domingo, 8 de maio de 2011

A prerrogativa padrão. Feliz dia das Mães.

*Por Caroline Bernardo

Quando as crianças nascem são iguais, sem padrões educativos e sociais. Logo que nascemos a sociedade define claramente o que é o padrão de uma criança fêmea e de uma criança macho: as meninas são educadas brincando de boneca e fogão e os meninos de bola e caminhão. Assim, como desde bebês somos educados com formas diferentes de nos vestir e de nos comportar, do que é coisa de mulher e do que é coisa para homem, todas as meninas ou meninos que fazem coisas que são para o sexo oposto fazer são tidos como homossexuais femininos e masculinos.

Então, fica pré-estabelecido o papel da mulher na sociedade e a idéia de que a maternidade é obrigatória, de que a mesma só será plenamente feliz em sua vida depois de ser mãe. O papel da mulher ficará em torno do cuidado da casa e da família, de ser mãe, e ela deve se sentir feliz e realizada dentro de casa. Enquanto o homem é educado para atividades exteriores, de disputa, de hierarquia; assim, o mesmo é considerado como o provedor, o cabeça/chefe da família, sendo ele responsável pelo sustento do lar, deve se realizar fora de casa em espaços públicos.

É necessário se perguntar por que é tão comum achar que o papel da mulher é ser mãe e dona de casa? O mais absurdo é a explicação criada entorno disso, nos fazem crer - a nos mulheres e a sociedade como um todo - que isto é um padrão biológico do que é ser homem e do que é ser mulher, que somos aptos a desenvolver algumas tarefas divididas pelo sexo. Quando na realidade somos o que somos, pois recebemos educação para tais comportamentos que são diferentes de acordo, por exemplo, com o tempo histórico, a cultura do país etc. Entender e disseminar que os papeis são exercidos de acordo com as relações de gênero são um processo feito pela construção histórica é estratégico para por fim ao debate baseado na biologia.

Ser mulher/mãe como dever social obrigatório pelo padrão também obrigatório da heterossexualidade é dever de todas, assim como, o trabalho domestico: cozinhar, passar, limpar a casa, cuidar dos filhos etc. Esses afazeres doméstico quase que 100% das vezes feito pela mulher é um trabalho desvalorizado, pois não é pago e também não recebe o prestigio social necessário. No entanto, sem a mulher para cuidar desses trabalhos enquanto que o homem-pai descansa para ir trabalhar remuneradamente, seria assim importante, porque o mesmo seria inexistente e ou outra mulher seria contratada para essa função enquanto emprega doméstica, ou o mesmo teria de fazer este trabalho doméstico.

Para brindar todos esses diálogos complexos na relação do papel da mulher na sociedade enquanto mãe foi criado o Dia das Mães! Dia em comemoração as mulheres cumprirem seu destino único de ser mãe e movimentar o mercado, estima-se que o Dia das Mães é a segunda data comemorativa do ano que mais movimenta o mercado financeiro. Criado pelo sentimento de lucro exacerbado, que na pratica é o capitalismo, o Dia das Mães tem uma de suas origens em 1905 com a idéia em fortalecer os laços familiares e o respeito pelos pais, e ele não surgiu para ter lucro.

O mais legal de tudo isso são os principais presentes que as Mães recebem neste dia, utensílios domésticos disparam nas compras dos filhos e filhas, então no dia das Mães elas recebem panela, geladeira, liquidificador, microondas. Tradução: presentes que tem a utilidade de reafirmar o papel da mulher na sociedade o de Dona de Casa. Feliz dia das Mães.

*Caroline Bernardo, estudante de Direito da UFPA, Diretora de Mulheres pelo campo de OPOSIÇÃO do DCE- Ufpa.http://carolinebernardo.blogspot.com/

Um comentário:

Magno disse...

Se a mulher quer ser mãe ela tem que ser mãe, se ela so quer ser mulher com seus objettivos finaceiros, e outras coisas mais, não seja mãe.
Mãe cuida, da carinho, atenção, e educação para os filhos. Se a mulher de hoje não quer fazer isso pelo seu filho, use camisinha.