quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Financiamento colaborativo, contribuir para fortalecer!




Companheiras,

muitas nos escreveram pedindo mais informações sobre o financiamento colaborativo para garantir a participação do Brasil no Encontro Internacional da MMM.

Aqui vão algumas respostas que nos ajudam a dialogar com parceiras/os que podem contribuir com doações.

1. Esse site é confiável? - O “Catarse” é um site que apresenta projetos criativos para serem financiados através da internet. É a primeira plataforma deste tipo no Brasil, é um site seguro e existe um processo de seleção dos projetos. Por isso, os projetos do Catarse são coletivos, devem ter algum produto criativo e que possa ser compartilhado com quem doou e pela internet. A proposta de oferecer recompensas para as pessoas que financiam os projetos serve tanto para estimular a colaboração, como para compartilhar os resultados do projeto. Alguns exemplos de projetos que passaram pelo Catarse: revista OCAS, projetos da Casa de Cultura Digital, Catraca Livre, peças de teatro, entre outros.

2. Como doar? É seguro?- As pessoas ou entidades podem doar a partir de seu perfil em redes sociais como twitter, orkut, facebook, e-mail do yahoo ou do google. Uma dica para as companheiras que não tenham perfil nestas redes sociais é que recolham o dinheiro e façam uma única doação a partir de uma companheira que tenha. As doações podem ser identificadas ou anonimas. As doações podem ser feitas via cartão de crédito, boleto bancário ou débito em conta corrente. O pagamento é através do MoIP – um site de pagamento seguro pela internet.

3. E se não alcançar o valor total? - Os projetos tem um prazo para a doação. Caso o valor total não seja alcançado neste prazo, todas as pessoas que doaram recebem de volta sua doação. Assim, os projetos só recebem o financiamento se alcançarem o total do valor indicado dentro do prazo.

Nós ainda precisamos de mais da metade do valor, e temos apenas 8 dias.

[...]

O link direto para nosso projeto é esse aqui ---> http://catarse.me/pt/projects/366-feminismo-no-mundo

Saudações feministas

Marcha Mundial das Mulheres

domingo, 9 de outubro de 2011

Consumo e sexismo no dia das crianças


*Por Raíza Wallace Guimarães da Rocha

Esse seria um excelente dia para os pais passarem mais tempo com seus filhos e filhas, brincando e ensinando a importância de viver coisas típicas da infância. E não incentivando a ser adultos mirins, sexistas e consumistas compulsivos.

Como estudante de Terapia Ocupacional, reconheço a importância do brincar para o desenvolvimento sócio psicomotor da criança. Porque sei que é através do brincar que ela vai desenvolvendo habilidades motoras, sensoriais, cognitivas, SOCIAL e emocional. E por isso acho essencial que tenhamos cuidado com os brinquedos que damos a essas crianças.

Você já reparou se os brinquedos que você está comprando não estão impondo padrões
comportamentais sexistas?

Você dá bonecas, joguinho de panela, Barbie, fogãozinho, batedeira, bebezinhos, para as meninas. E os caminhões, carros, bola, monstros, para os meninos. E depois nem desconfia o motivo pelo qual sua filha cresce achando que nasceu pra ser mãe, que fazer os serviços domésticos é uma responsabilidade somente sua, que precisa investir em sua 'beleza', só por ter nascido mulher.
Enquanto seu filho acha que precisa gostar de futebol, odiar rosa, ser o motorista (sim, porque mulher no volante é perigo constante, não?), não pode gostar de bonecas e nem fazer trabalhos domésticos.

As propagandas de brinquedos direcionadas às crianças incentivam um consumo desacerbado e esteriótipos retrógrados. As meninas querem ser princesinhas, que usam salto alto, maquiagem, não brincam de correr, possuem um celular, precisam ser magras e ter cabelo liso como a Barbie (ou seja, a menina que é negra, gorda e tem o cabelo afro, se rejeita e é rejeitada... Não é a toa que vemos milhares de meninas alisando o cabelo e fazendo dietas malucas para sentirem-se 'bonitas'). Já os meninos querem jogar video-game, futebol, jogos bélicos,etc. A ideia de poder, força e vitória é direcionada a eles, enquanto que maternidade, sonhos e beleza estética são predominantes em anúncios para meninas.

As crianças almejam ser como as das propagandas, tanto no aspecto estético, quanto no fato de terem todos os brinquedos à sua disposição e refeições à base de fast-food (imagina o impacto disso para uma criança pobre?). É aí que surge uma lógica consumista que modela as relações da criança consigo e com o mundo. Então inicia-se a assimilação de que a felicidade está associada ao consumo e uma falsa necessidade.

Precisamos contestar esses hábitos sexistas, que são resultados de uma manipulação silenciosa. Não compre produtos com propagandas sexistas ou que estimule isso. Não incentive o consumo desacerbado. Será que essa criança realmente precisa de brinquedos novos?

Até quando você transformará o brincar, que deve ser uma experiência emancipatória, em uma prática nociva e reprodutora de esteriótipos e padrões sociais? Precisamos refletir sobre os impactos disso na condição da mulher, na representação das relações no interior da família, nos sonhos e relações sociais ou continuar com essa venda nos olhos achando que o machismo e sexismo são coisas inatas."

* É estudante de Terapia Ocupacional, militante da Marcha Mundial das Mulheres e do Coletivo Feminista Conceição Evaristo.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Carta de apoio a SPM pela suspensão da propaganda da HOPE

Carta de apoio a SPM

Nós, da Marcha Mundial das Mulheres, expressamos nosso apoio à Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres (SPM), especialmente à Ministra Iriny Lopes, pela posição firme, destemida e comprometida com a construção da igualdade entre homens e mulheres.

A contestação e pedido de suspensão junto ao CONAR da propaganda da Hope foi uma medida assertiva por parte desta Secretaria. A construção da SPM e SEPPIR, ainda no governo Lula, afirmou o avanço na compreensão de que o combate às desigualdades de gênero e raça é obrigação do Estado.

A SPM tem se destacado na construção de políticas de igualdade desde o enfrentamento à violência contra a mulher e, neste momento, aponta como prioridade a construção de autonomia econômica e pessoal das mulheres. De nada adianta construir políticas de igualdade de um lado e não atuar para que alterar os mecanismos que mantém e reproduzem a desigualdade na sociedade. Portanto, é parte das políticas de igualdade atuar para que os estereótipos e preconceitos não sejam reproduzidos.

A propaganda em questão reforça um estereótipo discriminatório com relação as mulheres: reproduz a idéia da mulher consumidora exacerbada e irresponsável, quando, na realidade, estudos demonstram que as mulheres aplicam o dinheiro com mais responsabilidade. Não é a toa que o próprio governo usou este dado como critério para o programa Bolsa Família, em que as mulheres compõem a grande maioria de titulares.

Esta propaganda difunde o mito de que os homens são os únicos provedores e que toda mulher tem um provedor ao seu lado arcando com as despesas. Reproduz, assim, um modelo que não condiz com a realidade brasileira, já que cerca de 35% das famílias são chefiadas por mulheres, sem contar as que compartilham as despesas, mesmo com todas as desigualdades ainda existente no mundo do trabalho.

Além disso, a propaganda é preconceituosa ao insistir no jargão de que as não sabem dirigir, sendo que hoje os seguros de carros são mais baratos para as mulheres, baseado no fato de que as mulheres se envolvem em menos acidentes no trânsito. Por fim, a propaganda é pouco criativa ao reproduzir e incentivar a idéia de mulher objeto, incapaz de ter outras soluções para enfrentar os problemas cotidianos.

Repudiamos a grande imprensa, burguesa e medíocre, pois toda vez que os conteúdos preconceituosos e as injustiças propagandeadas são questionados, eles tentam fazer crer que se está impedindo a liberdade de expressão.

Seguimos em luta todos os dias, contra todas as tentativas de transformar as mulheres em mercadoria!

Toda a nossa solidariedade a Secretaria Políticas para as Mulheres!

Marcha Mundial das Mulheres

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A Clara nasceu!


Nasceu na noite do último sábado, dia 01.10.11, a nossa Clara.

Origem do nome: Clara Zetktin para a mamãe por sua contribuição ao 8 de março; e Clara Crocodilo para o papai, pela composição do músico brasileiro Arrigo Barnabé no final dos anos 70.

Clarinha é filha da militante e fundadora da MMM no Pará, Tatiana Cibele, mais conhecida como Tati. Nasceu com 3,640 kg, 50 cm, tem os olhos azuis e não tem dificuldade nenhuma em mamar (quero dizer que a menina é apetitosa minha gente!).

É verdade que nossos anseios são os de que Clara seja feminista e dê continuidade em nossas lutas por uma sociedade mais justa e igualitária, porém, sabemos que a Clarinha terá a liberdade em suas escolhas e de qualquer forma, temos a esperança que crescerá em um lugar melhor, mais humano e menos sexista de se viver!

Desejamos uma ótima recuperação para a Tati e que logo a Clara possa contribuir com suas intervenções em nenenês nas reuniões da Marcha Mundial das Mulheres.

A foto é de autoria do David Alves.