quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Machismo em propaganda eleitoral - Eleições 2010.

          Como se já não bastasse o machismo “oculto” nos processos eleitorais brasileiro. Recentemente o candidato a governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), manifestou publicamente em seu programa de rádio preconceito à classe trabalhadora doméstica do estado. Atitude em prol de atingir a imagem da candidata a reeleição Ana Júlia Carepa (PT), o programa eleitoral segue na integra no final da matéria.
A presidenta da Federação dos Trabalhadores Domésticos, Creuza Oliveira, veio a público se manifestar: “Eu considero que isso é um grande desrespeito. As trabalhadoras domésticas no Brasil são 8 milhões. São votantes que elegem presidente, deputados, senadores, governadores, todas essas categorias de políticos que tão aí, para defender direitos do cidadão e da cidadã. Então não pode haver nenhum candidato discriminando essa categoria. Ao contrário, ele teria é que apresentar um programa de governo para a categoria”.

Segundo a Pesquisa Nacional por amostra de Domicílios – PNAD(2009), entre os sete milhões e meio de habitantes do PA, 220 mil são trabalhadoras domésticas, essas representam 8% das pessoas ocupadas e remuneradas no estado. Não sabemos como um candidato a governador pretende construir uma visão de mundo, de vida e de política desconhecendo o lugar das atividades e do trabalho atribuído às mulheres na sustentação da vida.
 Além do candidato não promover o debate de políticas públicas  de inserção das mulheres no mercado para alterar a tradicional divisão sexual do trabalho. O candidato ainda desqualifica a capacidade da mulher de ser um sujeito político protagonista no governo do estado, como ainda inunda de preconceito e descriminalização  de gênero um debate que deveria ser político. Promovendo o Estado como sujeito impulsionador da dinâmica que mudará o paradigma entre as relações de trabalho entre homens e mulheres, a exemplo da implementação das creches como  política pública para a família que, significantemente, contribui para a autonomia da mulher.
Dessa forma fica o repúdio da Marcha Mundial das Mulheres ao candidato Simão Jatene por atitude machista em sua propaganda eleitoreira. Fica a solidariedade a todas as trabalhadoras domésticas do Brasil e fica a reflexão do quanto nós, feministas, ainda temos que incentivar a organização de mulheres em movimentos sociais para disputar a própria concepção do modelo político e econômico para a alteração desses paradigmas.

http://www.youtube.com/watch?v=78I4isg6OYU&feature=player_embedded

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