segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

BomBril patrocinadora oficial do Futebol Feminino?


*Por Caroline Bernardo

Para quem não sabe o Brasil ontem venceu a Dinamarca na final do Torneio Internacional da Cidade de São Paulo (Futebol feminino). Como destaque inenarrável Erika é eleita a melhor jogadora da final e do torneio. Isso para nos não seria novidade, o Brasil vencer no futebol feminino, ainda mais depois do fenômeno Marta.

Como patrocinadora do torneio esta a Bombril, aquele empresa que é conhecida pela venda de palha de aço, e pelos comercias: que seus produtos evoluíram com as mulheres. Bom, este texto é mais um protesto da forma machista e até mesmo ridícula que a sociedade encara as mulheres.

O futebol feminino que no Mundo, e no Brasil não seria diferente, e é tão estigmatizado e tão desprestigiado. Apesar de isso estar mudando nos últimos tempos, devido ao inegável talento das jogadoras. Mas, mesmo assim, continua não tendo espaço, continua sendo colocado como inferior etc etc etc.

Para reforçar tudo isso, a patrocinadora oficial deste torneio, por exemplo, é a Bombril. Não é nem uma marca de esporte conhecida, como no futebol masculino, ou outras tantas marcas importantes. É uma marca que vende produtos de limpeza em sua maioria, que todos e todas conhecemos pela pratica de reafirmação do machismo em suas propagandas, colocando que o papel da mulher é sempre o do cuidado da casa, que mesmo que ela cumpra outras tarefas na sociedade ela é a mulher 1000, que precisa de produtos de limpeza rápidos para cuidar do lar, subjugando nos mulheres e colocando a tarefa da limpeza e do cuidado sobe nossa responsabilidade.

Mais machista ainda é a Bombril entregar para Erika, a melhor jogadora do torneio e da final, uma cesta de limpeza e cosméticos, dizendo que aquela jogadora brilhou e que as mulheres brilham no futebol feminino. Me peguei pensando se assessoria de marketing da empresa aconselhou a repetir tantas vezes a palavra brilha em uma alusão e palha de aço Bombril.

Acho que é necessário fazermos o ataque a este tipo de pratica, as redes sociais neste tipo de caso tem se mostrado importante instrumento na luta por uma sociedade mais igualitária.

Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres !!!

*Caroline Bernardo é militante da Marcha Mundial das Mulheres, estudante de Direito, fotografa e estudante de web design http://carolinebernardo.blogspot.com/

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Formação Amanhã!

Oficina sobre a Reforma Política, a participação das mulheres e as políticas para mulheres no Pará.

Data: 10/12/11
Horário: 14 h
Local: Sindicato dos bancários.






Aguardamos todas.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Diálogos Feministas

Com: Isabela do Lago e Mariah Torres Aleixo*


No Lago – Olha, cabôca, finalmente deu tudo certo com mocinha lá na Santa Casa, ela fez o procedimento, tá um pouco fraquinha, mas passa bem, voltou pra casa dela, espero que aquele um “amigo” não a procure, porque de todo o aparato que chamam de aquelas coisas... “o Estado defende” ninguém ofereceu segurança pra ela, não.

Entre as Torres e o Aleixo - As delegacias da mulher, as casas-abrigo, os centros de acolhimento, a Lei Maria da Penha, bem como as promotorias de violência doméstica e setores especializados em violência contra a mulher em defensorias públicas, são conquistas dos movimentos de mulheres/feministas.

Essas vitórias decorrem de anos de uma luta que, entre outras palavras de ordem, tinha como lema “o pessoal é político”, ou seja, a esfera privada e a família são lugares onde fluem relações (desiguais) de poder, a sociedade e o Estado, devem olhar para isso, a fim de ajudar na instauração do paradigma da igualdade. Para tanto, durante muitos anos – e ainda hoje, com menor intensidade – foi estratégia feminista denunciar os casos de violência contra a mulher que, ou eram abafados como “problema de família”, ou tinham seus algozes absolvidos pelo argumento da “legítima defesa da honra.”

Além disso, as mulheres, na falta de políticas públicas, começaram a criar redes próprias para amparar aquelas em situação de violência. Nesse contexto, ficaram conhecidos os SOS –Mulher, principalmente o de São Paulo, que nada mais eram que a aglutinação de movimentos feministas, que captavam ( poucos) recursos públicos, criando um centro que recebia/acolhia mulheres que estavam sofrendo violência. Porém, tais centros funcionaram durante poucos anos, e devido a diversos problemas (com o financiamento e com os movimentos), fecharam as portas.

No Lago – Sim senhora, não descordo a merecendência do movimento social feminista, e esta é uma luta que ainda não acabou, mas quero mesmo é te contar, que na situação da dona coisinha lá (que eu não posso caguetar o nome), tudo se resolveu depois de imprensarem a moça contra parede umas tantas vezes durante a madrugada de internação, rolou a maior desconfiança, mana: off course que a moça tava só & zinha, e neste caso eu também. Explico: Tu te lembras, Aleixo, que noutro dia eu mesmíssima, tu, mais aquelazinha Luana, a Leila e um montão de mulheres fomos lá na Avenida Presidente Vargas? (vê, nome inglório pra uma rua tão importante que abrigou nossa Marcha das Vadias, tá vendo? Vai anotando aí!). Isso é movimento social feminista, né? Pois é, como eu tava só com minha filha de 4 aninhos, não podia acompanha-la no hospital, mana, eu fiquei doida, procurei essas mulheres que fizeram uma linda passeata, e todas estavam ocupadas(numa sexta-feira a noite, né), teve gente até que se justificou pra mim com a tala da desconfiança se era ou não real a conversa da companheira, e teve gente que conseguiu me dizer que não achava legal ir porque era um assunto particular dela. Ah, eu falo é mesmo!!! E olha que o caso foi estupro, baby.

Entre as Torres e o Aleixo - A professora Maria Filomena Gregori, no seu famoso estudo Cenas e Queixas – um estudo sobre mulheres, relações violentas e a prática feminista, pôde acompanhar os atendimentos feitos no SOS- Mulher de São Paulo até a sua reunião final e identificou, entre outras coisas, que o medo de parecerem, nas palavras das militantes, “assistencialistas”, fazia com que não amparassem devidamente muitas mulheres que procuravam ajuda. Segundo Gregori, o que parecia ser mais importante para as feministas do SOS- Mulher paulista era que as mulheres “tomassem consciência de sua opressão” e com isso saíssem das relações violentas nas quais estavam inseridas.

Ora, o que a vida real mostrou era que nem todas estavam dispostas a lutar por igualdade, a se tornarem feministas e romperem com uma série de barreiras e estereótipos colocados às mulheres: queriam apenas parar de sofrer violência. Para isso, infelizmente, as feministas não estavam ajudando tanto, de acordo com as reflexões de Gregori.

No Lago – Repito, foi estupro. E nem feministas de carteirinha, nem redes de contato in_formal, nem polícia, nem Maria do Pará, nem a família. NINGUÉM!!! Mas tá bem, continue...

Entre as Torres e o Aleixo - Após o “período dos SOS” o que se viu foi boa parte do movimento feminista saindo das ruas e indo formular/influenciar políticas púbicas. A tática parece render frutos até os dias atuais, uma vez que a Lei Maria da Penha fez cinco anos de vigência há poucos meses. No estado do Pará, por exemplo, há dez delegacias da mulher, há o Centro Maria do Pará, responsável por oferecer apoio psicológico, pedagógico e jurídico às mulheres em situação de violência e é presente em mais quatro municípios além da capital.

No Lago – Aqui fala alguém que trabalhou no Maria do Pará, aliás, alguém, parte da equipe que inaugurou o primeiro ano de trabalho naquela casa, no nosso tempo, não tinha verba pra pirotecnias vanglorísticas, mas a gente nunca deixou nenhuma mulher se lascar sozinha, antes pelo contrário...

Entre as Torres e o Aleixo - Poderiam ser listadas muitas outras políticas, mas o que importa é que o fato de elas existirem e serem executadas mostra que o Estado e, por conseguinte, a sociedade, reconheceram que a violência contra a mulher é um problema sério, que atinge a dignidade de todas nós e deve ser resolvido. Ou seja, é uma vitória das mulheres!

No Lago - Esta vitória conseguida após mais de 100 anos de feminismo, mas vamos refletir, vem sendo descartada por pessoas reais, pelas próprias mulheres. Que nos momentos mais críticos, esquecem que existe vida além da institucionalidade. O caso Mulher x Institucionalização feminista é mais grave do que os maus tratos e o descaso nas DEAMs, Abrigos e Centros de Referência (falo mesmo do Maria do Pará – Belém), ainda há a problemática falta de conhecimento de todos e todas pela causa. Estamos vivenciando um maldito revés, onde a mulher que sofre violência é, antes de tudo criminalizada, além de vivenciar estupro, tem de passar por traumas quando procura ajuda, tanto quando vai denunciar procurando seus direitos, quanto quando procura sua rede de contatos in_formais (amigas, familiares e tal, e tal...). É nesse momento que se estabelece um diabo de caos. Na vida prática, maninha, a Escolástica é uma vasilha de nada com nada dentro. E eu sei bem de onde é que vem tudo isso.

Entre as Torres e o Aleixo - Porém, o medo do “assistencialismo” ainda parece rondar a prática de muitos movimentos e mulheres feministas. Para estes, o essencial ainda é esclarecer as mulheres quanto a sua opressão, depois disso “tá tudo resolvido.” Porém, acredita-se aqui que as duas vias são importantes, afinal, garantir a dignidade das mulheres não é lutar pela igualdade? Não é ser feminista?

No Lago – É sim, mas dá pra socorrer a pessoa que tá em situação de alto risco, de preferência antes que ela morra? Dá pra acreditar em transgressões, sejam elas individuais ou coletivas, que não venham acompanhadas de alguma ternura?

Entre as Torres e o Aleixo - Por isso, precisamos estar unidas sempre, manter uma rede de mulheres aptas a ajudar umas as outras. As políticas públicas e tudo o que foi institucionalizado para dar cabo da violência é importante, executa ações, mas pode falhar. Ou nem mesmo isso. Por ser aparato do Estado muitas vezes não dispõe de companhia, ombro, colo, que é o que uma companheira pode dar à outra, quando se passa por situações que nós mulheres sabemos o quanto são difíceis. Caso o sistema falhe, onde estarão as companheiras para estender a mão?

No Lago – Era justamente aí que eu queria chegar, Aleixo, aliás até te agradeço o apoio que você nos deu. Y en nombre de este amor, que eu costumo confundir amor e solidariedade nessas horas (tenha paciência comigo, sou artista), saiba que aos 40 minutos do segundo tempo, quem me ofereceu a mão foram duas comparsas de minha escola de Direito feminino, Ediane Jorge (que segurou minha filha pra eu poder entrar no hospital) e Jureuda Guerra que, já no domingo estava de plantão lá??? (e olha que a história todinha começou desde a segunda feira). Viu, existe vida, existem seres humanos em sofrimento para além de toda a institucionalidade. Ora veja só você, se tem lá alguma graça, a gente querer revolucionar anos e anos de machismo-cristão-ditadura política sem se envolver pessoalmente com as causas, então agora o papel é só do Estado, ah, que se foda esse mundo burocrata eu quero é ter confiança na companheirada toda!

Entre as Torres e o Aleixo - Ao que parece, precisamos de uma espécie de “SOS- Mulher em rede”, formado por mulheres prontas para ajudar as outras, independente da existência de delegacias ou quaisquer centros. As discriminações que sofremos quando passamos por situações de violência nenhuma lei ou política consegue fazer acabar. São essas discriminações/ preconceitos que nos impedem, por exemplo, de ir à delegacia fazer ocorrência, mesmo quando ela existe (e que bom que ela existe!). Sempre vejo nos cartazes que “o feminismo é a idéia radical de que as mulheres são gente.” Vamos colocá-la em prática!

No Lago – Agora você falou & disse uma fala bem bonita, mas eu não vou te deixar encerrar a conversa assim não. Por falar em “prática’” Baby, vamos repensar a prática do nosso olhar, é que vivemos o inferno dum olhar alheio que traz a imutabilidade e a perda de liberdade do existir e, consequente-mente, do ser (!!!) há muitos olhares sobre a Amazônia. Há muitos olhares sobre a mulher amazônida, como se esta fosse incapaz de expressar ou compreender seus sentimentos y ninguém discute a inter_ferência branca(e ponha ferência nisso!) na nossa cultura cotidiana, isso vai dar mangas nos nossos panos, aviso: aqui onde o modelo de “progresso” implantado com a colonização branca até hoje trai a confiança de meninos e meninas, ofende e humilha a honra de homens e mulheres.

Escuta aqui, somos campeões brasileiros no ranking da violação de direitos humanos, as pessoas precisam parar de fingir que com as políticas públicas já está tudo bem, aqui em Belém, nessa uma cidade – cortina cenográfica localizada em frente ao rio-mar, de banda pra favelização das comunidades rurais e ribeirinhas e cada vez mais distante das matas onde vivem os deuses da natureza que deveriam nos proteger (canta pra chamar teus ancestrais, gatinha, e ouve, eles vão te dar a maior pressão).

Então, minha nêga se este tal de povo que pensa que tudo é política não começar a pensar que existe cultura, e que quando se fala em cultura não dá pra pensar em bom e mau, certo e errado, ou feio e bonito, nunca vamos poder contar com nadica de nada. A luta corre o risco de andar sempre pra trás mesmo. Bora adicionar coisas às coisas todas, pra mexer, pra balançar e ler cartazes dizendo “O feminismo amazônida é a idéia radical de que as icamiabas são gente, porra!!”

Entre as Torres e o Aleixo – É assim que se fala, maninha!


*Mariah Aleixo é estudante de Direito e militante da MMM/PA e Isabela do Lago é Artista, Cineclubista e Feminista, claro.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Afegã presa por ter sido estuprada obtém perdão judicial.



Por Jan Harvey - Reuters

O Afeganistão concedeu perdão judicial a uma mulher que foi presa por adultério depois de ser estuprada por um familiar, disse nota da presidência afegão, num caso que ilustra a precária situação dos direitos femininos no país.
Não ficou claro se a moça, de 21 anos, conhecida como Gulnaz, continua tendo a intenção de se casar com o estuprador, que é marido de uma prima dela. O casamento havia anteriormente sido apresentado como alternativa à pena prisão, e ela inicialmente aceitou.
Mas a advogada de Gulnaz disse que o perdão não depende mais de ela aceitar o casamento com o estuprador, que está cumprindo pena de sete anos de prisão pelo crime.
O perdão presidencial, divulgado na noite de quinta-feira, é raro nesse país muçulmano fortemente conservador. O caso de Gulnaz atraiu a atenção internacional porque ela participou de um documentário encomendado pela União Europeia, mas que permaneceu inédito a pedido de diplomatas europeus em Cabul, temerosos de que as mulheres retratadas sofressem represálias.
Kimberley Motley, advogada norte-americana que defende Gulnaz, espera que sua cliente seja libertada em breve e vá para um abrigo feminino. A advogada disse que está tentando descobrir se o estuprador também será solto caso o casamento se realize.
Gulnaz solicitou nesta semana o perdão do presidente Hamid Karzai, e a nota do palácio disse que uma comissão de juristas foi favorável.
A moça foi inicialmente sentenciada a dois anos de prisão por "adultério à força". Em segunda instância, a pena subiu para 12 anos. Num terceiro recurso, caiu para três anos, e a exigência de que ela se casasse com o estuprador foi retirada.
Gulnaz engravidou em decorrência do ataque, e sua filha nasceu há quase um ano na penitenciária feminina da Badam Bagh.
Motley disse que o caso criou uma jurisprudência que pode levar à libertação de outras mulheres com base na Lei de Eliminação da Violência contra as Mulheres. "Entendo que, hoje, o Judiciário está também revendo os prontuários de outras mulheres em Badam Bagh", disse a advogada.
O palácio presidencial não comentou se há outros casos sendo avaliados.
(Reportagem de Jan Harvey e Emma Graham-Harrison) 

Penúltimo sábado de Formação da MMM (Módulo I)


Você vai participar?

Data: 03/12/11 (amanhã)
Horário: 9h às 12h
Tema: "Economia Solidária para a construção de uma Economia Feminista"

Local: Sindicato dos Bancários (Rua 28 de setembro, entre Quintino Bocaiúva e Doca de Souza Franco)

Não falte!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Dia Internacional de Luta Contra a Violência à Mulher


Atividades:

25/11/11, às 11h, no prédio do Vadião na UFPA.
27/11/11, às 8h30, em frente ao Teatro da Paz na Praça da República.

Distribuiremos laços brancos e falaremos NÃO a todas as formas de violência contra a mulher. Participe!!!



*Por Lorena Abrahão

25 de novembro é a data que há 30 anos marca a luta contra a violência sofrida por mulheres. Inicialmente chamado como Dia Latino americano e caribenho de LUTA CONTRA A VIOLÊNCIA À MULHER quando surgiu no I Encontro Feminista Latino-americano e do Caribe, em 1981. Essa data foi escolhida para homenagear as irmãs Mirabal (Minerva, Pátria e Maria), da República Dominicana, que foram estupidamente torturadas e assassinadas durante a ditadura Trujillo (1960).

A Marcha Mundial das Mulheres no Pará terá atividade em parceria com professoras e alunas dos Institutos Jurídicos e de Saúde da Universidade Federal do Pará. Ocorrerá a distribuição de laços brancos, símbolo do cuidado e paz para mulheres vítimas de violência para marcar o 25 de novembro.

O cerne deste cárcere que é este tipo de violência está no machismo sustentado por uma sociedade capitalista, conservadora e patriarcal que prima pelo controle da vida, dos corpos e da sexualidade da mulher; e ao mesmo tempo, reafirma a suposta essência de subordinação das mulheres. Muitos desses crimes são romantizados pela mídia e a sociedade reconstrói com seu senso-comum, a idéia cruel de responsabilizar as mulheres pelos crimes que na verdade foram as vítimas.

Há um dado relevante na pesquisa realizada pela Subsecretaria de Pesquisa e Opinião Pública do Senado Federal (2005) com os dados do Disque-denúncia (nº 180): entre as mulheres agredidas, 71% foram vítimas mais de uma vez e 50% quatro vezes ou mais, o responsável por essa agressão em 65% dos casos é o marido ou companheiro. Aqui merece o destaque para o quanto a autonomia financeira das mulheres influencia na sua decisão de dizer um “BASTA” à violência física e psicológica.

Especificamente, no Pará, as políticas públicas em combate a estas agressões ainda são muito tímidas e pouco eficazes. Apesar das delegacias das mulheres, a violência contra a mulher, no geral, ainda não é tratada com um recorte de gênero. Enquanto o machismo não for visto e tratado como opressor e violento, não teremos uma sociedade em que todas as mulheres possam ter direito sobre seus corpos e suas vidas.

A violência contra as mulheres é realidade na vida de milhões de brasileiras e é uma violência sexista, a qual precisa da alteração de padrões e comportamentos que permitam uma sociedade igualitária em que mulheres e homens gozem dos mesmos direitos e oportunidades.

A Marcha Mundial das Mulheres repudia todas as formas de opressão e violência. Continuaremos a seguir em marcha até que todas sejamos livres!


*Lorena Abrahão é militante da MMM desde 2008, graduanda em Letras pela UFPA e é colaboradora do movimento sindical das trabalhadoras e trabalhadores bancários do Pará.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

SÁBADO: reunião e formação!!!

# Lembram que neste sábado (19/11) teremos formação?


# Lembram também que marcamos reunião para o mesmo dia devido às nossas agendas?


# Pois então, aguardamos todas no próximo sábado, a partir das 14h (14h mesmo!)!!!






# Onde? Lá no Sindicato dos Bancários (Rua 28 de setembro, 1210 - pertinho da Doca)




- No próximo post colocaremos a pauta da reunião e os detalhes da formação.

domingo, 6 de novembro de 2011

Oficina de Movimentos Sociais e o Recurso ao Direito Penal!

O Grupo de Estudos e Pesquisas “DIREITO PENAL E DEMOCRACIA” da UFPA, convida para a oficina: MOVIMENTOS SOCIAIS E O RECURSO AO DIREITO PENAL, a ser realizada com a Profa. Luanna Tomaz de Souza, advogada, mestre em direito e professora da UFPA (e militante da MMM) e Diogo de Souza Monteiro, presidente da comissão da diversidade sexual da OAB.


Quando? 
Dia 22/11 (às 17h).
Onde?
 Auditório Ary Brandão ( Bloco LP-altos).
Quanto?
Não paga nada, inscrições gratuitas no dia.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011



Queremos desejar boa viagem à marchante Bianca Maués que irá representar o Pará na reunião de coordenação nacional da Marcha Mundial das Mulheres em São Paulo.


Boa viagem, bons estudos, debates e muita responsabilidade no planejamento!


Aproveitamos também para saudar todas as militantes da MMM que estarão presente no encontro!!!




Recado aos navegantes:
Continuaremos a seguir em Marcha até que todas sejamos Livres.

Sábado terá formação? Terá sim senhoras!



♫Pra mudar a sociedade do jeito que a gente quer, participando sem medo de ser mulher♫


No próximo sábado, 5 de novembro, das 9h às 12h, realizaremos o 6º sábado de Formação Feminista da MMM lá no Sindicato dos Bancários do Pará (Rua 28 de setembro, 1210, bem pertinho da Doca). Já que o acesso ao Blog está cada vez mais diversificado, para situá-los, escrevemos de Belém do Pará. 


Tema: Reforma Política e a Participação das Mulheres.


Por que o tema?
Precisamos discutir o por quê de mais mulheres nos poderes representar mais democracia! 


Já fez sua inscrição?
Tá aqui o link http://mulheresemmarcha.blogspot.com/2011/08/ficha-de-inscricao-da-formacao-mmmpa.html





quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Financiamento colaborativo, contribuir para fortalecer!




Companheiras,

muitas nos escreveram pedindo mais informações sobre o financiamento colaborativo para garantir a participação do Brasil no Encontro Internacional da MMM.

Aqui vão algumas respostas que nos ajudam a dialogar com parceiras/os que podem contribuir com doações.

1. Esse site é confiável? - O “Catarse” é um site que apresenta projetos criativos para serem financiados através da internet. É a primeira plataforma deste tipo no Brasil, é um site seguro e existe um processo de seleção dos projetos. Por isso, os projetos do Catarse são coletivos, devem ter algum produto criativo e que possa ser compartilhado com quem doou e pela internet. A proposta de oferecer recompensas para as pessoas que financiam os projetos serve tanto para estimular a colaboração, como para compartilhar os resultados do projeto. Alguns exemplos de projetos que passaram pelo Catarse: revista OCAS, projetos da Casa de Cultura Digital, Catraca Livre, peças de teatro, entre outros.

2. Como doar? É seguro?- As pessoas ou entidades podem doar a partir de seu perfil em redes sociais como twitter, orkut, facebook, e-mail do yahoo ou do google. Uma dica para as companheiras que não tenham perfil nestas redes sociais é que recolham o dinheiro e façam uma única doação a partir de uma companheira que tenha. As doações podem ser identificadas ou anonimas. As doações podem ser feitas via cartão de crédito, boleto bancário ou débito em conta corrente. O pagamento é através do MoIP – um site de pagamento seguro pela internet.

3. E se não alcançar o valor total? - Os projetos tem um prazo para a doação. Caso o valor total não seja alcançado neste prazo, todas as pessoas que doaram recebem de volta sua doação. Assim, os projetos só recebem o financiamento se alcançarem o total do valor indicado dentro do prazo.

Nós ainda precisamos de mais da metade do valor, e temos apenas 8 dias.

[...]

O link direto para nosso projeto é esse aqui ---> http://catarse.me/pt/projects/366-feminismo-no-mundo

Saudações feministas

Marcha Mundial das Mulheres

domingo, 9 de outubro de 2011

Consumo e sexismo no dia das crianças


*Por Raíza Wallace Guimarães da Rocha

Esse seria um excelente dia para os pais passarem mais tempo com seus filhos e filhas, brincando e ensinando a importância de viver coisas típicas da infância. E não incentivando a ser adultos mirins, sexistas e consumistas compulsivos.

Como estudante de Terapia Ocupacional, reconheço a importância do brincar para o desenvolvimento sócio psicomotor da criança. Porque sei que é através do brincar que ela vai desenvolvendo habilidades motoras, sensoriais, cognitivas, SOCIAL e emocional. E por isso acho essencial que tenhamos cuidado com os brinquedos que damos a essas crianças.

Você já reparou se os brinquedos que você está comprando não estão impondo padrões
comportamentais sexistas?

Você dá bonecas, joguinho de panela, Barbie, fogãozinho, batedeira, bebezinhos, para as meninas. E os caminhões, carros, bola, monstros, para os meninos. E depois nem desconfia o motivo pelo qual sua filha cresce achando que nasceu pra ser mãe, que fazer os serviços domésticos é uma responsabilidade somente sua, que precisa investir em sua 'beleza', só por ter nascido mulher.
Enquanto seu filho acha que precisa gostar de futebol, odiar rosa, ser o motorista (sim, porque mulher no volante é perigo constante, não?), não pode gostar de bonecas e nem fazer trabalhos domésticos.

As propagandas de brinquedos direcionadas às crianças incentivam um consumo desacerbado e esteriótipos retrógrados. As meninas querem ser princesinhas, que usam salto alto, maquiagem, não brincam de correr, possuem um celular, precisam ser magras e ter cabelo liso como a Barbie (ou seja, a menina que é negra, gorda e tem o cabelo afro, se rejeita e é rejeitada... Não é a toa que vemos milhares de meninas alisando o cabelo e fazendo dietas malucas para sentirem-se 'bonitas'). Já os meninos querem jogar video-game, futebol, jogos bélicos,etc. A ideia de poder, força e vitória é direcionada a eles, enquanto que maternidade, sonhos e beleza estética são predominantes em anúncios para meninas.

As crianças almejam ser como as das propagandas, tanto no aspecto estético, quanto no fato de terem todos os brinquedos à sua disposição e refeições à base de fast-food (imagina o impacto disso para uma criança pobre?). É aí que surge uma lógica consumista que modela as relações da criança consigo e com o mundo. Então inicia-se a assimilação de que a felicidade está associada ao consumo e uma falsa necessidade.

Precisamos contestar esses hábitos sexistas, que são resultados de uma manipulação silenciosa. Não compre produtos com propagandas sexistas ou que estimule isso. Não incentive o consumo desacerbado. Será que essa criança realmente precisa de brinquedos novos?

Até quando você transformará o brincar, que deve ser uma experiência emancipatória, em uma prática nociva e reprodutora de esteriótipos e padrões sociais? Precisamos refletir sobre os impactos disso na condição da mulher, na representação das relações no interior da família, nos sonhos e relações sociais ou continuar com essa venda nos olhos achando que o machismo e sexismo são coisas inatas."

* É estudante de Terapia Ocupacional, militante da Marcha Mundial das Mulheres e do Coletivo Feminista Conceição Evaristo.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Carta de apoio a SPM pela suspensão da propaganda da HOPE

Carta de apoio a SPM

Nós, da Marcha Mundial das Mulheres, expressamos nosso apoio à Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres (SPM), especialmente à Ministra Iriny Lopes, pela posição firme, destemida e comprometida com a construção da igualdade entre homens e mulheres.

A contestação e pedido de suspensão junto ao CONAR da propaganda da Hope foi uma medida assertiva por parte desta Secretaria. A construção da SPM e SEPPIR, ainda no governo Lula, afirmou o avanço na compreensão de que o combate às desigualdades de gênero e raça é obrigação do Estado.

A SPM tem se destacado na construção de políticas de igualdade desde o enfrentamento à violência contra a mulher e, neste momento, aponta como prioridade a construção de autonomia econômica e pessoal das mulheres. De nada adianta construir políticas de igualdade de um lado e não atuar para que alterar os mecanismos que mantém e reproduzem a desigualdade na sociedade. Portanto, é parte das políticas de igualdade atuar para que os estereótipos e preconceitos não sejam reproduzidos.

A propaganda em questão reforça um estereótipo discriminatório com relação as mulheres: reproduz a idéia da mulher consumidora exacerbada e irresponsável, quando, na realidade, estudos demonstram que as mulheres aplicam o dinheiro com mais responsabilidade. Não é a toa que o próprio governo usou este dado como critério para o programa Bolsa Família, em que as mulheres compõem a grande maioria de titulares.

Esta propaganda difunde o mito de que os homens são os únicos provedores e que toda mulher tem um provedor ao seu lado arcando com as despesas. Reproduz, assim, um modelo que não condiz com a realidade brasileira, já que cerca de 35% das famílias são chefiadas por mulheres, sem contar as que compartilham as despesas, mesmo com todas as desigualdades ainda existente no mundo do trabalho.

Além disso, a propaganda é preconceituosa ao insistir no jargão de que as não sabem dirigir, sendo que hoje os seguros de carros são mais baratos para as mulheres, baseado no fato de que as mulheres se envolvem em menos acidentes no trânsito. Por fim, a propaganda é pouco criativa ao reproduzir e incentivar a idéia de mulher objeto, incapaz de ter outras soluções para enfrentar os problemas cotidianos.

Repudiamos a grande imprensa, burguesa e medíocre, pois toda vez que os conteúdos preconceituosos e as injustiças propagandeadas são questionados, eles tentam fazer crer que se está impedindo a liberdade de expressão.

Seguimos em luta todos os dias, contra todas as tentativas de transformar as mulheres em mercadoria!

Toda a nossa solidariedade a Secretaria Políticas para as Mulheres!

Marcha Mundial das Mulheres

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A Clara nasceu!


Nasceu na noite do último sábado, dia 01.10.11, a nossa Clara.

Origem do nome: Clara Zetktin para a mamãe por sua contribuição ao 8 de março; e Clara Crocodilo para o papai, pela composição do músico brasileiro Arrigo Barnabé no final dos anos 70.

Clarinha é filha da militante e fundadora da MMM no Pará, Tatiana Cibele, mais conhecida como Tati. Nasceu com 3,640 kg, 50 cm, tem os olhos azuis e não tem dificuldade nenhuma em mamar (quero dizer que a menina é apetitosa minha gente!).

É verdade que nossos anseios são os de que Clara seja feminista e dê continuidade em nossas lutas por uma sociedade mais justa e igualitária, porém, sabemos que a Clarinha terá a liberdade em suas escolhas e de qualquer forma, temos a esperança que crescerá em um lugar melhor, mais humano e menos sexista de se viver!

Desejamos uma ótima recuperação para a Tati e que logo a Clara possa contribuir com suas intervenções em nenenês nas reuniões da Marcha Mundial das Mulheres.

A foto é de autoria do David Alves.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Além dos lucros, alta rotatividade e questão de gênero motivam greve dos bancários

A greve do setor, que entra em seu terceiro dia nesta quinta-feira (29), também tem origem na insatisfação dos trabalhadores com a rotatividade do emprego, sobretudo aquela relacionada à troca de funcionários de mais altos salários por jovens com menor remuneração. Em média, bancárias ainda recebem 24% a menos do que os homens. 
Um estudo do Dieese ajuda a dimensionar esse fenômeno. No primeiro trimestre de 2011, os bancos desligaram de seus quadros 8.947 trabalhadores, que possuíam um salário médio de R$ 4.086,32, e contrataram 15.798 novos empregados, com remuneração média de R$ 2.330,25.

Apesar do saldo positivo de 6.851 vagas geradas, a diferença salarial entre admitidos e desligados foi de 42,97%, acima do verificado no ano anterior, de 37,57%.

De acordo com o técnico do Dieese Miguel Huertas Neto, um dos responsáveis pela pesquisa divulgada em julho, a rotatividade explica porque, nos últimos seis anos, os bancários empregados acumularam reajuste real de pelo menos 12,2%, mas a média salarial do setor subiu apenas 3,6% – de R$ 4.278, em 2004, para R$ 4.435, em 2010, em valores já corrigidos pela inflação.

Com remuneração menor, a juventude é a nova cara do trabalhador bancário. Entre os 15.798 funcionários admitidos nos primeiros três meses deste ano, 72,84% tinham até 29 anos. Já entre os trabalhadores com mais de 40 anos, houve 2.002 mais desligamentos do que admissões.

Rosalina Amorim, presidenta do
Sindicato dos Bancários do Pará
e militante da MMM

Questão de gênero
Os dados da pesquisa do Dieese revelam que isso também ocorre porque as instituições financeiras têm contratado menos homens e mais mulheres, para quem costumam pagar menos.

Segundo o estudo, as mulheres desligadas saíram do banco com rendimento médio de R$ 3.410,41, valor 27,41% inferior àquele auferido pelos homens (R$ 4.697,90).

Na contratação, a mão-de-obra feminina começa a trabalhar ganhando, em média, R$ 2.004,21, enquanto os admitidos do sexo masculino receberam o equivalente a R$ 2.639,32 – 24,06% a mais.

O Dieese aponta que o degrau salarial que separa homens e mulheres permaneceu do mesmo tamanho quando comparado aos 24,10% registrados em 2010.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Saiba mais sobre a Marcha no sábado de formação feminista.

Dia 1 de outubro (sábado), de 15h às 18h, vai rolar o 5º Sábado de Formação Feminista da MMM. Será no Sindicato dos Bancários (Rua 28 de setembro, 1210). Tema: A MMM internacional e a auto organização das mulheres.

Vamos falar da Carta de fundação da Marcha Mundial das Mulheres, das nossas Ações Internacionais e também porque é importante as mulheres estarem auto-organizadas para atuarem como um movimento social autônomo, mas com presença e alianças com demais movimentos sociais e organizações políticas.

Participe! 

OBS: Houve algumas mudanças na ordem dos temas da formação. Veja no topo do Blog, na parte da FORMAÇÃO.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Um Protesto em Forma de Homenagem ou Pelo Direito de Decidir

*Mariah Aleixo


Peço licença aqui para falar sobre duas militantes da Marcha Mundial das Mulheres/PA, Gisele ou simplesmente “Gi” e Tatiana, ou somente “Tati.”

A Gi tem uma filhinha linda, de um ano, a Cecília. Anda cada vez mais danada e é a “mascote” enquanto a Clara não chega para roubar o posto dela. Clara é a filha da Tati que está para nascer, inclusive pode estar nascendo agora mesmo, pois a mãe já desfila com um lindo barrigão.

Ano passado, em 2010, houve uma grande ação da MMM mundial, todas resolveram, literalmente, marchar por igualdade, por paz, pelo fim do machismo e tantas outras bandeiras que nos UNEm ( para fazer referência ao post de baixo). Apesar de não ter ido para a marcha que aconteceu no Brasil, de Campinas até São Paulo, ficou marcada para mim – e creio que para muitas de nós – a foto da Gi, com o barrigão marchando. Outro momento da Gi grávida que me marcou muito foi a participação dela em uma das mesas do pré-encontro de Mulheres Estudantes (Pré- EME) de 2010, que abordava o tema do Aborto.

No pré-EME deste ano, a Tati, já grávida, debateu sobre a Legalização do Aborto. Ela, que ainda carrega a Clara no ventre (mas não por muito tempo) saiu pela Marcha das Vadias exibindo a barriga, que estava pintada de batom com a palavra LIVRE.

Recentemente a Estella, uma de nossas integrantes, defendeu a Dissertação de Mestrado, inclusive postamos aqui o convite para quem quisesse ir conferir. Pude ler os agradecimentos e entre tantas coisas, ela agradecia à MMM e a todas as companheiras da Marcha, deixando claro (ou Clara?) que a militância no movimento feminista tinha influenciado sobremaneira a escolha do tema da pesquisa de mestrado. Ela dizia que defendia o direito ao Aborto para que Cecílias e Claras pudessem, num breve futuro, decidir sobre os seus próprios corpos.
Nas situações que eu mencionei aqui: quando a Gi e a Tati, grávidas, debatiam sobre a possível e necessária Legalização do Aborto e marchavam exibindo suas barrigas bradando a palavra de ordem “Legalizar o Aborto, direito ao nosso corpo”, pela grande marcha da MMM ou pela Marcha das Vadias; elas estavam, de fato, defendendo a LIBERDADE. Liberdade para as mulheres decidirem.

Imagino que tenha causado espanto ver uma mulher grávida defender o direito ao Aborto. Mas isso foi e é positivo porque desfaz o imaginário de “aquelas feministas” que defendem o aborto não querem proteger a vida. Porém, queremos tanto defender a vida, que achamos que ela não pode surgir/vingar em quaisquer condições, é preciso desejo e possibilidade de ser mãe. A Gi e a Tati, as mais recentes mães da MMM/PA, assim como a Karol (a nossa “Super mãe”) de alguma maneira, entre problemas e incertezas, optaram por ter suas filhas. Mas elas, e todas nós, certamente, esperamos e lutamos pelo dia em que não haverá mais problemas e tantas incertezas a respeito do futuro de nossa vida e de nossos corpos.
Enquanto isso não acontece, dissertações de mestrado, protestos de rua, oficinas, blogs e tantas outras maneiras de expressão e debate serão as nossas armas para garantir o Aborto Legal e Seguro como direito de todas. Nesse 28 de setembro ( Dia Latino Americano e Caribenho pela Legalização do Aborto) a palavra na barriga da Tati nunca fez tanto sentido.



*Mariah Aleixo é estudante de Direito e militante da MMM/PA.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Marcha Pela Legalização do aborto: Essa Luta nos UNE!



Convidamos a todos e a todas para que Amanhã invadam as redes sociais com o hastag #legalizaroaborto. A idéia é essa mesma, no dia 28 de setembro, no caso amanhã, é o dia Latinoamericano e Caribenho pela Legalização e discriminalização do Aborto.

Assim, em uma ampla mobilização nacional convidamos a você para participar através das redes sociais, publicando no twitter, facebook, orkut etc o nosso mote #legalizaroaborto.

Muitos estão se organizando para além disso fazerem uma blogagem coletiva, que trata-se do fato de colocar no nosso blog matérias/textos/artigos que falem sobre a Legalização do Aborto criando uma ampla rede nacional.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Audiência na OAB-PA sobre o caso da menor violentada na Colônia Agrícola

A Câmara dos Deputados instituiu comissão externa para acompanhar as investigações sobre a denúncia de abuso sexual a uma menor na Colônia Agrícola Heleno Fragoso, na cidade de Santa Isabel do Pará.

A comissão será coordenada pela deputada petista Janete Pietá (SP) e contará com a participação de Érika Kokay (PT/DF), Domingos Dutra (PT/MA) e Arnaldo Jordy (PPS/PA).

Hoje (26/09), às 14h, haverá audiência promovida pela Comissão na OAB-PA (Largo da Trindade). Importante afirmar que o caso é grave não apenas pela idade da vítima, precisamos ressaltar a verdadeira rede de exploração de mulheres na qual ela foi envolvida, cujo objetivo era satisfazer as "necessidades" sexuais masculinas. Mais grave ainda é a omissão do Estado diante de tamanha violência.

Conforme denunciamos na Marcha das Vadias, também neste caso parece que a linha adotada por alguns será discutir o comportamento da vítima, invés de questionar a violência sexual por ela sofrida. Um absurdo!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Sábado terá Formação Feminista. Venha!!!


CONVOCATÓRIA

Por Rafaella Moura*

Ao tentar encontrar a melhor forma de convocar o maior número de mulheres para a formação que irá ocorrer no próximo sábado, pensei se deveria buscar textos de grandes companheiras, com vasta experiência no assunto, ou talvez militantes da causa de outros países, grandes nomes, que sempre servem de base para a fundamentação da luta pelos direitos das mulheres. Porém, talvez de forma pretensiosa, resolvi convoca-las através de um discurso próprio. Um relato de uma mulher que sempre se indignou com a violência contra a mulher, mas só agora se tornou feminista.

Há um tempo atrás, não tinha idéia da dimensão do movimento feminista no mundo, e em particular no nosso país. Há cerca de um ano, comecei a vivenciar uma experiência que mudou minha vida, de verdade. Sempre me revoltei com casos de violência contra a mulher, mas nunca percebi, o quanto essa violência é mascarada, como ela pode tomar várias formas e entrar na nossa vida sorrateiramente e acabando por se tornar comum, comum a ponto de se tornar normal, normal a ponto de realmente acharmos que deixou de ser violência e passar a ser o que hoje classifico como “costume social”.

Quando, de repente, vimos em noticia que uma mulher foi queimada com ferro de passar roupa pelo próprio "companheiro" e que ele escreveu seu próprio nome com faca quente no corpo da vítima, fica clara e dolorosamente evidenciada a violência, e isso nós causa obviamente revolta, mas antes do feminismo, a única coisa que me acontecia era a REVOLTA, mas o que eu fazia com essa revolta? Adivinhem...isso mesmo, eu não fazia nada! Era difícil imaginar o que eu poderia fazer, como poderia ajudar, na verdade acredito que era bem mais fácil não me mexer, afinal, concordo com a nobre companheira Rosa Luxemburgo, quando nos mexemos, nos damos conta das amarras que nos prendem. E foi aí que aconteceu a verdadeira REVOLUÇÃO na minha vida, quando descobri o feminismo, ou melhor, nos descobrimos. Percebi como posso ajudar, posso até evitar, é emocionante ver o quanto os nossos gritos nas rua, as palavras de ordem,os congressos, as formações, são efetivos na luta, a luta nossa de cada dia, em nossas casas, no trabalho, nas universidades, podem acreditar, mudam sim a vida de muitas de nós, resgatam à vida perdida de muitas mulheres e até aquele tipo de violência, o “costume social”, quase imperceptível pra algumas, como a infeliz colocação de Rafinha Bastos, quando diz que: - as mulheres ‘feias’ deveriam agradecer seu estuprador. Fica cada vez mais evidente, hoje consigo odiar certos comerciais, piadinhas, e até já deixei de ouvir certas bandas que adorava, porque hoje vejo o grau de humilhação que certas letras nos sujeitam, e ontem, confesso, até chorei ao ver um filme onde uma mulher era brutalmente assassinada, porque ao ver a cena, penso em todas as mulheres que passam rotineiramente por isso.

É mulherada, espero que esse simples relato tenha servido para as que já estavam quando a ‘caloura’ aqui chegou, que a luta de vocês prospera cada vez mais, e para as recém-chegadas e as que ainda nem conhecem o feminismo, se inspirem, e vejam que existem mulheres que são iguais a vocês, que não querem e não vão se calar, diante de qualquer que seja o tipo de violência contra uma de nós.

Pra encerrar divido com vocês um pensamento que tive, quando ouvi de um militante, de um movimento que agora prefiro não citar, onde ele afirmou que as mulheres feministas eram mal amadas, me permiti pensar sobre o assunto, já que de certa forma fomos condicionadas a pensar como ele; conclui então que ao contrário do que ele afirmou, as feministas são muito bem amadas, são mulheres que se amam tanto, e que transmitem isso entre si, que não se sujeitam a viver com nada mesmo que dignidade e igualdade e é por isso que seguiremos em Marcha até que todas sejamos Livres!

*Rafaella Moura é estudante do curso de Direito da UFPA e militante da Marcha Mundial das Mulheres desde 2010.

Será facilitadora da Formação Feminista da MMM/PA, junto com Bianca Maués, também estudante de direito da UFPA e militante da MMM. Aguardamos todas no dia 24/09, às 9h, no Sindicato dos Bancários do Pará.

sábado, 17 de setembro de 2011

Defesa de Dissertação

Na segunda dia 19.09.2011, às 16h, Estella Libardi de Souza defende sua dissertação de mestrado denominada: Aborto, Sexualidade e Direitos Humanos em escritos do Judiciário, diante de uma banca qualificada composta pelos professores doutores: Sérgio Luis Carrara (UERJ/CLAM) e Antonio Maués (PPGD/UFPA), convidamos @s interessad@s no tema e os amig@s da candidata a comparecer ao evento que terá lugar bo ICJ.

A Estella é militante da Marcha Mundial das Mulheres desde 2005, ajudando a fundar o Coletivo de Mulheres Estudantes da UFPA e a MMM/PA

VAMOS TODAS!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Quando as mulheres conquistaram o direito ao voto pela primeira vez?

Foi em 1893, na Nova Zelândia, que as mulheres conquistaram o direito ao voto, pela primeira vez no mundo. Em 1918, a Alemanha e o Reino Unido adotaram o sufrágio feminino, que só chegaria à França, Itália e Japão no ano de 1945.

No Brasil, o Código Eleitoral Provisório instituiu o voto feminino em 1932, mas era restrito às mulheres casadas, viúvas e solteiras com renda própria. Dois anos depois (1934) as barreiras cairam e todas podiam votar, mas o voto só era obrigatório aos homens. Apenas em 1946 a obrigatoriedade se entendeu às mulheres.

Sabe qual era o argumento contrário ao voto feminino na Constituinte Brasileira de 1890? A proposta era "anárquica, desastrada, fatal e decretaria o fim da família brasileira". Ai, ai...

Fonte: Almanaque da Mulher: a incrível jornada (publicação da Sec. Nac. da Mulher Trabalhadora da CUT Brasil, 2009)

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O machismo mata e humilha todos os dias, milhares de mulheres.

Abaixo, reproduzimos matéria sobre mais um caso chocante de violência contra as mulheres. Numa demostração de poder (posse, negação de autonomia, disposição sobre o corpo, etc.) sobre sua ex-mulher, Neliton quer literalmente marcá-la com seu nome.

Vivemos numa sociedade inegavelmente machista, nos chocamos quando vemos casos tão fortes quanto este, mas a verdade é que o que sustenta esse tipo de comportamento é bem mais comum do que pensamos, está nas piadas, no fato das mulheres mudarem de nome quando casam, está no controle sobre nossas roupas e horários, está em dizer que somos culpadas pelos estupro que sofremos por andar tarde na rua ou estar de mini-saia etc etc etc.

O machismo mata e humilha todos os dias, milhares de mulheres.

Ex-marido escreve seu nome com uma faca quente nas costas da mulher

POR RICARDO ALBUQUERQUE
Rio - A dona de casa Paula de Souza Nogueira Farias, de 22 anos, foi torturada por mais de quatro horas pelo ex-marido Neliton Carvalho da Silva, de 25, na presença do filho de um ano e meio, Nicolas, no apartamento 201 da Rua DW, no Pontal, Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste da cidade. Ela teve pernas, braços e rosto queimados com um ferro de passar roupas, durante a noite desta sexta-feira. Ele escreveu seu primeiro nome, em letras garrafais, nas costas da vítima, com uma faca sob alta temperatura. A vítima ainda levou socos e pontapés em várias partes do corpo.
Foto: Fabio Gonçalves / Agência O Dia
Ex-marido agressor sorri durante apresentação na delegacia | Foto: Fabio Gonçalves / Agência O Dia
"Pensei que ia morrer. Fui marcada com um gado e tratada como um animal. Ele falou que eu ia ficar bem feia para não ficar com mais ninguém na minha vida. Falou que se eu o entregasse à polícia ele mataria meus outros dois filhos, de 7 e 5 anos, que são de outro relacionamento. Se ele for liberado, não sei o que será da minha vida. Tenho medo que ele volte e mate todo mundo", disse ela na 16ª DP (Barra da Tijuca), onde o caso de tortura, ameaça e tentativa de homicídio foi registrado. O agressor alegou que o motivo seria ciúmes. Segundo Paula, o casal estava separado há um ano.

Paula contou que Neliton pediu para o ver o filho. "Fazia dois meses que ele realmente não via o menino. Como ele disse que me daria R$ 150 para as despesas, fui até a casa dele levar o garoto. Ele me recebeu bem, mas quando passei da porta começou o inferno. Ele me trancou dentro do apartamento e me acusou de ter relações com amigos dele. Aí ele me disse que ia apenas me torturar, mas não iria matar para eu lembrar sempre dele", disse ela. Com um ferro de passar roupas, o agressor queimou o rosto e as coxas da mulher, que ficaram em carne viva.
Foto: Fabio Gonçalves / Agência O Dia
Marcas da agressão no corpo de Paula de Souza Nogueira Farias, de 22 anos | Foto: Fabio Gonçalves / Agência O Dia
Foto: Fabio Gonçalves / Agência O Dia
O suspeito negou ter queimado sua ex-esposa com ferro quente, mas confessou ter usado uma faca quente para fazer as letras do seu nome | Foto: Fabio Gonçalves / Agência O Dia
Os gritos da mulher não fizeram o ex-marido parar. Paula se contorceu em dores quando Neliton escreveu seu primerio nome nas costas dela. "Ele disse que para que toda a vez que eu estiver com outro homem, vou lembrar dele", disse. Ele usou uma faca sob alta temperatura para fazer as letras. Nos braços, ele desenhou as letras "enes". Após a sessão de torturas, o agressor levou a vítima até o ponto de ônibus. Ele pegou uma kombi e parou no Posto de Policiamento Comunitário (PPC) do Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes. Ela foi levada para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, onde foi medicada.

Ainda bastante abalada com as agressões, a vítima contou que prestou queixa por agressão contra Neliton duas vezes na Delegacia Especial de Atendimento a Mulher (Deam). Há nove meses, ele encostou uma colher quente em seu rosto. "Ele sempre foi agressivo, mas jamais imaginei que pudesse chegar a esse ponto. Nunca pensei que isso poderia acontecer. Infelizmente meu filhinho assistiu tudo muito espantado. Espero que não fique traumatizado", disse. O caso foi registrado na 16ª DP (Barra).
Fonte: odia.terra.com.br

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Seminário de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher


O Tribunal de Justiça do Estado do Pará estará realizando nos dias 29 e 30 de setembro no Hangar o "Seminário de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher".

A inscrições para o seminário são gratuitas e podem ser feitas através do site do TJ ou clicando aqui.

A programação está muito boa, vale a pena passar por lá! Só lembrando que as vagas são limitadas, então quem tiver interesse é bom efetivar inscrição já.

Para acessar a programação clique aqui.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Violência gratuita à moradora de rua por seguranças da Prefeitura de Belém

Denunciado no facebook pela companheira Josie Mota, militante da área da saúde e da MMM, episódio de violência gratuita contra uma moradora de rua de Belém, em plena luz do dia no Ver-o-Peso, na tarde da última terça feira (06/09).

Quem agrediu a mulher foram dois seguranças da Prefeitura Municipal de Belém, exatamente a instância executiva de governo responsável por CUIDAR dos moradores de rua. Diga-se de passagem, a PMB recebe recursos federais para isso.

Assusta a covardia de dois marmanjos chutando uma mulher portadora de sofrimento mental caída no chão. Assusta também a conivência da maioria dos presentes. Veja a repercussão do vídeo no G1, exibido no Jornal Hoje da Globo (08/09). A filmagem foi feita por Gibson.

Retificando, às 13h de 09/09: acabamos de ter a informação de que os seguranças são privados, contratados pelos feirantes. O que não tira a responsabilidade do Município quanto ao cuidado com a população de rua.

Sábado tem formação feminista.

Dando continuidade à Formação Continuada da MMM-PA ...


... Dia 10 (sábado), das 9h às 12h. 3º Sábado de Formação Feminista da MMM. No Sindicato dos Bancários (Rua 28 de setembro, 1210). Tema: A mercantilização do corpo e vida das mulheres.


Veja o calendário completo e como participar aqui.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Brechó: obrigada pelas doações e outras coisinhas!

O Brechó foi um sucesso! Arrecadamos uma graninha que será muito útil para manter nossas atividades, como a formação, batucada, plenária etc.

Queremos agradecer ao Sindicato dos Bancários, por mais uma vez, nos ceder espaço físico para realização do Brechó da MMM.

As/aos companheiras/os abaixo, nosso muito obrigada pelas doações para o brechó da Marcha:
Maura (Dabel), Célia (Daico), Érica Fabíola, Fábio Gian, Katia Nascimento, Keila Negrão, Angelo (Papão, rsrsr), Izabela Negrão, Gabriela (Cesupa), Lorena (Unama), Rafaela Moura, Romana Melo, Vera Paoloni, Marcicléia, Cris Leão, Tatiana Oliveira, Lorena Abraão, Soraya Almeida, Socorro Leite, Ticiane Rodrigues, Allan Tomaz, Érica Morhy, Gisele Dantas, Salete Gomes, Gecina e Beatriz (Ecosol).

As militantes que ajudaram a limpar as doações, colocar os preços e arrumar tudinho: Maura, Célia, Luiza, Tati, Mira, Drica, Jéssica, Bianca, Raiza.

A nossa grande vendedora (e consumidora! rsrssr) Lorena Abrãao e suas ajudantes Maura, Tati e Jéssica.

Obrigada também a todas/os que foram comprar e contribuíram pra auto-sustentação financeira da Marcha Mundial das Mulheres - Pará.


PS. Se esquecemos alguém, desculpe e obrigada mesmo assim! Diga o nome que a gente inclui na postagem, tá?

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Mulheres Perfeitas


Título original: (The Stepford Wives)
Lançamento: 2004 (EUA)
Direção: Frank Oz
Atores: Nicole Kidman, Bette Midler, Matthew Broderick, Christopher Walken.
Duração: 115 min
Gênero: Comédia

Sinopse
Joanna (Nicole Kidman) é uma executiva bem-sucedida que, após o fracasso de um reality show idealizado por ela, é demitida e sofre um colapso nervoso. Para descansar seu marido (Matthew Broderick) a leva para uma cidade do interior, Stepford, localizada no subúrbio de Connecticut, juntamente com seus dois filhos. Lá ela faz amizade com Bobbie (Bette Midler) e começa a notar uma estranha coincidência: todas as esposas do local obedecem com grande dedicação aos seus maridos, parecendo felizes com a situação. Joanna começa a investigar o caso e descobre a existência de um plano que evita os problemas familiares.

Fonte: adorocinema.com

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Novidades do Brechó!

Gente,

Duas ótimas notícias do Brechó da MMM (amanhã e sexta).

Teremos camisas nacionais da Marcha Mundial das Mulheres nos tamanhos P, M, G, GG e XGG, a partir de R$ 13,00. Além de blusas estaduais da MMM por R$ 8,00.



Aceitaremos cartões!!! 
Visa e Visa Electron, Mastercard e Mastercard Maestro, Diners e Ticket Alimentação (Accor).