quarta-feira, 27 de abril de 2011

27 de Abril, Dia Nacional da Trabalhadora Doméstica

Escrito por: Laisa Galdina - CUT/SE, com edição do Blog

Hoje é comemorado o Dia Nacional da Trabalhadora Doméstica. Esta é uma categoria profissional de relevância para o país, porém mais do que comemorar o dia, este é um momento de refletir e discutir a situação dessas profissionais que enfrentam diversos problemas no dia-dia. O Brasil possui, aproximadamente, 8 milhões de trabalhadoras domésticas, o que representa 7,8% da População Economicamente Ativa. E, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada no final de 2010, do conjunto de mulheres empregadas no Brasil, 17% são trabalhadoras domésticas, em sua maioria negras.

Para a trabalhadora doméstica Djalma Santos Correia, a situação é complicada. Com três filhos, de 12, seis e um ano, respectivamente, e recém separada do marido, Djalma enfrenta o dia-a-dia com esforço. “Eu tenho 28 anos, sabe? Eu olho para minha vida e não sei mais o que vai ser dela. Fico muito triste, porque eu queria ter tempo e forças para sair com meus filhos no final de semana, levar eles no shopping, na praia. O que eu ganho mal dá pra alimentar nós quatro. E no final de semana eu tenho que colocar a minha casa e as coisas dos meus filhos em ordem. Lavo, passo roupa, cozinho, limpo a casa, cuido deles e da minha mãe, que está operada. É tanta coisa que não sobra tempo pra eu cuidar de mim”, desabafa.

Apesar do reconhecimento oficial como ocupação e dos direitos assegurados em lei, o trabalho doméstico tem uma regulamentação ainda frágil e suas características se afastam da noção de trabalho decente: um trabalho adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade, equidade e segurança e que assegure uma vida digna aos trabalhadores, trabalhadoras e suas famílias. No Brasil, o trabalho doméstico é a ocupação que agrega o maior número de mulheres, segundo os últimos dados disponibilizados pela PNAD do IBGE são mais de 7 milhões de mulheres empregadas domésticas. Do número total de mulheres negras trabalhadoras, 20,1% são domésticas. Já para o conjunto formado por mulheres brancas, amarelas e indígenas, o trabalho doméstico corresponde a cerca de 12% do total da sua ocupação.

“É muito difícil fazer uma mobilização das trabalhadoras domésticas. Por isso nós trabalhamos com a lógica de esperar que elas nos procurem, a partir da Casa da Doméstica”, afirma Sueli Maria de Fátima, presidenta do Sindicato das Empregadas Domésticas do Estado de Sergipe (SEDES).

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