quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Que venha 2010!

Mais um ano está prestes a terminar. Já quase podemos ouvir as vozes desafinadas (e embriagadas) gritando a contagem regressiva, seguida da clássica musiquinha ‘adeus ano velho, feliz ano novo, que tudo se realize...”.

Sem dúvida, o que mais queremos neste momento é renovar as esperanças de um mundo mais fraterno e solidário no futuro. É preciso cultivar hoje as sementes do novo mundo que, mais do que nunca, precisamos construir.

Para as mulheres, este foi um ano difícil e por isso mesmo de muita luta. Contrariando o que ouvimos cotidianamente nas TV’s, universidades, escolas, trabalho e rodas afins, não vivemos tão próximo da igualdade, não. Não alcançamos nossos espaços.

Para nós, da Marcha Mundial das Mulheres, que temos compromisso com a mudança do mundo, das suas relações sociais e econômicas desiguais e opressoras, essa igualdade está bem longe de ser realidade (pra falar a verdade).

Em 2009, tivemos a proliferação das mulheres frutas (uma verdadeira salada coisificante), o famoso “Caso Uniban” e uma ofensiva conservadora contra a autonomia das mulheres sobre seus corpos e suas vidas, expressa pela CPI do aborto e pelo seguimento dos processos criminais no Mato Grosso. Há poucos dias, ouvimos relatos de violências extremas na guerra civil do Suriname, em que mais uma vez as mulheres foram violentadas sexualmente, usadas como troféus dos “vencedores”.

Este ano, vimos o quanto o machismo está enraizado na sociedade. Por isso, em todos os espaços devem ecoar nossos gritos de mudança, nossos batuques revolucionários.

Quando militamos politicamente pelo que acreditamos, praticamos um ato de esperança e de coragem, pois nem sempre o debate e o enfrentamento são fáceis ou causam os resultados que esperamos. Mesmo assim, acumulamos força e experiência.

Em 2010, vamos marchar por 10 dias, companheiras. E cada atividade política e financeira que realizamos para garantir nossa delegação paraense na Marcha é uma expressão de que o feminismo é muito importante pra nós, que ele é atual e necessário. Cada passo partindo de Campinas em direção a São Paulo é a afirmação de que as mulheres são o sujeito político capaz de construir sua própria história e, em aliança, construir plataformas e lutas amplas de mudança.

Que nossas esperanças e ânimos de luta se renovem para 2010. Nossa 3ª Ação Internacional nos espera.

Um 2010 de muitas realizações individuais e coletivas para todas nós!

Blog da MMM Bahia. Lindo...


"Noticias amigas" (aí do lado direito) agora tem mais um link feminista: o Blog da Marcha - núcleo UFBA (http://mmmufba.blogspot.com/). Gente, que cabeçalho... lindo, né? Dêem uma olhadinha no blog delas.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Terra Fria


Título original: North Country
Gênero: Drama
Duração: 126 min
Lançamento: 2005 (EUA)
Estúdio e distribuição: Warner Home Vídeo
Direção: Niki Caro
Elenco: Charlize Theron, Elle Peterson, Thomas Curtis, Frances McDormand, Sean Bean, Woody Harrelson, Sissy Spacek e Richard Jenkins.
Roteiro: Michael Seitzman, baseado em livro de Clara Bingham e Laura Leedy
Produção: Nana Greenwald, Jeff Skoll e Nick Wechsler
Trilha Sonora: Gustavo Santaolalla
Fotografia: Chris Menges
Direção de arte: Gregory S. Hooper

Sinopse:
A vencedora do Oscar de Melhor Atriz por "Monster", Charlize Theron, interpreta Josie Aimes, uma jovem mãe que foge do marido agressor, no início dos anos 70. Ela volta para Minessota, sua terra natal, e se torna uma das primeiras mulheres a trabalhar em uma mina de ferro, cujos empregados eram na maioria moradores locais, incluindo seu pai. Josie e suas colegas são constantemente molestadas, verbalmente e fisicamente, pelos homens que trabalham com elas. Mesmo reclamando, não conseguem respeito, pois os proprietários da mina ignoram a situação. Josie, então, decide mover uma ação legal contra eles. - A história é uma versão ficcionalizada do caso real Jenson vs. Eveleth Mines, primeiro processo bem sucedido de assédio sexual julgado nos Estados Unidos.

"Dicas de Filmes" estréia hoje


Conforme prometido, o Blog Mulheres em Marcha lança a sessão "Dicas de Filmes". Não necessariamente os filmes poderão ser classificados como feministas (ainda não conseguimos montar a nossa própria indústria...), pois a idéia principal é fazer uma lista cinematográfica que aborde o cotidiano, os dramas e sobretudo a força feminina.

Mas, como o feminismo tem compromisso com a superação de outras relações opressoras além do machismo, como as sustentadas pelo racismo e a homofobia, teremos alguma coisa por aí também.

Como vai funcionar: vamos postando os filmes na parte central do blog e depois vamos arrumar numa sessão do lado direito.

Sugestões de filmes são muuuuuito bem vindas!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Brechó 2. A missão!

Neste domingo, dia 27, fizemos o Brechó 2. Estiveram presentes: Isabel, Gisele, Rafaela, Carol Bernardo, Rafaela, Romana, Priscila, Débora, Rebeca, Marci e Tati.

Em vendas, o Brechó 2 faturou quase o dobro do 1.

Poxa, muito obrigada:

  • Isabel, por conseguir o espaço e pelo lanche delicioso;
  • Bel, pelo maravilhoso almoço;
  • Priscila e Débora, pela etiquetagem e caixa, respectivamente;
  • Nosso Banho na Fazenda, pelo espaço;
  • todas que compareceram a mais esta tarefa militante.
BRECHÓ 3: Feira do Tapanã, 9 ou 10 de janeiro, de 8h às 11h.

Bicicleta e TV são da Bel, mãe da palhaça trovadoura.

A Rifa 2, organizada pela MMM para arrecadar dindin para a Ação 2010, correu dia 26/12 pela Loteria Federal e a premiada foi a de Nº 473. A mãe da Romana (foto), a Dona Bel, foi a sortuda que levou uma bicicleta de 10 marchas e uma TV Panasonic 29' por apenas R$2,00. Parabéns!
Ela merece: Bel generosamente fez o almoço de domingo da equipe do Brechó 2. Obrigada!

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Pra descontrair no feriadão

O grande segredo de todas as mulheres com relação aos banheiros é que quando pequenas, quem as levava ao banheiro era sua mãe.

Ela ensinava a limpar o assento com papel higiênico e cuidadosamente colocava tiras de papel no perímetro do vaso e instruía: "Nunca, nunca sente em um banheiro público"

E, em seguida, mostrava "a posição", que consiste em se equilibrar sobre o vaso numa posição de sentar sem que, no entanto, o corpo entre em contato com o vaso.

"A Posição" é uma das primeiras lições de vida de uma menina, super importante e necessária, e irá nos acompanhar por toda a vida.

Quando você TEM que ir ao banheiro público, encontra uma fila de mulheres, que faz você pensar que o Brad Pitt deve estar lá dentro.

Você se resigna e espera, sorrindo para as outras mulheres que também estão com braços e pernas cruzados na posição oficial de "estou me mijando".

Finalmente chega a sua vez.

Você, então verifica cada cubículo por baixo da porta para ver se há pernas. Todos estão ocupados.

Finalmente, um se abre e você se lança em sua direção quase puxando a pessoa que está saindo.

Você entra e percebe que o trinco não funciona (nunca funciona); não importa... você pendura a bolsa no gancho que há na porta e se não há gancho (quase nunca há gancho), você inspeciona a área... o chão está cheio de líquidos não identificados e você não se atreve a deixar a bolsa ali, então você a pendura no pescoço enquanto observa como ela balança sob o teu corpo, sem contar que você é quase decapitada pela alça porque a bolsa está cheia de bugigangas.

Mas, voltando à porta...

Como não tinha trinco, a única opção é segurá-la com uma mão, enquanto, com a outra, abaixa a calcinha com um puxão e se coloca "na posição".

Alívio...... AAhhhhhh.....finalmente...

Aí é quando os teus músculos começam a tremer ...

Porque você está suspensa no ar, com as pernas flexionadas e a calcinha cortando a circulação das pernas, o braço fazendo força contra a porta e uma bolsa de 5 kg pendurada no pescoço.

Você adoraria sentar, mas não teve tempo de limpar o assento nem de cobrir o vaso com papel higiênico.

No fundo, você acredita que nada vai acontecer, mas a voz de tua mãe ecoa na tua cabeça "jamais sente em um banheiro público!!!" e, assim, você mantém "a posição" com o tremor nas pernas...

Você procura o rolo de papel higiênico, maaassss, $#!&*$%##Você procura o rolo de papel higiênico, maaassss, $#!&*$%##$&...!
amp;...!

O rolo está vazio...! (sempre)

Então você pede aos céus para que, nos 5kg de bugigangas que você carrega na bolsa, haja pelo menos um miserável lenço de papel.

Mas, para procurar na bolsa, você tem que soltar a porta. Você pensa por um momento, mas não há opção...

E, assim que você solta a porta, alguém a empurra e você tem que freiá-la com um movimento rápido e brusco enquanto grita: TEM GENTE!!!

Aí, você considera que todas as mulheres esperando lá fora ouviram o recado e você pode soltar a porta sem medo, pois ninguém tentará abrí-la novamente (nisso, nos respeitamos muito) e você pode procurar teu lenço sem angústia.

Você gostaria de usar todos, mas quão valiosos são em casos similares e você guarda um, por via das dúvidas.

Você então começa a contar os segundos que faltam para você sair dali, suando porque você está vestindo o casaco já que não há gancho na porta ou cabide para pendurá-lo.

É incrível o calor que faz nestes lugares tão pequenos e nessa posição de força que parece que as coxas e panturrilhas vão explodir.

Sem falar da porrada que você levou da porta, a dor na nuca pela alça da bolsa, o suor que corre da testa, as pernas salpicadas...

A lembrança de tua mãe, que estaria morrendo de vergonha se te visse assim, porque sua bunda nunca tocou o vaso de um banheiro público, porque, francamente, "você não sabe que doenças você pode pegar ali"... você está exausta.

Ao ficar de pé você não sente mais as pernas.

Você acomoda a roupa rapidíssimo e tira a alça da bolsa por cima da cabeça!...

Você, então, vai à pia lavar as mãos. Está tudo cheio de água, então você não pode soltar a bolsa nem por um segundo..

Você a pendura em um ombro, e não sabendo como funciona a torneira automática, você a toca até que consegue fazer sair um filete de água fresca e estende a mão em busca de sabão.

Você se lava na posição de corcunda de notre dame para não deixar a bolsa escorregar para baixo do filete de água...

O secador, você nem usa.

É um traste inútil, então você seca as mãos na roupa porque nem pensar usar o último lenço de papel que sobrou na bolsa para isso.

Você então sai. Sorte se um pedaço de papel higiênico não tiver grudado no sapato e você sair arrastando-o, ou pior, a saia levantada, presa na meia-calça, que você teve que levantar à velocidade da luz, e te deixou com a bunda à mostra!

Nesse momento, você vê o teu carinha que entrou e saiu do banheiro masculino e ainda teve tempo de sobra para ler um livro enquanto esperava por você.

"Por que você demorou tanto?" - pergunta o idiota.

Você se limita a responder: "A fila estava enorme"

E esta é a razão porque as mulheres vamos ao banheiro em grupo.

Por solidariedade, já que uma segura a tua bolsa e o casaco, a outra segura a porta e assim fica muito mais simples e rápido já que você só tem que se concentrar em manter "a posição" e a dignidade.

Obrigada a todas as amigas que já me acompanharam ao banheiro.
Autoria desconhecida.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Desafios para 2010


Por Rosane Silva,
Secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT



O ano de 2010 será um ano de grandes desafios para toda classe trabalhadora brasileira, especialmente para as mulheres.

Logo no início do ano, em Março, vamos marchar pela liberdade das mulheres! Faremos parte da 3ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, que no Brasil será uma grande marcha, com cerca de três mil mulheres marchando pela estrada de Campinas até São Paulo, durante os dias 8 a 18 de março/2010.

Será um momento de bastante visibilidade das mulheres em que demonstraremos nossa solidariedade internacional com todas as mulheres do mundo, além de consolidarmos uma plataforma política que traga as reivindicações das mulheres como indispensáveis para a construção de uma outra sociedade, que tenha como princípio a solidariedade, a igualdade, a justiça e a paz. Ou seja, será a ocasião para afirmamos a pauta feminista como incontornável para avançarmos com as mudanças que tanto queremos e necessitamos em nosso país. Leia a íntegra do artigo aqui

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Mulheres atendem ao chamado

Clique no convite para vê-lo melhor .

Já confirmaram presença domingo: Isabel, Rafaela, Carol Bernado, Tati, Rosalina, Romana e Érica.
Quem conhece o perfil da turma anda comentando que além do brechó vai rolar uma coisa que começa com FAR e termina com RA.

Novas adeptas são permitidas!

Novidades de novo

Três novidades no Blog Mulheres em Marcha.

Do lado direito, basta clicar na arte da Ação de 2010 que você viaja até o site específico da atividade (www.sof.org.br/acao2010). Lá tem tudo: materiais, agenda, contatos etc. etc. etc. Está superlegal e vale a pena conferir.

Na seção "Notícias amigas", também do lado direito (mais embaixo) incluimos o link para o Blog do Coletivo de Mulheres da PUC-MG (www.explodiulilas.blogspot.com). Também super vale a pena visitar.

mudanças na seção "Agende-se", com a inclusão do Brechó do próximo domingo e do Show de janeiro.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Tarefas da semana.

2009 está acabando... momento de refletir... e também de CONSTRUIR A 3ª AÇÃO INTERNACIONAL DA MARCHA. Veja as tarefas da semana:
  • Prestar conta da Rifa 2 (procure a pessoa que lhe repassou: Tati, Isabel, Gisele ou Lili);
  • Dia 22, show do Teatro Mágico, 20h, no Hangar (isso não é bem uma tarefa... mas eles são nossos parceiros... Bora? Não está entendendo? Veja o vídeo em postagem anterior);
  • Dia 26, corre a Rifa 2 pela Loteria Federal - verifique o número da ganhadora (o), pois pode estar entre as pessoas que compraram de você;
  • Dia 27, Brechó 2 - será as 10h, domingo, no município de Sta Bárbara. Já estão confirmadas: Isabel, Rafa, Carol e Tati. Quem mais se habilita a ir? Quem ainda tem coisas para doar? Entre em contato.
  • Visitar o blog todos os dias! HAHAHA!

Brechó: nossos agradecimentos!

Hoje rolou o Brechó lá no Sindicato. Foi legal. Vendemos muitas camisas da Marcha para companheiras do movimento (ainda tem algumas...R$ 15,00) e outras coisinhas também.

Agradecemos:
  • todas e todos que doaram roupas, acessórios e demais objetos;
  • o Sindicato dos Bancários pelo espaço;
  • nossas "vendedoras" Isabel Dusik, Rafaela Rodrigues e Carol Bernardo;
  • nossas organizadoras Tatiana Oliveira e Gisele Dantas;
  • nossas e nossos colaboradores (que compraram!).
Esta atividade é parte da nossa campanha financeira para garantir a delegação de mulheres do Pará na Ação de 2010. Caso você queira doar alguma coisa, nem que seja o pouco do seu tempo às bandeiras que empunharemos de 8 a 18 de março (e por toda a vida), entre em contato conosco!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Hoje é sexta-feira...

... mas não esqueça que segunda é dia de brechó (ou Bruxó) da Marcha. O CONVITE ESTÁ ALGUMAS POSTAGENS ABAIXO.

A idéia é arrecadar fundos para nossa 3ª Ação Internacional (olha o cartaz aí do lado, que lindo!!!), que será uma marcha de 8 a 18 de março de 2010. Saiba mais aqui.

Convide alguém e venha!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Igualdade de oportunidades para homens e mulheres vai à votação no Congresso

A Comissão Tripartite de Relações Internacionais do Ministério do Trabalho e Emprego, formada por governo, três centrais sindicais – CUT, CTB e CGTB – e empresários aprovou no dia 11 de dezembro, a Convenção 156 da OIT. A medida agora segue para a Câmara, depois para o Senado e posteriormente o Congresso Nacional decidirá sobre a ratificação. Criada em 1981 pela OIT, a convenção garante a igualdade de oportunidades e de tratamento para os trabalhadores dos dois sexos com responsabilidades familiares. Entre outros pontos, define que homens e mulheres não podem ter o acesso negado ao emprego ou à promoção por terem filhos.

Desigualdade...
Pesquisa do Dieese, divulgada em março de 2009, o rendimento médio por hora de trabalho das mulheres casadas com filhos é de R$ 5,89, contra R$ 6,91 daquelas sem filhos e R$ 5,39 das solteiras sem filhos. A taxa de desemprego das que não possuem filhos (13,1%) também é menor do que a das que possuem (15,6%), comprovando a preferência dos empregadores por aquelas que não tenham de realizar a chamada dupla jornada.

Na prática, a equidade de oportunidades colaborará para estabelecer a divisão de responsabilidades familiares e, conseqüentemente, para que as mulheres tenham mais tempo e possam se dedicar à qualificação e ao descanso. A aprovação permitirá ainda avanços como a criação de projetos de lei complementares que tratem da igualdade salarial e da licença-maternidade.

Para a secretária da mulher trabalhadora da CUT, Rosane Silva, “a luta pelo fim da discriminação contra a mulher é de toda a classe trabalhadora e não apenas das mulheres. Se realmente queremos uma sociedade mais justa e igualitária, devemos combinar a defesa de ações como a redução da jornada sem redução de salário com medidas que promovam a igualdade como a ratificação da 156 e a efetiva implementação da Convenção 100 da OIT, que trata da remuneração igual para trabalho de igual valor”, apontou.
Fonte: CUT Brasil

Solidariedade com os manifestantes da COP-15

A COP-15 em Copenhague tem sido acompanhada por manifestações em defesa de reais soluções para as mudanças climáticas. Cerca de 10 mil pessoas estiveram nas ruas exigindo justiça para o clima.

Dentro e fora da Conferência do Clima da ONU são muitas as dúvidas de que dali sairão acordos que não sejam um desastre ambiental. As vozes dissonantes estão sendo marginalizadas e tendo sua participação cerceada como no caso de Amigos da Terra que teve sua credencial revogada além da repressão policial aos protestos.

Nas manifestações dos dias 12, 14 e 15 mais de 1000 participantes foram presos. Entre eles está o ativista do Climate Justice Action, Tadzio Mueller que está sofrendo diversas acusações e segue na prisão.

Assim, diversas organizações sociais e personalidades vieram a público demonstrar seu compromisso com soluções reais para as mudanças climáticas e também reivindicar: a imediata soltura de Tedzio Mueller e todos os demais prisioneiros do clima, o fim da criminalização e intimidação dos protestos e o restabelecimento das credenciais de ONGs e outras vozes críticas na Conferência do Clima.

Bancos fecham 2.076 postos de trabalho. Mulheres recebem menos.

Apesar de não terem sido atingidos pela crise e de manterem o ritmo de crescimento de seus lucros, os bancos que operam no Brasil fecharam 2.076 postos de trabalho entre janeiro e setembro de 2009, segundo estudo elaborado pela Contraf-CUT e pelo Dieese. O fechamento dessas vagas ocorreu nos bancos privados, sobretudo em razão das fusões, compensadas em parte pelas admissões nas instituições financeiras públicas.

Demissões se concentram nos maiores salários
Além da redução do emprego, está havendo também uma diminuição na remuneração dos trabalhadores do sistema financeiro. Os desligados de janeiro a setembro de 2009 recebiam remuneração média de R$ 3.494,25. Já os contratados têm remuneração média de R$ 2.051,80, o que representa uma diferença de 41,28% - quase a metade.

Demitidos com alta escolaridade
O levantamento revela uma contradição com o discurso das empresas sobre a necessidade de crescente escolarização: 59,42% dos desligados tem educação superior completa.

Discriminadas, mulheres já entram recebendo menos
A tendência de os afastamentos se concentrarem nos salários mais altos ocorre tanto com os bancários como com as bancárias. Mas as mulheres continuam tendo remuneração inferior aos homens no sistema financeiro nacional: 30,21% de diferença entre os admitidos e 32,95% entre os desligados, como demonstra a tabela a seguir.

Remuneração Média (em R$)
///////// Desligados / Admitidos / Total
Masculino - 4.122,29 / 2.392,28 / -41,97%
Feminino - 2.764,06 / 1.669,59 / -39,60%

Fonte: MTE/Caged. Elaboração: Subseção Dieese/Contraf-CUT

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Plenária da Marcha

Plenária da Marcha dia 17 de dezembro (quinta), às 18h, no Sindicato dos Bancários (Rua 28 de setembro, 1210 - entre Doca e Quintino). Na pauta, organização da delegação paraense para Ação de 2010 da MMM e informe da Assembleia da Frente Nacional. Compareça!

Bruxó da Marcha. Venha!





terça-feira, 15 de dezembro de 2009

MMM no show do Teatro Mágico!!!!!


Bom, como nem todo mundo sabe, vamos dar uma explicadinha aqui, básicaaa!

Nós, da Marcha Mundial das Mulheres somos ativistas feministas de todo o Brasil e atualmente existimos em todos os estados, com mais ou menos atuação.

Uma das nossas principais ações, são as atividades de rua, as ações diretas que fazemos através da nossa Batucada (pra conhecer melhor sobre a batucada visite: http://ofensivammm.blogspot.com/2008/07/batucada-feminista-ritmos-de-liberdade.html), uma marca registrada de nossas intervenções.

A Batucada Feminista é bastante organizada em alguns estados. Aqui no Pará, com orgulho, somos a "Zoada Feminista" e em janeiro de 2009 participamos da abertura do Fórum Social Mundial, onde fizemos parte da grande Batucada da MMM, com mais de 150 batuqueiras do Brasil todo.

Tá, mas essa conversa toda foi pra contar pra vocês o que aconteceu com a Batucada das meninas de SP, a Fuzarca Feminista, que é super organizada. No lançamento da Ação de 2010 em São Paulo, uma das integrantes do Teatro Mágico, a Gabi Veiga, que também é ambientalista, participou e disse que vai marchar com a gente em 2010. Surgiu então a idéia da Fuzarca fazer uma participação especial no show do 6º aniversário do Teatro Mágico em São Paulo!!! O resultado disso é esse vídeo lindo, que enche a gente de emoção!!! Nós da Zoada queremos ser que nem elas quando a gente crescer!!




Não podíamos também deixar de dar parabéns ao Teatro Mágico que vem se mostrando um grande aliado dos movimentos sociais, sejam eles ambientalistas, pela democratização da comunicação, ou feministas!!

E quem não conhece o Teatro Mágico não deeeeeeeixe de assistir o show deles dia 22/12, no Hangar, em Belém. O Show é aberto ao público.

Leiam a matéria no blog: http://ofensivammm.blogspot.com/

No Pará, mercado de trabalho cresce mais para as mulheres


Dados do Dieese revelam que a mão de obra feminina cresceu bem mais que a dos homens no número de empregos conquistados, e também em nível de escolaridade.

A força da mão de obra feminina avança no mercado de trabalho paraense, mesmo no período de crise. Dados de uma pesquisa comprovam que ela cresceu bem mais que a dos homens. A constatação foi feita pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), ao analisar os dados da Rais/2008 (Relação Anual de Informações Sociais) e do balanço do Ministério do Trabalho (Caged) de outubro de 2009.

Os números revelam que no Pará, de janeiro a outubro de 2009, foram feitas 215.039 admissões contra 206.382 desligamentos, gerando um saldo positivo de 8.657 postos de trabalho.

Deste saldo total de empregos formais, 4.616 postos de trabalho, o equivalente a cerca de 53%, foram ocupados por mulheres, e 4.041 empregos são ocupados por homens.

Esta perspectiva já ocorre desde o ano passado, quando em 2008, o emprego formal no Pará para os homens cresceu 4,73% gerando 23.419 postos de trabalho, enquanto o emprego para as mulheres cresceu 8,69%, com saldo positivo de 26.184 postos de trabalho.

Outro dado importante observado pelo Dieese foi o crescimento da escolaridade entre as mulheres ocupadas, principalmente no nível superior completo e incompleto. Com o 3º grau completo, o total de mulheres no mercado de trabalho no Estado chega a 66.862 contra 48.431 homens.

Na outra ponta, nos níveis de escolaridade que demandam pouca qualificação, as mulheres estão em menor número. No ensino fundamental completo, por exemplo, o número de mulheres no mercado de trabalho paraense alcança 33.208 contra 89.156 homens.

A pesquisa mostra que há um número maior de homens que estão ocupados em empregos que exigem menos escolaridade.

No balanço também foi observado que o número de vagas ocupadas por homens com o ensino médio completo foi maior do que das mulheres. São 19.441 homens (11,76%) contra 15.756 mulheres (10,82%). Em todo Pará, em 2008, foram registrados 35.197 postos de trabalhos (11,32%) neste nivel de escolaridade.

Em números absolutos, este resultado foi bem superior à perda ocorrida nas faixas até 8ª serie completa do ensino fundamental e, em termos relativos, situa-se bem acima da média de todo o Estado, que foi de 6,23%.
Fonte: Portal ORM (15/12/2009)

CUT solicita audiência com Dilma sobre Empresa Cidadã

A Secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, Rosane Silva, solicitou audiência com a Ministra Dilma Rousseff para tratar da regulamentação do Projeto de Lei Nº 11.770, que institui o Programa Empresa Cidadã.

O projeto que garante a prorrogação por 60 (sessenta) dias sobre a duração da licença-maternidade, foi sancionado pelo Presidente Lula e publicado no Diário Oficial da União em 10 de setembro de 2008.

Com isso, a empresa que aderir ao programa poderá deduzir do imposto devido, em cada período de apuração, o total da remuneração integral da empregada pago nos 60 (sessenta) dias de prorrogação de sua licença-maternidade.

“Essa regulamentação é necessária e urgente para que o direito à prorrogação da licença maternidade seja efetivamente garantido às trabalhadoras”, afirma Rosane Silva.

Fonte: Bancários PA/AP

As mulheres também querem uma comunicação democrática


Comecou ontem - e vai até o dia 17 de dezembro - a 1ª Conferência Nacional de Comunicação. O tema central “Comunicação: meios para a construção de direitos e de cidadania era digital” se desenvolverá em três eixos: “Produção de Conteúdo”, “Meios de Distribuição” e “Cidadania: direitos e deveres”.

A sociedade brasileira precisa de uma comunicação mais democrática e as mulheres tem a expectativa de que a 1ª Confecom consiga construir uma regulamentação do setor, que exija uma abordagem não mercantilizante e pejorativa sobre nossas vidas e corpos.

Veja aqui a moção aprovada na etapa paulista da Conferência.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Igualdade é o máximo! Cota é o Mínimo!

As mulheres da CUT conseguiram aprovar a cota mínima de gênero de 30%, em nosso Congresso de 1993. É pra resgatar esta história e demonstrar a importância das cotas no incentivo a participação das mulheres no movimento sindical e na vida política do país, que a Secretaria Nacional sobre a Mulher Trabalhadora - SNMT da CUT BRASIL e a Fundação Friedrich Ebert organizaram a Cartilha "IGUALDADE É O MÁXIMO! COTA É O MÍNIMO!". Hoje a SNMT é ocupada pela companheira Rosane Silva (foto), que é militante da Marcha Mundial das Mulheres.

Entre outros assuntos, na Cartilha você encontra os seguintes artigos:
  • MERCADO DE TRABALHO FEMININO E SINDICALIZAÇÃO, por Marilane Oliveira Teixeira e Patrícia Pelatier.
  • A ORGANIZAÇÃO DAS MULHERES E A POLÍTICA DE COTAS NA CUT: AVANÇO OU RETROCESSO? Por Suzineide Rodrigues de Medeiros.
A Cartilha está disponível em PDF aqui. Sugerimos a leitura.

Serenata do Carmo em dezembro

Enviada por um grande amigo nosso, Janio. Ele é da Cidade Velha e participa da associação responsável pela retomada da Seresta, ops, Serenata do Carmo. Hoje a Serenata é patrocinada pelo Governo do Estado. Antes, a Seresta era patrocinada pela Prefeitura de Belém, antes... Imperdível!
Serenata do Carmo
PROGRAMAÇÃO*
18/12/09 - (PALCO)
19h – Mostra de Cinema 19h30 – Amaury Ramalho MPB (Ourém)
21h - Pedrinho Cavallero & Banda 22h30 – Sapecando no Choro
00h – Metaleiros da Amazônia

18/12/09 – (TENDA CARIMBÓ)
20h – Grupo de Carimbó Mururé
22h - Grupo de Carimbó Mururé
23h30 - Grupo de Carimbó Mururé
*Sujeita à alteração

domingo, 13 de dezembro de 2009

É domingão...

... Dia Internacional da Rede e das Pernas pro Ar, mas não esqueça...

... que tem plenária da Marcha dia 17 de dezembro (quinta), às 18h, no Sindicato dos Bancários (Rua 28 de setembro, 1210 - entre Doca e Quintino). Na pauta, organização da delegação paraense para Ação de 2010 da MMM e informe da Assembleia da Frente Nacional. Compareça!

Ah, dá uma olhadinha na agenda completa aí do lado direito.

sábado, 12 de dezembro de 2009

+ de 100 em 24

Blog Mulheres em Marcha tem mais de 100 acessos em 24 horas.

Estamos atualizando o Blog diariamente, mas não sabíamos se o esforço era válido. Dia 10/12 colocamos o contador e agora temos certeza.

A intenção da Marcha Pará é usar este instrumento para divulgar nossas idéias e ações, fortalecendo a luta das mulheres e de movimentos parceiros.

Agradecemos as visitas e pedimos suas sugestões.

Fetraf agora é Marcha!


As mulheres da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar (FETRAF BRASIL/CUT) foram convidadas recentemente a integrar a Coordenação Nacional da Marcha Mundial das Mulheres. O convite foi aceito! O que nos deixou muito felizes.

Aqui no Pará, a FETRAF estava ontem e estará hoje em Encontro de Planejamento, lá no Sagrada Família, na BR. A MMM foi representada na mesa de abertura do evento pela companheira Tatiana Oliveira. Também pela Marcha, participaram do Encontro as militantes Gisele Dantas e Liliane Nascimento.

Na oportunidade, as companheiras da FETRAF demonstraram seu compromisso com a construção da Marcha em todo o país e também no Estado e devem enviar representantes na nossa delegação que viajará até Campinas em 8 de março de 2010, quando caminharemos por 10 dias até São Paulo.

Foto: 8 de março de 2007. Já existiam companheiras assentadas da FETRAF na Marcha, mas não enquanto movimento. Nesta data elas apresentaram "teatro do oprimido" sobre violência e fizemos uma oficina da Batucada Feminista no Assentamento João Batista, em Castanhal.

Celi é mestra.

Assistida por muitas amigas e amigos, a querida Celi defendeu sua dissertação de mestrado ontem e, claro, foi aprovada e aplaudida. Coisas ainda mais brilhantes a esperam pela vida. Temos certeza.
Para entender melhor, olhe a postagem ao Sul.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Quem puder, vá!

Quem conhece a Celi sabe do seu compromisso com a luta pela efetivação dos Direitos Humanos. Quem a conhece, sabe também que vale a pena conferir sua defesa amanhã.
CONVITE
A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Direito desta Universidade convida a comunidade acadêmica a prestigiar a defesa de Dissertação da Mestranda ELICELI COSTA ABDORAL, intitulada “O TRÁFICO FEMININO PARA FINS DE SUPEREXPLORAÇÃO”, sob a orientação da Profa. Dra. Violeta Refkalefsky Loureiro.
Data: 11/12/2009 (sexta-feira)
Hora: 18 horas
Local: Auditório do ICJ (altos)
Prof. Dr. Paulo Sérgio Weyl A. Costa
Coordenador

Novidades do Blog


Além da atualização pemanente, do texto "O que é a Marcha Mundial das Mulheres?" e da agenda que foram adotados em novembro, o Blog Mulheres em Marcha tem três novidades a partir de hoje. Uma coluna com letras de palavras de ordem usadas pela Batucada Feminista nas ações de rua. Um contador de acessos (isso mesmo, vamos ver se nossa atualização diária já começa a cativar algum público...) e a inclusão no "Notícias amigas" do Blog da MMM do RS (muito legal!).

Confira tudinho aí do lado, beeem embaixo... achou?

Ah! Em breve, lançaremos outras colunas. Já está quase pronta a "Dica de filmes" com uma lista cinematográfica que você vai gostar de ver.

Quem quiser contribuir com sugestões, estamos abertas!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Nosso corpo. Nossa autonomia.

Cerca de 200 mulheres participaram da Assembleia da Frente, que ocorreu esta semana em São Paulo. Participaram feministas históricas e muitas novas militantes da causa. Do Pará, participaram Tatiana (MMM) e Lucinha (FMAP).

Os estados fizeram relatos das lutas e realidades locais relativas a legalização do aborto. Várias estratégias foram traçadas a fim de fortalecer a Frente e realizar seu lançamento onde ainda está faltando, além de ampliar o número de entidades e pessoas envolvidas nessa articulação.

A fala das participantes foi unânime: o que está em jogo é autonomia das mulheres sobre seus corpos e suas vidas. Temos o direito de decidir sobre nossos destinos.

Leia abaixo a declaração final da Assembleia (que terminou com a Batucada da Marcha!).

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

DECLARAÇÃO FINAL DA ASSEMBLEIA DA FRENTE NACIONAL PELO FIM DA CRIMINALIZAÇÃO DAS MULHERES E PELA LEGALIZAÇAO DO ABORTO

Foto: Cláudia Prates

Recrudesce no Brasil um processo de criminalização dos movimentos sociais, organizações e militantes. Isto para bloquear o avanço das lutas por direitos e transformação social. No caso da luta das mulheres não é diferente.

Forças patriarcais tradicionais, constituídas pelas oligarquias, a ultra direita fascista e setores fundamentalistas das igrejas cristãs, nos últimos anos deslancharam um processo de perseguição e criminalização da luta das mulheres por autonomia e autodeterminação reprodutiva atingindo em primeiro lugar as mulheres que recorreram a prática do aborto e aqueles/as que as apóiam.

Numa perversa aliança entre neoliberais e conservadores, vivemos uma conjuntura de cerceamento do direito ao debate democrático sobre a problemática do aborto, ao mesmo tempo em que cresce no Estado o poder e influência destas forças. Ocupam o parlamento, os espaços de controle social e avançam no controle da gestão da rede pública de educação e de saúde, e nesse caso, ameaçando os princípios do SUS com impacto negativo na qualidade do atendimento às mulheres. Dados de estudos e pesquisas sobre a mortalidade de mulheres comprovam que, pela magnitude da proporção de mulheres negras mortas nos serviços de saúde, configura-se num verdadeiro genocídio perpetrado pelo Estado brasileiro contra esta população.

As forças patriarcais, religiosas ou não, atuam também na base dos partidos políticos e movimentos sociais, disputando ideologicamente o debate de projeto de sociedade junto à juventude e à ampla parcela cristã dos/as militantes e dirigentes. Por este estratagema tentam impor sua doutrina religiosa, visão de mundo e visão sobre as mulheres, a sexualidade e a reprodução humana.

A adesão ao ideário conservador no campo da sexualidade e reprodução construiu as contradições que hoje enfrentamos nos partidos de esquerda e nos movimentos do campo democrático popular, que, construindo um projeto libertador, recuam em propostas libertárias quanto à autonomia das mulheres.

Hoje no Brasil, parte dos algozes da inquisição com suas vestes e capuzes tem uma nova face: o paletó, o jaleco branco, a toga, que no legislativo, nos tribunais, serviços de saúde, delegacias se arvoram a prender, julgar, punir e condenar as mulheres que, em situação limites de sua vida, optaram pela prática do aborto como ultimo recurso diante de uma gravidez indesejada.

Temos hoje uma das piores e mais reacionária legislatura no Congresso Nacional desde a ditadura, que ataca os movimentos sociais pela via das CPIs, entre elas a CPI do Aborto, ao mesmo tempo em que aprova a concordata entre o Brasil e o Vaticano, uma ameaça ao princípio da laicidade do Estado brasileiro.

Nesta conjuntura, nós integrantes da Frente Nacional pelo Fim da Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto reafirmamos:

- nosso compromisso com a construção da Frente formada por movimentos sociais e setores democráticos brasileiros;

- nosso compromisso com a defesa radical das mulheres e movimentos sociais engajados nas lutas sociais;

- nosso compromisso de não abandonar e prestar solidariedade a todas as mulheres que precisaram recorrer ao aborto,

- nosso compromisso com a construção de um Brasil justo e democrático.

Convocamos todas as mulheres a mobilizarem sua inquietude, rebeldia e indignação na luta feminista em defesa das mulheres;

Convocamos os setores democráticos a somarem-se em aliança contra a criminalização das mulheres e dos movimentos sociais;

Não aceitamos qualquer proposta de plebiscito sobre o tema do aborto. Esta prática não pode ser transformada em questão plebiscitária. Esta é uma questão de foro íntimo de cada uma de nós mulheres. As mulheres devem ter garantida a sua capacidade moral e soberana de tomar decisões sobre suas vidas.

Exigimos dos poderes da República a observância dos Tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário e observância das resoluções das Conferências de Políticas para Mulheres, cumprindo a revisão, coordenada pela SPM em 2005, da legislação que pune o aborto e avançando na sua legalização nos termos da proposta consensuada no âmbito da Comissão Tripartite formada pela sociedade civil, executivo e legislativo.

Nenhuma mulher deve ser presa, punida, maltratada ou morrer pela prática do aborto.
Pela autonomia e cidadania de todas as mulheres! Pelo fim da criminalização das mulheres!
Pela legalização do aborto!

São Paulo, 07 de dezembro de 2009.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Moção de repúdio a criminalização das mulheres que fazem aborto

Nós, participantes de sociedade civil organizada na 1ª. Conferência Paulista de Comunicação, realizada na cidade de São Paulo, no período de 20 a 22 de novembro de 2009, repudiamos veementemente a forma criminalizante em que a Televisão em geral e a Rede Globo em particular vem tratando as mulheres que recorrem ao aborto para interromper uma gravidez indesejada. O exemplo mais recente ocorreu na novela Viver a Vida da rede Globo, em que a personagem da artista negra Thaís Araújo é insistentemente criminalizada por ter praticado o aborto.

A personagem vem sendo constantemente acusada de “assassina” pela prática do aborto realizado no início da carreira de modelo, em sua adolescência.

No Brasil, o aborto é considerado crime pelo código penal de 1940, sendo permitido no caso de gravidez por estupro e no caso de colocar em risco a vida da gestante.

Entretanto, o aborto é praticado na clandestinidade (cerca de 1 milhão por ano), nas mais diversas condições, colocando em risco a vida principalmente das mulheres pobres.

A rede Globo vem reafirmando uma postura cristalizada na emissora, no sentido de invalidar a luta por direitos sexuais e reprodutivos, historicamente construída pelo Movimento de Mulheres e pelo Movimento Feminista.

Essa postura fundamentalista que se ancora nos dogmas da Igreja Católica, influenciou a decisão de criminalização de cerca de 10 mil mulheres no Mato Grosso do Sul, neste ano.

Exigimos que a emissora retome a temática na mesma novela, trazendo à tona o posicionamento dessa ampla camada de mulheres brasileira que encara o aborto como um direito da mulher e uma questão de saúde pública.

São Paulo, 22 de novembro de 2009.

1ª Conferencia Paulista de Comunicação

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Partipação das mulheres cresce. Pouco, mas cresce.


O cruzamento dos dados das eleições de 2008 com os dados das eleições de 2004 indica que: 
a) de 5.557 prefeitos eleitos em 2004, 5.141 são homens e 415, mulheres;
b) de 5.546 prefeitos eleitos em 2008, 5.042 são homens e 504, mulheres;
c) de 51.902 vereadores eleitos em 2004, 45.252 são homens e 6650, mulheres;
d) de 51.920 vereadores eleitos em 2008, 45.415 são homens e 6505, mulheres. 
Houve, portanto, aumento do índice de prefeitas de 7,48% para 9,08%; decréscimo de prefeitos de 92,6% para 90,92%; variação do índice de vereadoras de 12,62% para 12,52% e dos vereadores de 87,38% para 87,48%. 

Nas eleições de 2006, dos 513 deputados federais eleitos, 467 são homens e 46, mulheres, correspondendo a 91% e 9%, respectivamente. No Congresso Nacional, dos 81 senadores, 71 são homens e 10 são mulheres, o que corresponde, respectivamente, a 87,6% e 12,4%. 

Os dados indicam que, em janeiro de 2009: a) no Poder Executivo, há 3 governadoras estaduais, 415 prefeitas e 5 ministras; no poder Legislativo, há 10 senadoras, 46 deputadas federais, 123 deputadas estaduais e distritais e 6.650 vereadoras; e no poder Judiciário, há 10 ministras.

FONSECA-SILVA, Maria da Conceição; SILVA, Edvania Gomes da. MULHER E PODER POLÍTICO: UMA ANÁLISE DA MEMÓRIA DISCURSIVA E DA VISIBILIDADE MIDIÁTICA . In: SEMINÁRIO DO GEL, 57., 2009, Programação... Ribeirão Preto (SP): GEL, 2009. Disponível em: . Acesso em: 03.12.2009.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Você sabia?

Que apesar das mulheres serem maioria na população mundial, apenas em 1993, na Conferência Mundial sobre Direitos Humanos, ocorrida em Viena, fomos reconhecidas como sujeitos plenos de direitos? Só então declararam que os direitos das mulheres são direitos humanos...

Que somente em 1999, a Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou o dia 25 de Novembro como o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres?

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Ex-médica acusada de realizar abortos é encontrada morta em MS

Foto: Fernanda Monteiro.

A anestesiologista Neide Mota Machado foi encontrada morta no dia 29 de novembro, em Campo Grande (MS). A ex-médica foi acusada de realizar 10 mil abortos em sua Clínica Médica, durante os 20 anos de existência do estabelecimento. Ela estava com uma seringa hipodérmica em uma das mãos, dentro de um carro. A Polícia Civil trabalha com a hipótese de homicídio. Ela iria à júri popular para responder por 25 abortos, pois na maioria dos casos não localizaram as pacientes e havia vencido o prazo para os procedimentos judiciais.

Uma verdadeira ofensiva conservadora foi iniciada em 2008, na tentativa de criminalizar ainda mais as mulheres que praticaram aborto, a partir do caso de MS, culminando na criação da
CPI do aborto clandestino. Esta CPI, se implementada, atingirá especialmente as mulheres da classe trabalhadora, em especial as mais pobres e vulneráveis, grupo no qual se encontra grande parte da população afro descendente.

As mulheres também partiram na defesa desta bandeira e organizaram a Frente Nacional pelo Fim da Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto, da qual participam a Marcha Mundial das Mulheres, a UNE, a CUT, as Católicas pelo Direito de Decidir, a AMB, dentre outros movimentos mistos e feministas.
Dias 06 e 07 de dezembro ocorrerá a assembléia da Frente, em São Paulo. Todos e todas que lutam contra a opressão das mulheres podem participar.

Nenhuma Mulher deve ser presa, maltratada ou humilhada por ter feito aborto!
Dignidade, autonomia e cidadania para as mulheres!
Pela Não criminalização das mulheres e pela legalização do aborto!

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Mais mulheres em Marcha

No último sábado, dia 28/11, fizemos nossa plenária. Participaram mulheres estudantes, comunitárias, sindicalistas urbanas e rurais. Todas lideranças em seus movimentos.
Na pauta, a construção da Marcha Mundial das Mulheres no Estado, além das atividades políticas e financeiras para garantir uma delegação de 50 mulheres em Campinas, quando marcharemos por 10 dias até São Paulo. Na agenda:

Dezembro
Dia 12, dia todo - evento da ACBEL (a confirmar)
Dia 17, às 18h, no Sindicato dos Bancários - Próxima plenária da MMM
Dia 21, das 16h às 21h, no Sindicato dos Bancários - Brechó da MMM (gente, dia 22 já estava ocupado...)
Dia 26, pela Loteria Federal - corre a nossa rifa (R$ 2,00 / 2 prêmios - 1 bicicleta e 1 TV)

Janeiro
Reunião com mulheres cutistas, com comunitárias do Barreiro e com assentadas de Castanhal (dia a definir).
Dia 29 ou 30 - Grande-show com artistas da terra

Em breve mais notícias!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Já nas bancas!

As revistas direcionadas ao público feminino não passam muito longe dessa aí, não é mesmo?

Faltou apenas a leve contradição de estapar na mesma capa alguma dieta milagrosa (dica imperdível de alguma celebridade) do lado de um receita de comida beeeem gordurosa... Não tinha prestado atenção nisso? Repare as revistas do gênero nas bancas.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A plenária da MMM é neste sábado.

Esta foto é do 8 de março de 2005, quando reunimos 30mil mulheres na Av. Paulista (SP).
Em 2010, a Marcha Mundial das Mulheres realizará sua terceira ação internacional (veja o post aí embaixo). Tá, o número de mulheres será menor desta vez (umas 3.000)... mas, em compensação não caminharemos só uma tarde, mas sim 10 dias!
Várias companheiras já confirmaram presença na plenária, venha você também.

A plenária da MMM é neste sábado (28/11/09), às 15h, no Sindicato dos Bancários (Rua 28 de Setembro, Nº 1210 - entre Doca e Quintino

Informações:
91 81196110 (Tatiana) ou 91 82537009 (Gisele)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Participe da nossa plenária!


Como falamos aí embaixo, já estamos trabalhando para levar uma delegação paraense à Campinas. Participe de nossas ações. Venha para plenária da Marcha.

PLENÁRIA SOBRE AÇÃO DE 2010 - MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES
Dia: 28/11/2009 (sábado)
Hora: 15h
Local: Sindicato dos Bancários (Rua 28 de Setembro, Nº 1210 - entre Doca e Quintino)

Informações:
91 81196110 (Tatiana) ou 91 82537009 (Gisele)
Se você quer saber mais sobre a ação de 2010 da MMM, é fácil. Basta clicar aqui.

domingo, 22 de novembro de 2009

3ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres


Em 2010, a Marcha Mundial das Mulheres vai organizar sua terceira ação internacional, que contará com mobilizações de diferentes formatos e em vários países do mundo.
No Brasil, celebraremos os 100 anos da declaração do Dia Internacional das Mulheres, marchando de 8 a 18 de março de 2010, de Campinas à São Paulo. Já estamos trabalhando para levar uma delegação paraense para participar, fique atenta ao calendário de atividades locais que divulgaremos em breve.
Ah, clique no título e leia o Jornal da nossa 3ª Ação Internacional.
Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!

Genial...

Encontramos isso no blog do Coletivo Feminista "Maria Maria - Mulheres em movimento", lá de Juiz de Fora - MG. Clique no título e visite o blog delas. Vale a pena!

Nota de repúdio da UNE à violência sexista na Uniban

Clique no título e leia!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Parada Gay em Castanhal

No próximo domingo, 08, Castanhal será agitada pela 4ª Parada do Orgulho Gay, realizada pelo Grupo Diversidade e pela Prefeitura de Castanhal, através da FUNCAST. O evento terá início às 14 horas. A concentração da Parada será em frente ao Oyamota Arena Show. Cerca de 40 mil pessoas estão sendo esperadas para o evento que encerra a Parada na Praça do Estrela.
Durante toda a semana, o Grupo Diversidade vai realizar uma vasta programação cultural. Nesta quarta-feira, 04, a partir das 19h00, no Auditório da FUNCAST, acontecerá o Seminário Pará sem Homofobia, com a participação de representantes da Secretaria de Justiça dos Direitos Humanos.
No dia 05, quinta-feira, exibição do filme “Meninos não choram”, às 16h00 e de “Uma família bem diferente”, às 19h00, no Auditório da FUNCAST. Na sexta-feira, 06, acontecerá palestra com o Movimento Estadual LGBT, a partir das 19h00.
No sábado, 07, acontecerá a Festa Pré-Parada, com a escolha da Drag Parada, Mister Gay & Miss Gay Castanhal, no Betocas Bar, a partir das 22h00.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

IBGE: apesar de estudar mais, mulheres ganham menos

As mulheres têm mais escolaridade, mas ganham menos em todas as posições na ocupação, revela a Síntese de Indicadores Sociais, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada hoje. Em 2008, na área urbana do País, a média de escolaridade das mulheres ocupadas foi de 9,2 anos de estudos, enquanto para os homens foi de 8,2 anos. Na área rural, a média de anos de estudo, "apesar de estar em patamares mais baixos", também é favorável às mulheres (de 5,2 anos de estudo, ante 4,4 anos para os homens). Porém, em todas as posições na ocupação, o rendimento médio dos homens é maior que das mulheres.

A maior diferença de rendimento médio é na posição de empregador, onde os homens auferem, em média, R$ 3.161, enquanto as mulheres recebem apenas R$ 2.497, ou seja R$ 664 a mais para os homens, "o que corresponde a dizer que as mulheres empregadoras recebem 22% a menos que os homens", segundo o documento de divulgação da pesquisa.
De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais, os brasileiros brancos tinham, em média, em 2008, quase dois anos a mais de escolaridade que pretos e pardos. Mas a pesquisa revela também que, de 1998 a 2008, houve "significativa melhora" na distribuição da frequência por níveis de ensino entre a população de cor preta e parda.



FONTE: http://br.noticias.yahoo.com/s/09102009/25/manchetes-ibge-apesar-estudar-mulheres-ganham.html

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Mulheres avançam no mercado de trabalho, mas ainda sofrem com dupla jornada



Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra avanços das mulheres no mercado de trabalho brasileiro. No entanto, a divisão do trabalho doméstico continua penalizando muito mais as mulheres do que os homens, revelando a cultura machista do país.

Dados da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) mostram que a participação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro, que saltou de 42 para 47,2% entre 1998 e 2008. Além disso, o número de famílias chefiadas por mulheres subiu de 25,9% há 11 anos para 34,9% no ano passado.

Mesmo quando há um homem presente, 9,1% das mulheres são consideradas a pessoa de referência da casa, contra 2,4% delas em 2008, apontou o levantamento feito com base em informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Os dados levam em consideração apenas a opinião dos próprios membros da família.

As mulheres também levam vantagem na escolaridade média - o que influencia na entrada mais tardia delas no mercado de trabalho e, por consequência, tem peso sobre o número feminino na condição de chefe de família. Em 2008, em áreas urbanas, a média das mulheres foi de 9,2 anos de estudos, contra 8,2 anos para os homens. No campo, elas somam 5,2 anos de escola na média, contra 4,4 anos deles.

No entanto, a pesquisa mostra também que a evolução na vida econômica não acabou com a desigualdade no que diz respeito às tarefas domésticas. Entre as mulheres que têm emprego, 87,9% cuidam dos afazeres do lar, enquanto entre os homens esse número chega a 46,1%. O número médio de horas semanais dedicado a tarefas domésticas pelas mulheres é de 20,9. Para os homens, 9,2 horas.

Para Deise Recoaro, secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT, o aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho é importante, mas precisa ser acompanhada de uma mudança cultural que garanta a igualdade de condições em todos os níveis. "Neste dia da Criança, é importante revermos a maneira de educar nossos filhos e filhas. Enquanto continuarmos a dar boneca e fogãozinho para as meninas, e carrinho e bolas para os meninos vamos continuar reproduzindo este padrão de exploração e sobrecarga da mão de obra feminina", afirma a dirigente.


Fonte: Contraf-CUT, com Maurício Savarese - UOL Notícias ( http://www.contrafcut.org.br/noticias.asp?CodNoticia=19154 )

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Tráfico Internacional de Mulheres

Prostitutas brasileiras na Espanha


Emir Sader *


A história é a seguinte: um casal, Domingo Fernandez e Gilda Borges, dirigiam duas casas de prostituição em Vigo, chamadas Mamba Negra e Skorpio, assim como participavam da gestão do Sheraton, na cidade de Verin, dirigida por Manue Atanes. Levavam moças do Brasil para trabalhar como prostitutas nesses locais, sem esconder as atividades que elas iam ter. Pagavam suas passagens e agiam para que elas chegassem como turistas.
Chegadas à Espanha, se impunham as normas de funcionamento dos locais, que incluíam horários e os preços da bebida e dos serviços sexuais oferecidos aos clientes. Estes pagavam aos garçons e no fim de cada noite elas recebiam sua parte, se é que tivessem direito. Porque durante os primeiros meses tinham descontado o preço da passagem, o que fazia com que elas não recebessem nada, além das multas que poderiam receber, por chegar tarde ao trabalho, por falar alto (sic), por dar o numero de telefone a clientes e por sair sem autorização. Além disso, elas tinham obrigação de morar nos locais de trabalho e pagar pelo aluguel e pela comida.
O casal foi condenado pela Audiência Provincial de Pontevedra a seis anos de prisão por tráfico ilegal de pessoas com fins de exploração e a dois anos e meio por um delito contra os direitos dos trabalhadores. O Supremo Tribunal Federal da Espanha ratificou a primeira condenação, mas absolveu o casal do segundo delito, alegando que as condições de trabalho, as multas por atrasos e falar alto “são normalmente penalizadas pela lei no mundo dos hotéis e que as outras condições “são normais”.
O Tribunal decidiu que “à margem de razões de moralidade”, a prostituição por conta alheia pode ser “uma atividade econômica que, se é realizada em condições aceitáveis pelo Estatuto dos Trabalhadores, não pode ser enquadrada no delito 312 do Código Penal, que castiga aos que oferecem condições de trabalho enganosas ou falsas ou empregam a cidadãos estrangeiros em condições que prejudiquem, suprimam ou restrinjam os direitos que fossem reconhecidos por disposições legais, convênios coletivos ou contrato individual.”
O Supremo Tribunal Federal da Espanha considera assim que pode haver uma relação, mesmo que atípica, no exercício da prostituição por conta alheia? O Código Penal espanhol tipifica como delito o proxenetismo, mesma se a mulher o consente. Mas os juízes fazem uma declaração de principio afirmando que “a questão da prostituição voluntária em condições que não suponham coação, engano, violência ou submissão, ainda que por conta própria ou dependendo de um terceiro que estabelece umas condições que não atentem contra os direitos dos trabalhadores, não pode ser decidida com enfoques morais ou com concepções ético-sociológicas, dado que afetam a aspectos da vontade (das mulheres) que não podem ser coibidas pelo direito sem maiores matizes.”
Diante dessa situação, pergunta-se o jornal espanhol "El Pais":
“É possível explorar sexualmente uma mulher e ao mesmo tempo dar-lhe condições de trabalho `normais´? Se pode falar de relação de trabalho nestes casos?” Responde que as leis sobre tráfico de mulheres e prostituição não têm uma resposta clara, fazendo com que as sentenças dos juízes sejam, às vezes, tão confusas como a própria legislação.
Chega-se a uma situação tal de mercantilização do corpo das mulheres, como se fosse normal, que a discussão se transfere para a legislação laboral, aceitando-se implicitamente que a venda ou o aluguel do corpo feminino é uma atividade comercial como uma outra qualquer. (Há poucos anos Fernando Gabeira aventou até a possibilidade de apresentar uma proposta de lei que legalizaria a prostituição infantil.)
Que sociedade é essa que discute com frieza e “normalidade” a redução do ato sexual a uma mercadoria? A defesa dos direitos das prostitutas torna-se uma reivindicação normal, dado que a prostituição passou a ser um elemento compensatório da frustração tanto dos casamentos, quanto das outras formas de relação amorosa.
Na era da globalização, enquanto os espanhóis nos mandam seus bancos, empresas de telefonia celular, de exploração de petróleo e gás, importam nossos jovens jogadores de futebol e moças brasileiras para atender as demandas e as carências da afluente sociedade capitalista espanhola.
Não há nenhuma indicação sobre quem são as brasileiras, quantas são e o que aconteceu com elas depois do processo.

* Texto publicado no "Blog do Emir"

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O Congresso Nacional e a função social da maternidade




Há décadas os movimentos feministas reivindicam que a maternidade seja reconhecida em sua amplitude - como trabalho realizado pelas mulheres, que contribui para a reprodução da mão-de-obra e, conseqüentemente, cumpre uma função social e econômica. Sob a égide de sociedades machistas e patriarcais, a maternidade acabou sendo historicamente instituída como obrigação das mulheres; classificada como trabalho reprodutivo, nunca foi reconhecida nem remunerada. À custa do trabalho desempenhado pelas mulheres, outros atores foram beneficiados: os homens, que ficaram liberados para o trabalho remunerado e reconhecido, e o Estado, que omitiu parte de sua responsabilidade sobre a criação e manutenção dos aparelhos sociais necessários à reprodução da vida.

O debate retomado recentemente na Câmara dos Deputados, através da PEC no 30 - proposta pela Deputada Ângela Portela ainda em 2007 - permite resgatar essa bandeira. Esse talvez seja o principal mérito do projeto, e o que o diferencia estruturalmente da Lei 11.770. Promulgada em 2008, a Lei 11.770 instituiu o Programa Empresa Cidadã, prorrogando por 60 (sessenta) dias a duração da licença-maternidade prevista na Constituição Federal.

No entanto, diversos fatores limitam sua efetividade. Pela proposta, as empresas que aderem ao programa assumem os custos do benefício garantido às trabalhadoras pelo período da prorrogação em troca de isenção fiscal. Como a adesão não é compulsória, a prerrogativa de decidir sobre o assunto é das empresas, o que acaba gerando uma desigualdade de acesso entre as trabalhadoras desse setor.

Em relação à Administração Pública Direta e Indireta, o problema persiste, já que a Lei autoriza, mas não obriga, a prorrogação da licença. A nova proposta mantém o prazo de prorrogação (de 120 para 180 dias) e avança ao estender o benefício a todas as mulheres com vínculo empregatício, obrigando igualmente os setores público e privado a assumi-lo; além disso, responsabiliza integralmente o Sistema Previdenciário pelas despesas geradas.

Também é acertada a justificativa do Projeto, que alega haver fundamentos técnico-científicos e jurídicos suficientes para alterar a Constituição Federal no intuito de "proteger a infância, valorizar a mulher e destacar a função social do trabalho". No entanto, o texto atual ainda carece de importantes reparos, pois desconsidera as mães desempregadas e trabalhadoras informais, assim como desconsidera o papel do pai, abstendo-se do debate sobre a licença-paternidade, que permitiria, potencialmente, o compartilhamento das tarefas de cuidado com a criança nos primeiros meses de vida.

Justamente por se tratar de uma alteração no texto constitucional, é imprescindível que essas e outras questões sejam consideradas e amplamente debatidas. Reconhecendo a função social da maternidade, a CUT defende o compartilhamento da responsabilidade sobre a reprodução da vida entre família, Estado e sociedade. Por isso, reivindica, além da universalização da licença-maternidade de 180 dias, a criação de uma licença-paternidade, a ampliação e estruturação das creches públicas e a redução da jornada de trabalho.


* Graça Sousa é secretária de mulheres da CUT-DF

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Ação direta na Parada Gay


Ontem o Coletivo de Mulheres Estudantes fez uma ação direta de colagem no percurso da Parada Gay.
As frases contra a mercanilização do nosso corpo, contra o machismo, o racismo, a homofobia e pelo direito ao aborto legal, público e seguro foram coladas nos postes, bancas de revista, paredes, em qualquer lugar onde possa ser lidas e refletidas.
Nosso objetivo é quebrar o tabu desses debates, leva-los pra rua e mostrar que eles precisam ser debatidos e questionados, e apresentar a nossa mobilização em defesa dos nossos direitos.

sábado, 26 de setembro de 2009

Parada GAY 2009



PARTICIPE DA PARADA GAY 2009

...PORQUE O AMOR NÃO TEM PADRÃO...


27 de setembro de 2009
Concentração às 12hrs
Na Escadinha do Ver-o-Peso

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Você é favorável ao ensino religioso facultativo nas escolas públicas?

O Senado brasileiro está realizando em seu website a enquete: Você é favorável ao ensino religioso facultativo nas escolas públicas?, relacionada ao Acordo assinado entre Brasil e Santa-Sé. Aprovado em agosto pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara, o texto do Acordo tem 20 artigos que criam um estatuto jurídico e dão direitos à Igreja Católica no Brasil. Entre outros pontos, regulamenta a forma do ensino religioso nas escolas públicas: conforme o Acordo assinado, o modelo adotado deve ser confessional.

Pesquisa do instituto Ibope encomendada pela organização Católicas pelo Direito de Decidir aponta que 75% dos católicos entrevistados discordam ou pelo menos têm restrições a um acordo fechado com apenas uma religião. Entre os católicos, 44% acreditam que um acordo bilateral não deveria existir porque o Estado brasileiro não tem religião oficial. Outros 31% acham que aprovar um acordo desse tipo desrespeita as demais religiões. O porcentual sobe quando as perguntas são feitas a pessoas de outra fé, como os evangélicos. Entre aqueles que se dizem agnósticos, ateus ou de religiões com menos expressão no Brasil, como espíritas e budistas, 82% reprovam o acordo.

Uma vez que a concordata ainda precisa ser ratificada pelo Senado, o CLAM entende ser fundamental que a sociedade se manifeste a respeito do assunto. Clique aqui e opine na enquete do Senado. Até o momento desta publicação, a enquete havia totalizado 23.300 respostas, 73% favoráveis à proposta e 27% contra.

SE VOCÊ NÃO CONCORDA COM O ACORDO, SE VOCÊ NÃO QUER QUE ESSA VIOLAÇÃO DO ESTADO LAICO POR SEJA RATIFICADA, ENTRE NO SITE E VOTE NÃO! http://www.senado.gov.br/agencia/

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Manifesto contra a criminalização das mulheres


Dia 28 de Setembro é o Dia de luta pela Legalização do aborto na América Latina e Caribe! Por isso vamos postar hoje o manifesto da Frente pelo fim da Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto. A Frente é composta por diversas organizações e indivíduos. Nós da Marcha Mundial das Mulheres construimos também a Frente! Conheça mais no blog http://frentepelodireitoaoaborto.blogspot.com/
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Centenas de mulheres no Brasil estão sendo perseguidas, humilhadas e condenadas por recorrerem à prática do aborto. Isso ocorre porque ainda temos uma legislação do século passado – 1940 –, que criminaliza a mulher e quem a ajudar.
A criminalização do aborto condena as mulheres a um caminho de clandestinidade, ao qual se associam graves perigos para as suas vidas, saúde física e psíquica, e não contribui para reduzir este grave problema de saúde pública.As mulheres pobres, negras e jovens, do campo e da periferia das cidades, são as que mais sofrem com a criminalização. São estas que recorrem a clínicas clandestinas e a outros meios precários e inseguros, uma vez que não podem pagar pelo serviço clandestino na rede privada, que cobra altíssimos preços, nem podem viajar a países onde o aborto é legalizado, opções seguras para as mulheres ricas.
A estratégia dos setores ultraconservadores, religiosos, intensificada desde o final da década de 1990, tem sido o “estouro” de clínicas clandestinas que fazem aborto. Os objetivos destes setores conservadores são punir as mulheres e levá-las à prisão. Em diferentes Estados, os Ministérios Públicos, ao invés de garantirem a proteção das cidadãs, têm investido esforços na perseguição e investigação de mulheres que recorreram à prática do aborto. Fichas e prontuários médicos de clínicas privadas que fazem procedimento de aborto foram recolhidos, numa evidente disposição de aterrorizar e criminalizar as mulheres. No caso do Mato Grosso do Sul, foram quase 10 mil mulheres ameaçadas de indiciamento; algumas já foram processadas e punidas com a obrigação de fazer trabalhos em creches, cuidando de bebês, num flagrante ato de violência psicológica contra estas mulheres.
A estas ações efetuadas pelo Judiciário somam-se os maus tratos e humilhação que as mulheres sofrem em hospitais quando, em processo de abortamento, procuram atendimento. Neste mesmo contexto, o Congresso Nacional aproveita para arrancar manchetes de jornais com projetos de lei que criminalizam cada vez mais as mulheres. Deputados elaboram Projetos de Lei como o “bolsa estupro”, que propõe uma bolsa mensal de um salário mínimo à mulher para manter a gestação decorrente de um estupro. A exemplo deste PL, existem muitos outros similares. para agravar mais a situação em dezembro de 2008 a mesa diretora da Câmara dos Deputados criou uma CPI - Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a pratica do aborto clandestino no Brasil.
A criação dessa CPI penalizará ainda mais as mulheres pobres e negras , assim como os movimentos que defedem este direito.
A criminalização das mulheres e de todas as lutas libertárias é mais uma expressão do contexto reacionário, criado e sustentado pelo patriarcado capitalista globalizado em associação com setores religiosos fundamentalistas. Querem retirar direitos conquistados e manter o controle sobre as pessoas, especialmente sobre os corpos e a sexualidade das mulheres.
Ao contrário da prisão e condenação das mulheres, o que necessitamos e queremos é uma política integral de saúde sexual e reprodutiva que contemple todas as condições para uma prática sexual segura.
A maternidade deve ser uma decisão livre e desejada e não uma obrigação das mulheres. Deve ser compreendida como função social e, portanto, o Estado deve prover todas as condições para que as mulheres decidam soberanamente se querem ou não ser mães, e quando querem. Para aquelas que desejam ser mães devem ser asseguradas condições econômicas e sociais, através de políticas públicas universais que garantam assistência a gestação, parto e puerpério, assim como os cuidados necessários ao desenvolvimento pleno de uma criança: creche, escola, lazer, saúde.
As mulheres que desejam evitar gravidez devem ter garantido o planejamento reprodutivo e as que necessitam interromper uma gravidez indesejada deve ser assegurado o atendimento ao aborto legal e seguro no sistema público de saúde. Neste contexto, não podemos nos calar!
Nós, sujeitos políticos, movimentos sociais, organizações políticas, lutadores e lutadoras sociais e pelos diretos humanos, reafirmamos nosso compromisso com a construção de um mundo justo, fraterno e solidário, nos rebelamos contra a criminalização das mulheres que fazem aborto, nos reunimos nesta Frente para lutar pela dignidade e cidadania de todas as mulheres.
 Nenhuma mulher deve ser impedida de ser mãe. E nenhuma mulher pode ser obrigada a ser mãe. Por uma política que reconheça a autonomia das mulheres e suas decisões sobre seu corpo e sexualidade.
 Pela defesa da democracia e do principio constitucional do Estado laico, que deve atender a todas e todos, sem se pautar por influências religiosas e com base nos critérios da universalidade do atendimento da saúde!
 Por uma política que favoreça a mulheres e homens um comportamento preventivo, que promova de forma universal o acesso a todos os meios de proteção à saúde, de concepção e anticoncepção, sem coerção e com respeito.
 Nenhuma mulher deve ser presa, maltratada ou humilhada por ter feito aborto!
 Dignidade, autonomia, cidadania para as mulheres!
 Pela não criminalização das mulheres e pela legalização do aborto!Frente nacional pelo fim da criminalização das mulheres e pela legalização do aborto

terça-feira, 12 de maio de 2009

FOTOS DO PRÉ-EME

Pré-EME:

Pará é sempre marco na organzação feminista dentro do ME, sempre com as maiores delegações do EME, em 2009 não poderia ser diferente, uma mostra disso foi a etapa estadual que contou com a presença de mais de 100 meninas!!!












sexta-feira, 8 de maio de 2009

Fanzines do Pré-EME

Fanzine do GD de Violência contra a Mulher :




A violência contra mulher,Não é o mundo que a gente quer!!

Fanzine do GD de Legalização do Aborto :






"Legalizar o aborto direito ao nosso corpo"

Fanzines do GD de Mercantilização do Corpo e da Vida das Mulheres :






"A nossa luta é todo dia somos mulheres e não mercadoria"



Fanzines do GD de Mulher na Política :

  • Fanzine n°1:


  • Fanzine n°2:




"A nossa luta é por respeito mulher não é só bunda e peito!!!"