quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Marcha Mundial das Mulheres lamenta falecimento da companheira Eliana Batista, da Contag

A Marcha Mundial das Mulheres lamenta profundamente o falecimento de Eliana Batista da Silva, de 36 anos, dirigente da Federação Estadual dos Trabalhadores na Agricultura de Rondônia (Fetagro) e integrante da Contag. Eliana participou da 3ª Ação Internacional da MMM, caminhando de Campinas a São Paulo junto com outras 2 mil mulheres.


Eliana e Manoel Francisco Oliveira, também da Fetagro, faleceram em decorrência de um acidente de carro na última sexta-feira (20/8), no município de Jaru, Rondônia, quando voltavam de uma atividade sindical. A companheira tinha duas filhas e cumpria seu segundo mandato de coordenadora estadual de Mulheres da Fetagro. Ela foi dirigente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) de Jarú e candidata a vereadora pelo Partido dos Trabalhadores (PT) de seu município nas eleições de 2008.


Expressamos nossos sentimentos às famílias, na certeza de a luta de Eliana pela vida das mulheres seguirá!


Marcha Mundial das Mulheres

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Mulher, trabalho e bancos

Na semana em a nossa ContrafCUT entrega aos banqueiros a pauta geral de reivindicações da categoria, o Arte Bancária indica a leitura do artigo a seguir, produzido pela compa Heidiany Katrine, diretora do Seeb-Pa/AP:

As mulheres sempre encontraram dificuldades para se inserirem no mercado de trabalho, talvez seja consequência do sistema patriarcal que dominou e infelizmente ainda domina as esferas de maior poder. Assim como os escravos o trabalho da mulher era visto como indigno, inferior e desvalorizado, por isso sempre foi menos remunerado. Mesmo após o processo de revolução industrial no Brasil, o quadro de desvalorização não modificou. Hoje temos ainda uma desigualdade muito grande no mercado de trabalho, com relação aos negro e as mulheres, refletido na participação, na remuneração, ou na ocupação de cargos de alto nível hierárquico.

Partindo para o setor bancário as mulheres são quase metade da categoria, segundo pesquisa realizada pelo DIEESE, entretanto quando analisamos a remuneração há uma queda de 25% em relação a remuneração dos homens. Quando comparamos os cargos ocupados por mulheres apenas 33,4% estão ocupando postos de gerência. Com relação a mulher negra esse dado se torna gritante, apenas 8% das mulheres que trabalham nos bancos são negras. Aliás quantos negros trabalham com você? Passamos tão despercebidos nos afazeres cotidianos que nem percebemos que praticamos preconceito no nosso trabalho.

Percebemos pelos dados que a participação feminina fica reduzida a um papel secundário ou subordinado, é que o maior nível de escolaridade que é das mulheres não refletiu em maior salário. Isso demostra que as mulheres continuam tendo representação em ocupações com menor nível de remuneração. As mulheres costumam ser sub-representadas em posições de alto nível hierárquico, quantas superintendentes, diretoras e presidentas de bancos são mulheres e quantos negros você conhece ocupando tais cargos? Apenas 5% das bancárias chegam assumir tal posto, além da pequena participação quando assumem tal posição, recebem salários menores para efetuar o mesmo trabalho. Além disso ainda são as que mais sofrem com a violência dos superiores, sendo as principais vítimas do assédio moral e sexual.

Esses dados são apenas um alerta para que possamos refletir, analisar e verificar que necessitamos avançar aquém da moeda social. Adotar medidas que contribuam para paridade tanto das mulheres quanto dos negros, deficientes, homoafetivos, significa dizer dar condições de oportunidades de ascensão profissional no setor bancário, para que as diferenças não sejam vistas como desigualdades.

Precisamos desconstruir estes estereótipos de inferioridade presentes na sociedade, pensar em seres humanos completos capazes de desenvolver razão e emoção, repensar nos espaços de homens, mulheres, negros, deficientes, homoafetivos e principalmente, repensar em que tipo de sociedade queremos. A campanha nacional da nossa categoria é um ótimo espaço pra enfrentar esse debate!

* Heidiany Katrine Moreno é Diretora de Bancos Estaduais do Seeb-PA/AP, cientista social, feminista e Esp. em Cultura Afro- Brasileira
E-mail: heidianykatrineO8@gmail.com / Fone: 91- 8198.4005

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Aos inimigos, a lei

Dado Dolabella, que foi condenado a dois anos e nove meses de prisão em regime aberto por ter agredido a atriz Luana Piovani, fez um desabafo: "Hoje tenho uma família que depende de mim. A situação é de medo. É assustador", declarou Dado sobre sua sentença.

Dias antes, Luana fez a seguinte declaração: "Aos inimigos, a lei".
RELEMBRE O CASO

Dado e Luana tiveram uma briga durante uma festa que aconteceu após a estreia da atriz no monólogo "Pássaro da Noite", na boate 00, na Gávea, Zona Sul do Rio. Enquanto os dois discutiam, a camareira da atriz, Esmeralda de Souza, conhecida como dona Esmê, tentou defender Luana e foi empurrada por Dado. Após a acusação, Dado foi condenado pela lei Maria da Penha. No entanto, em 2009, durante o carnaval, não respeitou a ordem de ficar a 250 metros de distância de atriz, e ficou preso por um dia.

Fonte: Yahoo, com edição do Blog

domingo, 8 de agosto de 2010

Festival Territórios de Teatro começa amanhã

Programação:

Dia 08
Teatro Universitário Cláudio Barradas -10h - PÁSSARO TUCANO
Casarão do Bonecos - 20H - MORGUE INSANO AND COOL

Dia 09
Anfiteatro da Praça da República – 19h30 - O MÃO DE VACA - PALHAÇOS TROVADORES
Teatro Cuíra - 21h – ABRAÇO
Teatro da Fundação Curro Velho – 19h – UMA FLOR PARA LINDA FLORA

Dia 10
Casarão dos Bonecos – 19h - SIRÊNIOS
Anfiteatro da Praça da República – 19h30 - CONTOS DA FLORESTA
Teatro Cuíra - 21h – IRACEMA VOA

Dia 11
Casarão do Bonecos – 19h - O CONTO Q EU VIM CONTAR
Anfiteatro da Praça da República – 19h30 - PERIFÉERICO
Teatro Cuíra - 21h – ÚTERO

Dia 12
Teatro Cuíra - 21h - SEM FLOR, SEM PERFUME, SEM MARGARIDA
Teatro da Fundação Curro Velho – 19h-RETALHOS DE HOLANDA
Teatro Porão Cultural da Unipop - 20h - A MULHER MACACO
Teatro Universitário Cláudio Barradas – 21h – CORPO SANTO

Dia 13
Teatro da Fundação Curro Velho – 19h - ÁGUAS DE MARIANA
A Casa da Atriz – 19h – A TROCA E A TAREFA
Teatro Universitário Cláudio Barradas – 21h – MEIO DIA DO FIM

Dia 14
Praça Ver-o-rio 17h – Grupo de Experimentação Teatro Miniatura
Memorial dos Povos Indígenas – 19h – 6 MESES AQUI
Teatro da Fundação Curro Velho – 19 - QUEM TEM RISO VAI A LONA
Teatro Universitário Cláudio Barradas – 21h – FROZEN

Dia 15
Teatro Universitário Cláudio Barradas – 18h – DONS DE QUIXOTE
Teatro Maria Sylvia Nunes - 21h - IN BETWEEN

* Os espetáculos apresentados em locais fechados terão como ingressos a doação de 1 Kg de alimento não perecível, que serão doados à instituição PARAVIDDA.


Local: Anfiteatro da Praça da República - Avenida Presidente Vargas s/n, Campina
Período: 08/08/2010 - 15/08/2010
Horário: 17h00 - 21h00
Preço: Livre

sábado, 7 de agosto de 2010

Moção de Repúdio contra a ação criminosa da Rede Globo em relação às mulheres que praticam aborto

É “fantástico” como a Rede Globo, ao longo dos últimos anos, tem cumprido um papel de afirmar e incrementar visões conservadoras na sociedade brasileira de forma geral, e de reafirmar a ideia do aborto como assassinato, em particular. As novelas da Globo têm sido o principal instrumento para veicular esta visão de aborto como crime e taxar as mulheres que o praticam de assassinas.

Não bastasse, esta emissora tem também assumido um papel policialesco, ao produzir reportagens para criminalizar e denunciar o aborto clandestino. Não podemos esquecer que o estouro de uma clínica no Mato Grosso do Sul, no final de 2007, que resultou na exposição pública do nome de dez mil mulheres e na condenação de trabalhadoras e de mulheres que fizeram aborto, foi desencadeada a partir da ação desta emissora, após denúncia feita contra a clínica.

A partir deste episódio, tem se desenvolvido no Brasil uma ação sem precedentes de criminalização do aborto. Inclusive com a proposta de uma CPI do aborto, contra a qual os movimentos têm lutado. Sabemos que a Rede Globo não está sozinha. Ela se articula com o setores mais conservadores da sociedade, que reúne parlamentares e igreja católica, com o intuito de retroceder nos poucos avanços que as mulheres conquistaram na área dos direitos reprodutivos.

Neste domingo, 1º de agosto, o programa Fantástico fez uma reportagem no mínimo revoltante. Em uma ação policialesca, entrou em clinicas clandestinas de Salvador, Belém e Rio de Janeiro para denunciar o aborto clandestino. Como sempre, foram expostas as mulheres pobres e as clínicas que atendem mulheres pobres, marcando assim o caráter de classe da criminalização do aborto. Por que não mostrou as clínicas em que as artistas e celebridades da Globo fazem abortos? Por que não mostrou os médicos as atendem? Ficou claro as mulheres ricas e as artistas da globo ficam preservadas, pois para elas o aborto não é problema, e nem é feito nestas clínicas.

Esta atuação da Globo somente reforça a já emblemática situação de criminalização instaurada no país. Sabemos que o aumento da repressão empurra as mulheres pobres para práticas de aborto cada vez mais inseguras, condenando-as a correr graves riscos para suas vidas, e para sua saúde física e psíquica. Além de não contribuir para reduzir este grave problema de saúde pública, alem de demarcar o lugar de subordinação das mulheres, já que elas não têm o direito de decidir sobre seus corpos e suas vidas.

É preciso lembrar sempre que são as mulheres pobres, negras e jovens, do campo e da periferia das cidades, as que mais sofrem com a criminalização. São elas que recorrem à clínicas clandestinas e a outros meios precários e inseguros, uma vez que não podem pagar pelo serviço clandestino na rede privada, que cobra altíssimos preços, nem podem viajar para países onde o aborto é legalizado, opções seguras para as mulheres ricas.

Diante de tudo isso, nós, mulheres da Marcha Mundial, vimos a público repudiar esta ação criminosa da Rede Globo contra as mulheres pobres que praticam aborto. Ao invés de punição, nós propomos para o Brasil uma política pública integral de saúde que auxilie mulheres e homens a adotarem um comportamento preventivo, que promova de forma universal o acesso a todos os meios de proteção à saúde, concepção e anticoncepção, sem coerção e com respeito. Somente a legalizaçao do aborto no Brasil é capaz de reverter a situação dramática da clandestinidade do aborto, que mata, humilha e pune as mulheres que ousam decidir por suas vidas.

Fazemos coro com os movimentos que lutam pela democratização dos meios de comunicação para dar um basta nesta postura criminosa, reacionária e autoritária da Rede Globo.

Fora Rede Globo! Basta de violência contra a mulher!
Pelo fim da criminalização das mulheres e pela legalização do aborto!

Marcha Mundial das Mulheres

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Seresta do Carmo. É hoje!

O GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ, promove: SERENATA DO CARMO

Data: 06/08/2010
Hora: 19 horas
Local: Praça do Carmo

19h Mostra de cinema
20h Interferência Poética:
Grupo Extremo Norte
· Rui do Carmo,
· Rita Melém,
· RenatoGusmão

21h Grupo Paranativo
21h30 Trio Ternura
22h30 Mestre Vieira

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Aborto no "Fantástico": sensacionalismo e superficialidade*

O "Fantástico" de ontem (01/08) exibiu uma péssima reportagem sobre a prática clandestina de aborto no Brasil. Sem pé nem cabeça, a matéria serviu mais pra alimentar a desinformação do que contribuir para um debate tão importante. Muitos aspectos foram deixados de lado e, para garantir seu posicionamento de propaganda antilegalização do aborto, a reportagem tornou-se um imenso emaranhado de informações que não se relacionaram entre si.

Diante de um problema de enorme complexidade, o programa resolveu abordar apenas a ponta do iceberg: a existência de clínicas clandestinas no Rio, em Salvador, em Belém; e a venda de Citotec no "mercado paralelo". Com câmeras escondidas, adentrou as clínicas, questionou médicos(as) e atendentes sobre o procedimento, sobre o número de abortos realizados por mês, sobre riscos e preço. Exibiu rostos e nomes de médicos(as) e pessoas que trabalham nesses locais. Nenhuma mulher foi entrevistada - apenas uma que fez uso de Citotec há um mês.

A reportagem optou por não relacionar nitidamente dados expostos por ela mesma: de um lado, as clínicas existem, e as mulheres procuram por elas. Há riscos importantes para a mulher, provenientes das condições inseguras em que o aborto é realizado nesses locais. De outro lado, pesquisa realizada pela Universidade de Brasília aponta que uma em cada cinco mulheres, aos 40 anos, já fez aborto; e que a mulher que faz aborto no Brasil é absolutamente normal: tem religião, é trabalhadora, às vezes é casada, às vezes já até tem filhos. Poderia ser vizinha, prima, amiga, irmã, colega de qualquer telespectador(a) do "Fantástico".

Nenhuma palavra sobre o fato de ser exatamente a criminalização que gera essa clandestinidade e, por consequência, os riscos aos quais as mulheres estão expostas. A não legalização as leva a buscarem métodos caseiros improvisados e clínicas clandestinas sem nenhuma condição de higiene e segurança. Ambas as "alternativas" submetem essas mulheres à possibilidade de prisão, de sofrer sequelas profundas ou mesmo de morrer. Muitas acabam no SUS, para finalizar o procedimento mal feito, e são tratadas com crueldade por médicos e enfermeiros. Porém, certamente, há clínicas clandestinas bem equipadas, onde o aborto pode ser realizado com segurança e higiene. A essas, somente tem acesso quem pode pagar caro. Isso significa que a criminalização do aborto no Brasil é uma hipocrisia tão grande que condena aos riscos mencionados especialmente as mulheres mais pobres. Disso, a reportagem não tratou.

Uma reportagem, no mínimo, razoável, daria mais espaço à antropóloga da UnB que dissertou sobre os resultados da pesquisa mencionada do que os míseros 30 segundos a que ela teve direito; e com edição menos "malandra". A reportagem poderia ter falado da experiência de países que têm o aborto legalizado (por exemplo, mostrar que é fantasiosa a ideia de que a prática de aborto aumenta com a legalização) ou das diferenças que há entre um aborto realizado com segurança e outro, o clandestino.

A responsabilidade por evitar uma gravidez indesejada é integralmente da mulher: é ela quem deve tomar pílulas anticoncepcionais; é ela quem tem dificuldade de negociar com seu parceiro o uso da camisinha; são dela todos os ônus de eventuais falhas de métodos contraceptivos; é dela a vida que mais muda com o nascimento de uma criança, muitas vezes, sem pai. Apenas uma coisa não é dela: o direito de escolher levar a cabo ou não uma gravidez. A matéria também não falou disso.

Ou seja: a resportagem do "Fantástico" tratou a questão do aborto com superficialidade, sensacionalismo e preconceito. Falou do tema como se as mulheres que sofrem essas consequências fossem vítimas de profissionais mal-intencionados, e não da hipocrisia e do anacronismo. Se o aborto fosse legalizado, não haveria mercado clandestino. Aquelas que têm religião e crença poderiam segui-las livremente. Aquelas que optam por interromper sua gestação, também teriam liberdade.

*Alessandra Terribili é jornalista e militante da Marcha Mundial das Mulheres
Texto retirado do blog: http://terribili.blogspot.com/