentada, o torturador me tirou do pau de arara. Não me aguentava em pé, caí no chão. Nesse momento, fui estuprada.”  De Gilze Cosenza, assistente social aposentada de Belo Horizonte. Da AP, foi presa em 1969. Sua filha tinha quatro meses.

Hoje tem reunião!!!

Meninas, não esqueçam que hoje teremos reunião da MMM-Pa no Sindicato dos Bancários, às 18hrs.

Vamos debater a confraternização da delegação do Pará que foi pra ação de 2010, nossa organização após a ação e a agenda desse período.

Não faltem!!!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Mais de 3200

Pelo título, você achou que era sobre a Marcha que estavamos falando, né? Não, não. Agora se trata do Blog mesmo.

Pouco mais de 3 meses de contador e já passamos a marca de mais 3.200 acessos (pessoas diferentes em dias diferentes). Isso sem falar que dos 5.800 pageviews (número de vezes em que o Blog foi visualizado).

Seguimos com grande acesso do Pará, São Paulo e Portugal. Valeu!
Atualizado em 29/03, às 14h.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Livro: As Origens e a Comemoração do Dia Internacional das Mulheres

Durante a 3º Ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres foi lançada a tradução para o português de um livro muito interessante de Ana Isabel Alvarez González, “ As Origens e a Comemoração do Dia Internacional das Mulheres”. Diversas são as histórias que existem sobre esse dia, que é comemorado no 08 de março, e a autora nos apresenta uma possibilidade de desvendarmos esses fatos e mitos sobre uma data tão simbólica para a luta das mulheres e para a sociedade como um todo.

A pesquisa realizada pela autora vai a fundo conhecer a história do movimento de mulheres socialistas do final do século 19 e início do século 20. Revela embates e contradições dentro do movimento socialista quanto ao reconhecimento da importância da igualdade entre os sexos e da libertação das mulheres.

A luta das mulheres reivindicava o direito ao voto, ao reconhecimento como portadoras de bens e direitos, o acesso ao trabalho e ao espaço público. A autora relata os acontecimentos do trágico e marcante incêndio em uma fábrica nos Estados Unidos, onde mais de cem operárias foram mortas. Tal evento foi de suma importância para o desenvolvimento do movimento operário estadunidense, no entanto, a autora desconstrói o mito que o vincula à criação do Dia Internacional das Mulheres.

Ao se completar um século desde que as mulheres socialistas reunidas em Copenhague aprovaram a proposta do Dia Internacional das Mulheres, a recuperação do significado dessa data é uma contribuição importante para a reflexão sobre os desafios, as formas de organização e as reivindicações que mobilizam a lutadas mulheres ainda hoje.

Se liga nas novidades

Conforme anunciado, colocamos as palavras de ordem na lateral direita do Blog. Também está lá a música da 3ª Ação, composta pela Gerusa (RS).

Quem tiver fotos, mande para mulheres.em.marcha@gmail.com que, de repente, a gente faz um álbum da delegação... Mande aí!

quarta-feira, 24 de março de 2010

As imagens também falam







Olha, clicando no título deste post você viaja até muitas fotos da Marcha. Aí embaixo? Apenas um aperitivo.

Relato sobre a Ação de 2010

Um dos mais emocionantes relatos do que foi a Marcha de Campinas à São Paulo, porém nem perto do que cada militante sentiu durante a caminhada ou na chegada à São Paulo. Vale a pena dar uma lida.


Com a presença de mulheres de todo o País, marcha mundial encerra jornada de 10 dias

”Boa tarde, Osasco. Estamos aqui para dizer que se a mídia não mostra porque estamos em marcha desde o dia 8, viemos falar para vocês que o feminismo é a luta pela igualdade de direitos entre homens e mulheres”.
Foi assim que as cerca de três mil manifestantes anunciaram a chegada ao centro do município da grande São Paulo, no início da tarde desta quinta-feira (18). A cidade foi a última pela qual passou a 3ª Ação Internacional da Marcha Mundial de Mulheres (MMM), antes de terminar na praça Charles Miller, diante do estádio do Pacaembu, com um grande ato político.
Por dez dias, companheiras de diversas etnias e de todos os estados do País percorreram mais de 100 km no Estado paulista passando por Campinas, Valinhos, Vinhedo, Louveira, Jundiaí, Várzea Paulista, Cajamar, Jordanésia e Perus.
Com o tema “Seguiremos em marcha até que sejamos todas livres”, a mobilização construída por entidades como a CUT, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), celebrou os 10 anos da Marcha e debateu os eixos que compõem a ação: autonomia econômica das mulheres, o acesso a bens comuns e serviços públicos, a paz e a desmilitarização e o fim da violência contra as mulheres.

Por que não vai pilotar fogão?
Um sol forte recebeu a imensa onda lilás organizada em duas gigantescas filas indianas. Pelas vias principais de Osasco, elas entregavam panfletos explicando a origem e a motivação da passeata e tratavam de cada bandeira de luta. “O machismo é a causa da violência contra nós. Queremos políticas públicas para coibir essa prática e o fim da impunidade”, afirmou Sônia Coelho, militante da MMM, que em sua intervenção também defendeu a legalização da prática do aborto “como último recurso daquela mulher que não pode ou não deseja ter um filho em determinado momento da vida.”

Munidas de bandeiras, cartazes, cabos de vassoura transformados em baquetas e latas e tambores fazendo as vezes de instrumentos musicais, elas encerraram a primeira parte do trajeto na estação Comandante Sampaio, rumo à Barra Funda, de onde partiriam para o Pacaembu.
Uma composição exclusivamente destinada às marchantes aguardava enquanto passavam pelas catracas. Antes de prosseguir a viagem, a maquinista Andréia Melo contou o preconceito que enfrenta quase que diariamente no exercício da profissão. “Já ouvi diversas vezes passageiros dizendo “por que não vai pilotar fogão?”, ainda mais quando há atraso, isso quando não falam “tinha que ser mulher” ao ver que sou eu a maquinista”, explica ela, responsável por transportar uma média de 10 mil pessoas diariamente.
Por volta das 16h30, as manifestantes, separadas por estados nos vagões, partiram rumo à última parada.

Sem comida não há revolução
Pouco antes das 17h, de mãos dadas elas subiram as escadas da estação Barra Funda. Nesse trecho, companheiras que não puderam fazer parte da caminhada se uniram à batalha e outras ganharam visibilidade.
A chegada à praça Charles Miller foi emocionante. Muitas se abraçavam e a sempre citada comissão de cozinha pode cantar o grito de guerra: “a cozinha é o coração, sem comida não há revolução”. Direto do Rio Grande do Norte, a assistente social Cláudia Lopes coordenou uma equipe de voluntárias composta por 80 mulheres fixas e outras 20 que se revezavam na preparação dos alimentos. A cada café da manhã, almoço e jantar, a correria era imensa para preparar duas mil refeições. “Volto para casa com a sensação de tarefa cumprida”, comentou.

Os números da manifestação deixam clara a grandiosidade da passeata: além das 100 mulheres que cozinharam, outras 200 cuidaram da limpeza, inclusive nos alojamentos, e mais 60 eram responsáveis por oferecer todo o suporte necessário. Foram consumidas cinco toneladas e meia de legumes, seis toneladas de carne, duas toneladas de arroz, uma tonelada de feijão e 200 quilos de farinha de mandioca. Na estrada, foram 50 mil copos de água e no alojamento, 200 mil litros.

Nos discursos em cima do carro de som, as lideranças apontavam que a próxima missão será difundir tudo que aprenderam nos locais onde viviam. “O ideal de que seguiremos em marcha até todas sejamos livres deve virar realidade em nossas vidas e reverberar nos espaços onde vivemos”, lembrou Bernadete Monteiro, da executiva nacional da Marcha Mundial de Mulheres.
“Nossos temas não são das mulheres apenas, mas de todos que querem construir uma sociedade livre e com justiça social”, disse Etelvina Maccioli, representando o MST e a Via Campesina.

Em nome das indígenas das tribos Macuxi, Cariri, Pataxó Hãhãhãe, Tupinambá e Baré, presentes na marcha, Iranilde 'Olga' Barbosa, destacou a importância da jornada no embate diário. “São nas nossas bases, onde somos violentas e onde a população indígena vê seus direitos serem desrespeitados, que o combate recomeça. Em 2005, quando participei da 2ª ação internacional, conseguimos fortalecer a luta e espero que o mesmo aconteça agora.”

Enquanto não houver igualdade, a marcha continua
Secretária de Meio Ambiente da CUT e também representante da Contag, Carmen Foro, ressaltou que o movimento feminista sai fortalecido. “Deixamos nossas casas e nossos afazeres porque acreditamos que podemos mudar o mundo. Vamos seguir em marcha até que tenhamos o fim da violência, a reforma agrária para fortalecer a agricultura familiar, a divisão sexual do trabalho, salário justo e para que todas tenham direito a decidir sobre o próprio corpo. Cada uma de nós voltará para o lugar onde vive e construirá um feminismo mais forte.”

A Secretária da Mulher Trabalhadora, Rosane Silva, afirmou que a mudança exige unidade. “Nesses 10 dias mostramos que somos capazes não apenas de organizar as mulheres, mas também a classe trabalhadora e promover a transformação do mundo para um modelo feminista e socialista. Porém, sozinhas não vamos chegar a lutar algum e por isso a CUT compõe desde o início a Marcha Mundial de Mulheres. Acreditamos em um outro modelo de desenvolvimento mais justo, solidário e igualitário.”

A seguir, a Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-SP, Sônia Auxiliadora, lembrou da relação dos movimentos sociais com o poder público paulista. “Foi muito importante a luta ter passado pelas cidades de um Estado marcado pelo neoliberalismo, pelo capitalismo e pela falta de diálogo. Vivemos numa sociedade muito diversificada e ao mesmo tempo, extremamente desigual. Por isso, a CUT tem lutado para que o lugar da mulher não seja atrás de um fogão, mas sim na política e no movimento sindical.”Coordenadora nacional da MMM, Nalu Farias, mostrou a satisfação com a comemoração no ano do centenário da declaração do Dia Internacional da Mulher. “Estamos muito orgulhosas porque celebramos de forma digna os 100 anos do 8 de março e resgatamos o passado de nossas antepassadas socialistas. Nos 10 anos da marcha, quisemos construir um campo de movimento das mulheres onde coubessem todas e consolidamos esse desejo, além de exercer uma visão crítica ao modelo opressor do racismo, do patriarcado, do machismo, da homofobia, da lesbofobia e do desrespeito ao meio ambiente”, afirmou.

Por fim, da mesma forma que Rosane, ela também enalteceu a necessidade de aproximar todos os defensores da liberdade no mundo. “Neste 18 de março, mais 50 países estão encerrando esse movimento internacional e uma de nossas bandeiras é a defesa da soberania dos povos. A verdadeira integração regional entre Caribe e a América Latina só acontecerá quando houver a soberania da mulher. Enquanto existir uma única oprimida, violentada ou explorada, seguiremos em marcha.”

Escrito por Luiz Carvalho

segunda-feira, 22 de março de 2010

One, oone, o Pará tem megafone!

Pessoas, finalmente compramos nosso megafone! Adquirido nesta segunda a tarde, em São Paulo, ele é lilás e foi pago com a arrecadação das nossas atividades financeiras.

Agora a Zoada Feminista tem algum profissionalismo... rsrsrs.

Vamo lá: One, oone, o Pará tem megafone! One, oone, o Pará tem megafone!

Joãozinho e Raimundo

Essas foram enviadas pela Lorena, na tarde de ontem. Quem lembrar de outras, é só dizer!

'Faz o trabalho doméstico, Joãozinho,
Lava a roupa e põe o lixo, Joãozinho,
Faz o trabalho doméstico, Joãozinho,
Ouuuuuu fica sozinho.'

'Raimundo, Raimundo,
Limpa esse chão imundo!'

Quando estavamos já no final da caminhada, com muita fome já, era assim:

'João, João,
Cadê o meu feijão?"

PS. tem outra do João que não dá pra publicar, né?

domingo, 21 de março de 2010

Mais palavras

Mais algumas palavras de ordem que embalaram nossos passos desde Campinas rumo à São Paulo.

Pisa ligeiro, pisa ligeiro,
Quem não pode com as mulheres
Não atiça o formigueiro,

Mulher não foi feita pra serviço de cozinha,
Salsa, cebola e cebolinha,
Mulher não foi feita pra levar tapinha,
Na cara, no braço, ndm na bundinha.

Sou feminista, não abro mão,
Do socialismo e da revolução.

Se tem violência contra a mulher
A gente mete a colher.

Novas palavras de ordem

Criamos e aprendemos novas palavras de ordem durante a marcha. Veja algumas!

Zeca, Zeca,
Lava a tua cueca

Cadê o homem
Que engravidou?
Porque o crime é da mulher que abortou?

Legalize,
O corpo é nosso,
Nossa escolha,
É pela vida das mulheres.

Tem socialista?
Tem, tem, tem, tem, tem!
Tem feminista?
Tem, tem, tem, tem, tem!
Todas as raças?
Tem, tem, tem, tem, tem!
Quem é do povo,
Vem, vem, vem, vem, vem!

Quem lembrar de outras, se pronuncie. Depois, vai tudo pra lateral direita do Blog. Vamos compartilhar mais coisas que vivemos por aqui.

sábado, 20 de março de 2010

Ato público encerra 3ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil

O fim da caminhada de Campinas a São Paulo representa o fortalecimento da luta feminista e contribui para a integração dos movimentos sociais no país, tendo a solidariedade mundial como um dos valores.

Após onze dias de caminhada desde Campinas, de onde saíram no dia 8 de março, as duas mil militantes da Marcha Mundial das Mulheres chegam nesta quinta-feira (dia 18) a São Paulo, destino final da 3ª Ação Internacional do movimento. Ao todo, três mil mulheres dos 27 estados brasileiros participaram da chamada Ação 2010, que tem quatro eixos de luta: autonomia econômica das mulheres, paz e desmilitarização, pelo fim da violência sexista e pela defesa dos bens comuns e serviços públicos.

As militantes andaram, no total, 116 quilômetros, incluindo as entradas nas cidades de Valinhos, Vinhedo, Louveira, Jundiaí, Várzea Paulista, Cajamar e Osasco, além dos distritos de Jordanésia e Perus. Elas caminhavam pela manhã e, à tarde, realizavam atividades de formação. A de ontem, em Osasco, foi um debate sobre a integração dos povos e o papel do Estado.

“Lutamos pelo aumento do salário mínimo, pela construção de creches públicas de qualidade, pela legalização do aborto. São demandas que se chocam com os valores da sociedade patriarcal, racista e capitalista na qual vivemos. Por isso nossa batalha é árdua, é transformadora, já que o neoliberalismo na década de 1990 conquistou corações e mentes”, analisou Vera Soares, militante da Marcha e do campo da economia solidária.

A luta contra a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e contra a Organização Mundial do Comércio (OMC) uniu diversos movimentos sociais na resistência ao neoliberalismo. “As mulheres souberam aproveitar bem esse momento para se fortalecerem. A partir daí, ganhou visibilidade o projeto de integração dos povos latino-americanos”, relatou Nalu Farias, da coordenação da Marcha e da Sempreviva Organização Feminista (SOF). Ela lembrou também que na América Latina nasceram conceitos que atualmente reanimam a luta socialista mundial, como soberania alimentar (gestado pelo movimento camponês) e bem viver (fruto dos movimentos sociais da Bolívia e do Equador). “Tivemos a eleição de presidentes de esquerda em vários países da América Latina. Foi um sinal de que as pessoas queriam dar um basta ao neoliberalismo. Representou um avanço, mas também um desafio: obrigou-nos a criar espaços de diálogo com os governos”, avaliou Nalu.

O risco da cooptação dos movimentos sociais e do aparelhamento do Estado foi lembrado respectivamente por Ângela Silva, do movimento de moradia de São José dos Campos (SP), e por Terezinha Vicente Ferreira, da Articulação Mulher e Mídia, ambas militantes da Marcha. “Um exemplo de solidariedade regional foi o Brasil não ter reconhecido o governo golpista de Honduras. Mas eu me pergunto, caso o golpe tivesse sido aqui, se teríamos persistido na resistência a ele, como fez o povo de Honduras. Receio que não, porque a esquerda do Brasil está esfacelada e bastante desacreditada”, lamentou Ângela. “O Estado, tal qual o conhecemos, historicamente foi construído pela imposição. E a disputa para ocupar seus espaços e cargos tem dividido os movimentos sociais brasileiros”, argumentou Terezinha.

Tatiana Berringer, da Assembléia Popular, destacou a importância de fazer frente a este esfacelamento da esquerda e acumular poder popular, a fim de transformar a sociedade. “Acredito que a Marcha Mundial das Mulheres seja um exemplo deste acúmulo”, comemorou a militante. Elaine, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra na Bahia (MST-BA), concordou com a avaliação: “Nós do MST sabemos bem, na pele, como dói dificuldade de integração com a sociedade. A Marcha Mundial das Mulheres cumpre um pouco esse papel de integração dos movimentos”.

Seguiremos em marcha
O lema da 3ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres é “Seguiremos em marcha, até que todas sejamos livres”. Por isso, nem no Brasil, nem nos outros 51 países que realizaram atividades no primeiro período de lutas (de 8 a 18 de março), esta quinta-feira significa um ponto final. No ato público em São Paulo, marcado para às 16h na Praça Charles Miller (ao lado do estádio do Pacaembu), estarão presentes, por exemplo, as bonecas Caminhantes, construídas pelas militantes que participam da Ação 2010. Elas representarão o país no segundo período de lutas, de 7 a 17 de outubro, na República Democrática do Congo.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Formigueiro

Presta atenção (clique na foto para vê-la maior): estamos lá embaixo, em cima do viaduto e seguimos na curva da pista. Eramos muitas mesmo. Além do calos e joelhos doendo, ficam a esperança de outro mundo e as lembranças de momentos marcantes, como esse da foto (11/03).

quarta-feira, 17 de março de 2010

Marcha Mundial das Mulheres completa dez dias na estrada

As duas mil militantes chegaram a Osasco, onde debaterão a integração dos povos e o papel do Estado na transformação da vida das mulheres (e, em última instância, do mundo).

Esta quarta-feira (dia 17) é o décimo dia da 3ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil, véspera da chegada a São Paulo e do encerramento com ato público na Praça Charles Miller. Hoje, chegaram a Osasco as duas mil militantes que no dia 8 de março iniciaram em Campinas a grande caminhada de luta e formação. Elas saíram às 6h da manhã do Centro Santa Fé, em Perus, no quilômetro 26 da rodovia Anhanguera, e durante quase cinco horas marcharam 14 quilômetros.

Nos dez dias de caminhada, as militantes já percorreram um total de 108 quilômetros. Desta vez, quem puxou a Marcha foi a delegação de Minas Gerais, que inovou na mística de mobilização. Funcionando como comissão de frente, o grupo de teatro mineiro Obscenas fez uma performance em memória das mulheres brasileiras violentadas e assassinadas.

À medida que a Marcha vai se aproximando da capital paulista, centro do capitalismo brasileiro, cresce a interação crítica com seu entorno. De Perus a Osasco, as duas mil militantes, vindas de todos os estados brasileiros, passaram na frente do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) e do Centro de Distribuição do Grupo Pão de Açúcar. No primeiro, entoaram palavras e cantos de protesto contra a mercantilização do corpo das mulheres e a criminalização dos movimentos sociais, promovida pela mídia comercial brasileira. No segundo, as vaias contra o empresário Antônio Ermírio de Moraes (dono do Grupo Pão de Açúcar) tiveram como pano de fundo a luta por soberania alimentar e pelo fortalecimento da agricultura camponesa e familiar.

Nesta tarde, no Sindicato dos Metalúrgicos, local do alojamento em Osasco, a Marcha fará um debate aberto sobre “integração dos povos como alternativa e o papel do Estado”. Em pauta, uma avaliação dos avanços, limites e desafios para as políticas públicas no Brasil e em nível regional. Amanhã, às 13h, as caminhantes partem com destino ao estádio do Pacaembu, em São Paulo, na frente do qual acontecerá um grande ato público de encerramento desta Ação 2010.

Paz e desmilitarização

Ainda no Centro Santa Fé, ontem à tarde, a Marcha Mundial das Mulheres debateu paz e desmilitarização. A presença da médica cubana Aleida Guevara, filha do revolucionário cubano Che Guevara, emocionou as militantes, algumas das quais incorporaram o papel de verdadeiras tietes. “É bom estar aqui e conhecer pessoas bem preparadas para a luta, que buscam soluções para os seus problemas”, declarou a militante cubana, agradecendo a acolhida calorosa.

A maioria dos intelectuais cubanos é composta por mulheres. Elas representam, por exemplo, 63,8% dos médicos gerais e 65% dos graduados em nível superior. Em Cuba, o aborto é legalizado e a licença maternidade dura 12 meses, podendo ser dividida entre a mãe e o pai. “Eu nasci em um país socialista, onde a mulher é tratada com respeito e igualdade de direitos”, comemorou Aleida. “Não podemos dar receitas, nem dizer o que vocês precisam fazer. Mas podemos mostrar nossa realidade e dizer que, se um país pequeno e pobre como o nosso conseguiu, o Brasil também consegue”, incentivou a cubana.

Um dos itens da plataforma de reivindicações da Marcha Mundial das Mulheres é a retirada das missões militares da Organização das Nações Unidas (ONU) do Haiti e da República Democrática do Congo. “A presença militar da ONU deve ser emergencial e rápida. No Congo, as tropas já estão há dez anos, provocando inflação com os salários em dólares dos soldados. O caminho para a paz passa necessariamente pela autodeterminação das mulheres e pela soberania dos povos”, defendeu Miriam Nobre, coordenadora internacional da Marcha.

Fonte: site da Ação

Seguiremos em marcha

Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres

Paz e desmilitarização
Esta violência tem destruído
Sonhos do coração
Chega de guerras (estas armas tem que cair ao chão) 2X

Não a violência contra as mulheres
Chega de calar
(Quero autonomia e o direito a trabalhar) 2X

Pão água terra educação
Ter saúde e o direito de viver
Com bens comuns (e serviços públicos se ter) 2X

Música composta pela militante feminista:
Gerusa Bittencourt acadêmica de Enfermagem da UNISC-RS 

segunda-feira, 15 de março de 2010

Caminhantes da Marcha Mundial das Mulheres encontram-se com as militantes da comissão de cozinha

Neste fim-de-semana, atividades de formação cultural marcam a agenda da 3ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil.

Neste domingo (dia 14), no sétimo dia da 3ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, as duas mil caminhantes que saíram de Campinas na segunda-feira (8 de março) enfim se encontraram com as 75 militantes que trabalham fixas na Comissão de Cozinha, preparando suas refeições. Foi um reencontro animado, na Cooperinca, em Cajamar, no Km 46,5 da rodovia Anhanguera, após andarem cerca de 10 quilômetros desde Várzea Paulista.

A tarde e a noite anteriores, em Várzea Paulista, já tinham sido marcadas pelo clima de festa, com lançamento de livro e show da cantora Leci Brandão. A publicação As origens e a comemoração do Dia Internacional das Mulheres, de autoria da historiadora espanhola Ana Isabel Álvarez González, recupera o sentido político do 8 de março, principal data da agenda feminista. Em 2010, quando o Dia Internacional de Luta das Mulheres está completando 100 anos e o mercado tenta transformá-lo em mais uma ocasião para vender produtos, o ato público reforçou as raízes socialistas desta data de lutas.

É comum a crença de que a origem do 8 de março está ligada a um incêndio de uma fábrica têxtil nos Estados Unidos, no qual muitas operárias morreram queimadas. Esta tragédia infelizmente aconteceu de fato, mas o Dia Internacional de Luta das Mulheres surgiu antes dela. Ele nasceu em 1910, na Segunda Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, realizada na Dinamarca. O direito ao voto era, então, a principal reivindicação das mulheres em grande parte do mundo.

As militantes socialistas nos Estados Unidos, por exemplo, já haviam organizado um dia de mobilização pelo voto em anos anteriores. Foi essa data que serviu de inspiração para que as mulheres reunidas na Europa aprovassem a proposta de um dia de luta unificado internacionalmente.

Entre 1911 e 1920, as comemorações do Dia Internacional de Luta das Mulheres ocorreram em dias diferentes a cada ano, variando também em cada país. Foram as manifestações das mulheres na Rússia, no dia 8 de março de 1917 (dia 23 de fevereiro, segundo o antigo calendário russo) que motivaram a adoção da data para comemoração unificada, alguns anos depois. Pouca gente sabe, mas a greve das operárias russas e seus protestos contra a falta de alimentos foram fundamentais para dar início à Revolução Socialista de 1917, da qual surgiu a já extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Cultura como ação política
Nesta tarde de domingo, as militantes da Marcha Mundial das Mulheres debaterão a luta contra a violência sexista, com painéis temáticos sobre: a violência doméstica e sexual e as políticas de erradicação dela; o tráfico de mulheres e a migração; e os processos de luta dos movimentos sociais contra a violência sexista. A programação inclui ainda oficina de Wen-do, as práticas feministas de autodefesa e uma oficina para a confecção de vestidos, com a artista Biba Rigo, autora do desenho presente nas camisas, cartazes e adesivos da 3ª Ação Internacional no Brasil.

Quem pensou que a oficina é para costurar vestidos comuns, enganou-se. Orientadas por Biba, as militantes confeccionarão roupas gigantes, que serão usados por duas grandes bonecas apelidadas carinhosamente de Caminhantes. São como bonecas de Olinda, que em outubro seguirão para Kivu do Sul, no Congo, para representar o Brasil no encerramento da 3ª Ação Internacional, em um encontro de feministas do mundo inteiro.

As atividades de formação culturais do domingo não param por aí. À noite, além da exibição de fotos e vídeos da primeira semana da caminhada entre Campinas e São Paulo, haverá apresentação da Kiwi Companhia de Teatro. O grupo mostrará trechos do processo de pesquisa da peça Carne, que trata da opressão capitalista e patriarcal. Amanhã, as militantes seguem cedo para Jordanésia.

Fonte: Site da Ação.

sábado, 13 de março de 2010

Mais Pará na marcha

Hoje chega o ônibus com mais mulheres paraenses na marcha. Que legal!

Hoje também é o dia que vamos fazer um grande ato na cidade de Várzea Paulista, com direito a lançamento de livro sobre a história do 8 de março e performaces culturais.

Depois contamos como foi!

sexta-feira, 12 de março de 2010

Na marcha de Vinhedo a Louveira, mulheres destacam o combate ao agronegócio

As duas mil militantes da Marcha Mundial das Mulheres, em caminhada de dez dias entre Campinas e São Paulo,
defendem a reforma agrária e a agricultura familiar.
Um batuque fúnebre abriu nesta quinta-feira (11) o terceiro dia de caminhada da Marcha Mundial das Mulheres pela rodovia Anhanguera. Após terem andado 11 quilômetros entre Campinas e Valinhos na segunda-feira e 14 quilômetros entre Valinhos e Vinhedo ontem, as duas mil militantes que participam da 3ª Ação Internacional venceram com facilidade os oito quilômetros que separam Vinhedo de Louveira. O silêncio inicial, marcado pelo toque ritmado da Fuzarca Feminista, era uma homenagem às mulheres assassinadas no mundo inteiro e um sinal de apoio às feministas do México, que neste mês lançaram uma campanha contra o feminicídio.
Seguindo o revezamento das delegações, hoje foram as caminhantes do Distrito Federal e do Tocantins que iniciaram a Marcha. As palavras de ordem puxadas por elas destacaram o combate à corrupção e a luta pela defesa do Cerrado, da agricultura familiar e da reforma agrária. A principal porta-voz da bancada ruralista no Congresso Nacional foi lembrada por diversas vezes pelas tocantinenses, que cantaram: “Você não quer, nem mesmo eu, ouvir falar da Kátia Abreu”.
Atividades de formação
Os dez painéis de debates simultâneos que aconteceram ontem durante o período de atividades de formação (das 16 às 19h), em Vinhedo, representaram bem a diversidade de temas e de culturas que marca a Marcha Mundial das Mulheres. Os assuntos discutidos foram economia solidária e feminista; saúde da mulher e práticas populares de cuidado; sexualidade, autonomia e liberdade; educação não sexista e não racista; mulheres negras e a luta anti-racista; mulheres indígenas; a mídia contra-hegemônica e a luta feminista; a mercantilização do corpo e da vida das mulheres; prostituição; mulheres, arte e cultura.
Olga Macuxi, de Roraima, compartilhou a experiência das mulheres guerreiras que participaram da luta pela homologação da Raposa Serra do Sol e falou sobre o processo de organização do movimento de mulheres indígenas. “A OMIR [Organização de Mulheres Indígenas de Roraima] iniciou uma campanha de conscientização contra o álcool nas aldeias. A bebida está ligada a maior parte dos casos de violência contra mulheres e prostituição”, contou Olga. Além das indígenas de Roraima, também estão marchando mulheres do povo Sateré-Maué (do Amazonas) e do povo Tupinambá (da Bahia).
Na tenda em que se reuniram as mulheres negras, a militante mineira Maria Teresa destacou a importância do movimento de mulheres incorporar a luta anti-prisional. “Dos 46 mil presidiários de Minas Gerais, 38 mil são negros. Para as presas, os maus tratos são ainda mais intensos. Ao contrário dos homens, elas não têm direito a visita íntima e, se forem lésbicas e se beijarem, passam uma semana na solitária. Se forem pegas em algum contato mais íntimo, o castigo dura três meses”, afirmou ela. “Tenho quatro filhos biológicos e mais quatro adotivos. Um deles começou a roubar. A sociedade nunca me agradeceu pelos sete cidadãos responsáveis que criei, mas estou cansada de escutar ´Só podia ser preta, por isso o filho é ladrão`”, desabafou Maria Teresa.
O caráter de resistência política da cultura popular foi o eixo do debate sobre mulheres, arte e cultura, que contou com a presença de uma convidada especial: a cantora e compositora Ellen Oléria. “Com a feijoada, as mulheres negras conseguiram transformar restos no prato mais famoso da culinária brasileira”, comemorou a cantora. “Com nossa luta, temos muitas conquistas. Ter uma protagonista negra na novela das oito, por exemplo, é algo positivo. , Sem entrar no mérito do conteúdo, pelo menos agora uma menina negra não vai mais perguntar para a mãe se pode ser modelo, porque ela já vai saber que pode, sim”, completou Ellen.
Na tarde de hoje, um grande debate único sobre o trabalho das mulheres e a autonomia econômica reunirá as duas mil caminhantes. A socióloga Helena Hirata vai contribuir com a discussão. Amanhã, às 6h, a Marcha Mundial das Mulheres volta às ruas, rumo a Jundiaí. O destino final é São Paulo, no dia 18 de março.
Mais informações: http://www.sof.org.br/acao2010/

quinta-feira, 11 de março de 2010

Imagens da Marcha!

No primeiro dia foram mais de 13km, no segundo mais de 14... Hoje foram humanos 8km. Estamos felizes aqui, pois os debates estão ocorrendo com altíssimo nível.
Veja as fotos!




Escritores da Liberdade

Título Original: Freedom Writers
País de Origem: Alemanha / EUA
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 122 minutos
Ano de Lançamento: 2007
Estúdio/Distrib.: UIP
Direção: Richard LaGravenese
Elenco: Hilary Swank, Scott Glenn, Imelda Stauton e Patrick Dempsey.

Sinopse:
Hilary Swank, duas vezes premiada com o Oscar, atua nessa instigante história, envolvendo adolescentes criados no meio de tiroteios e agressividade, e a professora que oferece o que eles mais precisam: uma voz própria. Quando vai parar numa escola corrompida pela violência e tensão racial, a professora Erin Gruwell combate um sistema deficiente, lutando para que a sala de aula faça a diferença na vida dos estudantes. Agora, contando suas próprias histórias, e ouvindo as dos outros, uma turma de adolescentes supostamente indomáveis vai descobrir o poder da tolerância, recuperar suas vidas desfeitas e mudar seu mundo. Escritores da Liberdade é baseado no aclamado best-seller O Diário dos Escritores da Liberdade, inspirado numa história real.

Fonte: interfilmes.com / com edição do Blog

quarta-feira, 10 de março de 2010

Acompanhe de perto

Gente, as notícias sobre a 3ª Ação internacional da MMM estarão sempre atualizadas no site oficial (tem link aí do lado direito).

No Blog Mulheres em Marcha, tentaremos fazer a cobertura da delegação do Pará. Em breve seremos maiores aqui, agora estamos em 15.

Com licença, mas temos que andar, depois a gente volta.

terça-feira, 9 de março de 2010

Mulheres em marcha!

Amanhã parte o ônibus do Pará em direção à São Paulo. 46 mulheres enchem este ônibus de feminismo, coragem, garra e esperança. Elas tem muitos quilômetros pela frente, seja aqueles que serão vencidos pelo motor do veículo (e muita paciência delas, pois o caminho é longo!), seja aqueles que serão vencido por suas próprias pernas.

Além do ônibus, mais 20 mulheres seguirão de avião pra ação, dessas, a maioria caminhará os 10 dias da Marcha.

Todas as 66 mulheres que compoem a delegação paraense da Marcha participarão de muitos debates e atividades culturais. Para isso, contaremos com a presença de Leda Guevara, Helena Hirata, Nalu Faria, Tatau Godinho, integrantes do Teatro Mágico, Leci Brandão e tantas outras referências em suas áreas, além de muitas representações da Marcha internacional, de vários países.
Serão mais de 2000 mulheres marchando de Campinas à São Paulo, em fila indiana, por várias horas. Levantaremos às 3:30h da manhã, porque às 5h, nossos pés já deverão estar na Rodovia (a intenção é evitar o Sol do meio-dia...)

Muitas foram as pessoas que consideraram uma loucura a Marcha Mundial das Mulheres organizar uma atividade tão longa. Essas 2000 mulheres não. Essas acharam um ato de ousadia, de rebeldia e de compromisso com a causa feminista. Afinal de contas, não é todo dia que o 8 de março faz 100 anos...

No Pará, infelizmente deixamos mulheres que gostaríam de participar da nossa 3ª Ação Internacional. Algumas ficam por falta de vaga no ônibus, outras por medo de avião, mas a maioria por resistência na família (maridos e filhos lutam para não abrir mão dos privilégios de ter em casa serviços domésticos gratuitos, mesmo que por alguns dias). Marcharão conosco simbolicamente, em nossas mentes e corações convictos.

Todas nós temos um longo caminho nesta luta, pois o capitalismo machista não será derrotado facilmente, não é mesmo?

Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!

segunda-feira, 8 de março de 2010

100 anos do 8 de março

Em 8 de março de 2010, celebraremos os 100 anos da declaração do Dia Internacional das Mulheres, cuja origem está ligada à história de lutas e militância das mulheres socialistas.

No ano de 1908, as mulheres socialistas dos Estados Unidos passaram a organizar um Dia das Mulheres dedicado à luta pelo direito ao voto.

Essas mulheres eram parte do movimento sindical e socialista e foram protagonistas de amplos movimentos grevistas por direitos trabalhistas.

Em 1910, na II Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, em Copenhague, Dinamarca, Clara Zetkin propõe que, a exemplo das irmãs americanas, começasse a ser celebrado o Dia Internacional das Mulheres.

Nos anos seguintes, as comemorações se espalharam pela Europa, mas ainda sem data fixa e única para todos os países, apesar de sempre fazerem referência ao direito ao voto feminino como parte da luta pela emancipação das mulheres.

Já em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro no calendário ortodoxo), um grupo de operárias russas iniciou uma greve geral contra a fome, a guerra e o czarismo, construindo um processo de lutas que deu início à revolução
de fevereiro. A iniciativa partiu das trabalhadoras das indústrias têxteis – as mais oprimidas e exploradas, que se lançaram às ruas de Petrogrado mobilizando cerca de 90 mil pessoas.

Quatro anos depois, em 1921, o dia 8 de março foi proposto como o Dia Internacional das Mulheres, para lembrar e homenagear a iniciativa das mulheres russas.
Fonte: Jornal da Ação 2010, 1ª edição.

domingo, 7 de março de 2010

A luta e o Blog são internacionais.

A MMM é internacional e nosso Blog também! Temos recebido muuuitas visitas de Portugal, além de duas do Chile e uma do México.

Do Brasil, vários Estados passam por aqui. Pará, Brasília e São Paulo são os mais frequentes e esta semana nossa análise acusa boas visitas do Rio de Janeiro.

Obrigada!

sábado, 6 de março de 2010

Plenária de sábado

A plenária ocorrida no último sábado (27/02)foi muito legal e contou com a participação de cerca de 50 mulheres. Eram mulheres estudantes, sindicalistas, donas de casa, assentadas e de associações populares.

Elas são de Ananindeua, Abaetetuba, Barcarena, Belém, Benevides, Bragança, Castanhal, Curuçá, Moju, Sta Bárbara e Tailândia.

A plenária debateu a Marcha Mundial das Mulheres, sua 3ª Ação Internacional e o 8 de março. Foi muito importante porque repassou todas as informações necessárias as marchantes.

Embaladas pelo resultado do vestibular da UFPA (Parabéns, Ester!*), um grupo criou uma paródia do famoso carimbó cantado por Pinduca:

Alô, alô namorado, alô marido,
Põe a cozinha pra tocar,
Agora meu compromisso
É na Marcha que eu vou ficar

O que eu quero é respeito
Companheirismo, solidariedade
Já não sou mais submissa,
Vou em busca da liberdade

Muito legal, né? Vamos levar essa pra Sampa!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Café com Ana Júlia

Emocionante a manhã de hoje. Mulheres muito diversas entre si, seja pela idade, pelo movimento que participam, seja por suas experiências pessoais, tomaram café da manhã com Ana Júlia, Governadora do Estado.

Muitas falas colocaram a dificuldade de se construir como uma referência política num ambiente machista e opressor como são os ambientes tradicionais da vida pública. Sem dúvida, Ana Júlia enfrentou muitos obstáculos desse tipo.

Além disso, as mulheres também colocaram claramente que, mesmo com necessidade de avanços na pauta do movimento de mulheres, todas apoiam as mudanças que vem ocorrendo no Estado do Pará e não querem o retrocesso, não.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Em defesa da infância

Recebemos por e-mail e divulgamos.

Informo que amanhã, dia (05/03/10), será realizada a audiência do Seffer na Vara de Crimes contra Criança e Adolescente que está marcada para iniciar às 09 hs no Fórum Criminal na 22ª vara. Dessa forma é importante que o Comitê se mobilize para estar presente nesta grande manifestação, nossa concentração será em frente ao Fórum no mesmo horário (9hs) . Qualquer dúvida é só falar comigo.

Alessandra Cordovil
Ponto Focal Adulto no Estado do Pará
Representante do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes Brasília - DF
Comitê Estadual de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes - PA
(91) 8835-4211 / 8169-3540

Bancárias debatem a Ação de 2010

clique no convite!
08 de março de 1910. Há exatos 100 anos esta data foi escolhida, não somente para celebrar, mas para que as mulheres de todo o mundo pudessem se unir e atuar contra as inúmeras injustiças de que eram vítimas.

08 de março de 2010. Um século depois e as mulheres continuam a lutar pela igualdade de oportunidades no ambiente de trabalho, no convívio social e na esfera política. Mas para que isso aconteça, torna-se necessária conscientização e mobilização. É pensando nisso que o Sindicato dos Bancários convida a categoria bancária feminina a participar neste sábado (6), de uma programação diferente, democrática e especial.

Programação – Durante o evento, as participantes poderão conhecer melhor a 3ª ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres, que com o tema “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres” percorrerão o mundo no período de 8 a 18 de março.

A realidade atual das ‘Mulheres no mercado de trabalho e no espaço de poder’ será outro assunto debatido durante o evento – a Convenção 156 da Organização Internacional do Trabalho, que determina a igualdade de tratamento e oportunidades para os trabalhadores dos dois sexos com responsabilidades familiares e a ampliação irrestrita das licenças maternidade e paternidade - aguarda votação na Câmara dos Deputados.

E para tornar a programação ainda mais especial, o Sindicato promove toda essa discussão navegando pela orla de Belém, com saída às 10h do Porto da Estação das Docas e retorno às 14h30 no mesmo local.

Como fazer – Para participar, é necessário ser sindicalizada ou sindicalizar-se na sede do Sindicato dos Bancários, ou até mesmo, no momento do embarque, com uma das nossas diretoras.

Para efetuar a inscrição basta acessar o link da atividade na página do Sindicato e preencher corretamente o formulário.

Mas atenção! O evento é destinado somente às 100 primeiras inscritas, portanto não perca tempo e venha participar desta homenagem que o Sindicato preparou para você, mulher!

Fonte: Bancários PA/AP

Corre, corre

Gente, como é difícil conseguir atualizar diariamente o Blog com as viagens para a Ação de 2010 na porta.

Desculpem-nos leitores, mas voltamos a normalidade já já.

terça-feira, 2 de março de 2010

CUT cobra do governo ações concretas pela igualdade no trabalho entre homens e mulheres

Texto de Luiz Carvalho, em 26/02/2010, para o Portal da CUT Brasil.

Às vésperas da celebração dos 100 anos da Declaração do Dia Internacional das Mulheres, as seis centrais sindicais brasileiras (CUT, Força Sindical, CGTB, CTB, UGT, Nova Central) se reuniram na manhã desta sexta-feira (26), na região central de São Paulo, com a ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire (SPM), para discutir questões de gênero, trabalho e sindicalismo.

A ministra iniciou a participação explicando que a prioridade da SPM no primeiro semestre deste ano é a igualdade e promoção do acesso das mulheres ao mercado de trabalho. Para isso, ela elencou três eixos principais de atuação: o projeto de lei apresentado em dezembro no Senado, a ratificação pelo Brasil da convenção 156 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), ambos referentes à relação de igualdade entre homens e mulheres no trabalho, e a PEC (proposta de emenda constitucional) 30, que estende para seis meses a licença maternidade.

As trabalhadoras aproveitaram a oportunidade para criticar a construção do projeto sem a participação dos movimentos sociais e o formato que não aponta ações práticas. Em análise realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e pela CUT, foram destacados pontos como a falta de referência à igualdade de remuneração e de regras para acesso e a progressão feminina no mercado de trabalho em condições de igualdade.

Faltou participação
Rosane Silva* lembrou que mesmo antes de existir unidade entre as centrais, a CUT já produzia políticas de gênero. Em relação ao PL, ela ressaltou a necessidade da construção de um grupo de trabalho (GT) para analisar cada ponto do documento e de convocar os movimentos sociais no momento em que fosse para votação no Congresso.

Artur: sem equidade não deve ter financiamento público
A dirigente falou ainda sobre a necessidade de lutar para equiparar os direitos das trabalhadoras domésticas com os demais trabalhadores e de retomar a campanha do início dos 1980 apontando a creche como um direito às crianças do campo e da cidade e uma obrigação do Estado. Além disso, ela reafirmou a posição da Central favorável à extensão da licença maternidade e também da licença paternidade para seis meses como forma de dividir as responsabilidades sobre a criação dos filhos e o pleno acordo com o PNDH-3 (Terceiro Programa Nacional de Direitos Humanos), que cita a descriminalização e legalização do aborto.

Por fim, Rosane disse que as centrais desejam realizar uma audiência com a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, e com a própria Nilcéia. “Queremos apresentar a pauta das mulheres para as eleições de 2010 e acreditamos que você (Nilcéa) seria a pessoa mais indicada para organizar essa agenda”, disse.

Fechar a torneira do crédito
Da mesma forma que fez na Oficina de Planejamento da Secretaria Nacional de Combate ao Racismo, Artur Henrique, criticou a juridização da política e a politização do Judiciário, que afetam avanços democráticos conquistados dentro do Congresso. “Passamos um tempão discutindo temas como políticas de cotas, reconhecimento das centrais, extensão da licença-maternidade e aí vem um partido conservador, entra com uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) e vemos todo esse esforço sofrer um grande golpe”, comentou.

O presidente também registrou que outra pauta da CUT, a redução da jornada para 40 horas semanais sem redução de salário, é simplificada por muitos setores da sociedade sob a ótica da geração de emprego e não da luta por mais tempo com a família, para lazer e para a qualificação.

Artur afirmou ainda a importância de avançar para questões mais práticas como forma de estabelecer a igualdade no ambiente de trabalho. “Ao invés de estabelecer novas regras, acredito que precisamos pressionar para cumprir aquelas que já existem. Precisamos fazer um esforço conjunto entre centrais e a OIT para negociar pelo lado positivo, oferecendo selos de qualidade para as empresas que praticam políticas de equidade, e fechando a torneira do crédito e não permitindo o financiamento público a quem não oferece contrapartidas sociais”, sugeriu.

Nilcéia comenta
Após a exposição do dirigente cutista, a ministra Nilcéa Freire comentou todas as questões levantadas pela CUT.

Em relação aos grupos de trabalho e aos projetos de lei, ela acredita que as audiências públicas não substituem uma discussão mais profunda e que o PL não é um objetivo em si, mas sim um pretexto para discutir o assunto. “A construção de um GT é muito importante não só para aperfeiçoar o projeto, mas também trabalhar a estratégia conjuntamente e a mobilização na sociedade.”

Sobre o trabalho doméstico, a ministra afirmou que o fato da convenção 156 não ter sido votada e não ocorrer um avanço na questão dos direitos trabalhistas para as domésticas são duas de suas frustrações. “Avançamos em alguns alguns direitos das trabalhadoras domésticas que estavam no limbo, mas o grande pulo era a PEC. A gente batalhou, mas não imaginava que a resistência fosse tão violenta. Para mim, a coisa mais dolorosa foi ver como as pessoas reagiam na questão da fixação da jornada de trabalho”, lamentou.

Creche, violência e contrapartidas sociais - Nilcéa disse ainda que está de acordo com a avanço de seis meses também para a licença parital e que será possível melhorar muito a situação das creches com o PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento), que o governo Lula anunciará em 2010. “No PAC 2, que será anunciado agora e é mais social do que o PAC 1, a previsão é de imediata construção de 10 mil creches nas comunidades de baixa renda no País”, anunciou.

Ela comentou ainda que o governo irá colocar no ar uma campanha no 8 de março que fala sobre a autonomia das mulheres, mas também destaca o Disque Violência 180. “A Lei Maria da Penha é completa, o problema é que as pessoas não querem ver a completude dela. Iremos ressaltar que o 180 também é para denunciar o mal atendimento prestado nas delegacias. Precisamos continuar denunciando e indo em cima com o Ministério Público.”

Ao final, a ministra elogiou a observação de Artur sobre as contrapartidas sociais e destacou que isso precisa ser mais explorado. “As políticas de estímulo como selo pró-equidade que temos devem vir paralelas às medidas restritivas. Na bolsa mundial onde se valora as ações, a questão da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres é um dos quesitos”, concluiu.

*Rosane Silva (foto) é Secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Eu realmente odeio o meu trabalho

Titulo Original: I Really Hate My Job
Gênero: Comédia / Drama
Duração: 84 min
Lançamento: 2007 (Inglaterra)
Direção: Oliver Parker
Elenco: Neve Campbell, Shirley Henderson, Alexandra Maria Lara, Anna Maxwell Martin, Oana Pellea, Hilary Sesta

Sinopse:
Cinco mulheres trabalham em um restaurante de Londres e tem algumas ilusões de grandeza. Apesar da rotina comum de um estabelecimento como esse, elas não se veem apenas como três garçonetes, uma cozinheira e uma lavadora de pratos, e sim como artistas, atrizes, autoras, amantes e revolucionárias.
Fonte: melhoresfilmes.com.br