Por Lorena Abrahão*

Desconstruir também o mito que se dá por um incêndio em uma fábrica nos EUA, onde morreram mais de 100 mulheres queimadas. Não há documento histórico nenhum, nem mesmo que comprove que houve este incêndio, e pelo calendário ele ainda teria sido em um domingo, pouco provável, mas mesmo que tenha ocorrido, nada tem a ver com a origem do Dia Internacional da Mulher.
Pela História e estudos sobre o movimento de mulheres
socialistas, chegamos nos meados do século XX. Em diversos países já existiam
movimento de mulheres em busca de conquistas básicas como direito ao divórcio,
estudar e votar. Se compreendia que o voto era o primeiro passo para as outras
conquistas.
No próprio movimento socialista ocorriam contradições e
embates a cerca do reconhecimento da igualdade entre os sexos (parece bem atual
não?!). As mulheres russas lutavam também por direito ao voto; pelo acesso ao
trabalho e espaço público; além de pelo reconhecimento como portadoras de bens
e direitos.
Então o movimento sufragista “unificou” internacionalmente o
movimento de mulheres. Não significa que tenha tornado todos os movimentos em
um só, mas que em torno de um denominador comum, uniu as mulheres em torno desta
bandeira.
Em 1910, em Copenhagen, ocorre a 2ª Conferência de Mulheres
Socialistas. Onde foi aprovada a proposta de um Dia Internacional de luta pela
libertação das mulheres. Este é o marco do 8 de março, data que era considerado o
Dia das Mulheres Trabalhadoras na Rússia.
No 8 de março de 1917, as russas saíram nas ruas de
Petrogrado na luta de conquistas trabalhistas. Para Alexandra Kollontai “as
mulheres russas ergueram a tocha da revolução proletária e incendiaram todo o
mundo”. Daí então, propagou-se pelo mundo as atividades em torno da data.
E essa é a real origem deste dia, que é um dia de luta pela
liberdade das mulheres.
Desconstruir mitos, reafirmar o significado é reforçar o fato
das mulheres serem e poder serem protagonistas de sua própria História.
Seguiremos em Marcha, até que todas sejamos livres!
*Lorena Abrahão é feminista, formada em Letras, assessora sindical e
militante da Marcha Mundial das Mulheres.
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