quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Dia Internacional de Luta Contra a Violência à Mulher


Atividades:

25/11/11, às 11h, no prédio do Vadião na UFPA.
27/11/11, às 8h30, em frente ao Teatro da Paz na Praça da República.

Distribuiremos laços brancos e falaremos NÃO a todas as formas de violência contra a mulher. Participe!!!



*Por Lorena Abrahão

25 de novembro é a data que há 30 anos marca a luta contra a violência sofrida por mulheres. Inicialmente chamado como Dia Latino americano e caribenho de LUTA CONTRA A VIOLÊNCIA À MULHER quando surgiu no I Encontro Feminista Latino-americano e do Caribe, em 1981. Essa data foi escolhida para homenagear as irmãs Mirabal (Minerva, Pátria e Maria), da República Dominicana, que foram estupidamente torturadas e assassinadas durante a ditadura Trujillo (1960).

A Marcha Mundial das Mulheres no Pará terá atividade em parceria com professoras e alunas dos Institutos Jurídicos e de Saúde da Universidade Federal do Pará. Ocorrerá a distribuição de laços brancos, símbolo do cuidado e paz para mulheres vítimas de violência para marcar o 25 de novembro.

O cerne deste cárcere que é este tipo de violência está no machismo sustentado por uma sociedade capitalista, conservadora e patriarcal que prima pelo controle da vida, dos corpos e da sexualidade da mulher; e ao mesmo tempo, reafirma a suposta essência de subordinação das mulheres. Muitos desses crimes são romantizados pela mídia e a sociedade reconstrói com seu senso-comum, a idéia cruel de responsabilizar as mulheres pelos crimes que na verdade foram as vítimas.

Há um dado relevante na pesquisa realizada pela Subsecretaria de Pesquisa e Opinião Pública do Senado Federal (2005) com os dados do Disque-denúncia (nº 180): entre as mulheres agredidas, 71% foram vítimas mais de uma vez e 50% quatro vezes ou mais, o responsável por essa agressão em 65% dos casos é o marido ou companheiro. Aqui merece o destaque para o quanto a autonomia financeira das mulheres influencia na sua decisão de dizer um “BASTA” à violência física e psicológica.

Especificamente, no Pará, as políticas públicas em combate a estas agressões ainda são muito tímidas e pouco eficazes. Apesar das delegacias das mulheres, a violência contra a mulher, no geral, ainda não é tratada com um recorte de gênero. Enquanto o machismo não for visto e tratado como opressor e violento, não teremos uma sociedade em que todas as mulheres possam ter direito sobre seus corpos e suas vidas.

A violência contra as mulheres é realidade na vida de milhões de brasileiras e é uma violência sexista, a qual precisa da alteração de padrões e comportamentos que permitam uma sociedade igualitária em que mulheres e homens gozem dos mesmos direitos e oportunidades.

A Marcha Mundial das Mulheres repudia todas as formas de opressão e violência. Continuaremos a seguir em marcha até que todas sejamos livres!


*Lorena Abrahão é militante da MMM desde 2008, graduanda em Letras pela UFPA e é colaboradora do movimento sindical das trabalhadoras e trabalhadores bancários do Pará.

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