terça-feira, 6 de abril de 2010

Lançada a campanha “Camisinha, um direito seu”

Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Saúde e Secretaria de Políticas para as Mulheres lançaram dia 31/03 a campanha para incentivar beneficiárias do programa a se protegerem do HIV/aids

Diante do crescimento da incidência de aids entre as mulheres nos últimos anos, o governo federal, numa ação interministerial inédita, decidiu incorporar a luta contra a doença às ações do principal programa social brasileiro. A partir de agora, serão realizadas ações de prevenção das DST HIV Aids nos centros de assistência do Ministério do Desenvolvimento Social e do Combate à Fome (MDS), que atendem aos beneficiários do Bolsa Família. Estes serviços também vão disponibilizar preservativos.

Para levar a iniciativa ao conhecimento das mulheres e dos gestores do programa, foi concebida a campanha “Camisinha, um direito seu”, que tem duas beneficiárias do Bolsa Família como garotas-propaganda dos materiais impressos. Constam da campanha folders, cartazes, faixas, porta-preservativos, manuais explicativos para as mulheres sobre a importância do uso da camisinha e materiais que ensinam aos gestores como participar desta ação. Além disso, serão veiculados spots nas rádios do país, com mensagem às mulheres gravada pela atriz e cantora Zezé Motta.

O Ministério da Saúde, a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e o MDS são parceiros na campanha, que prevê a distribuição de 1 milhão de camisinhas em Centros de Referência em Assistência Social, localizados nas capitais brasileiras. Nestes locais são atendidas 1,2 milhão de mulheres em situação de pobreza ou extrema pobreza.

O objetivo é facilitar o acesso ao preservativo às mulheres de baixa renda, orientá-las sobre como discutir com o parceiro a questão do uso da camisinha e incentivá-las a fazerem o teste de HIV. A campanha “Camisinha, um direito seu” tem como finalidade servir de ação mobilizadora para uma ação continuada de prevenção do HIV/aids voltada para as beneficiárias do Bolsa Família.

Participaram da cerimônia de lançamento a ministra Nilcéa Freire, da SPM, a secretária executiva do MDS, Arlete Sampaio e a secretária adjunta de Vigilância em Saúde, Sônia Brito.

Feminização - A ação é parte do Plano Nacional de Enfrentamento de Feminização da Epidemia de Aids e outras Doenças Sexualmente Transmissíveis, criado devido ao aumento da epidemia entre as mulheres.

Segundo o Boletim Epidemiológico de 2009, em 1986, a razão entre os sexos era de 15 casos de aids em homens para cada caso em mulheres, e a partir de 2002, a razão estabilizou-se em 15 casos em homens para cada 10 em mulheres. Na faixa etária de 13 a 19 anos, o número de casos de aids é maior entre as jovens do que entre os rapazes. A inversão apresenta-se desde 1998, com oito casos em meninos para cada 10 casos em meninas.

Entre 2000 e junho de 2009, foram registrados no Brasil 3.713 casos de aids em meninas de 13 a 19 anos (60% do total), contra 2.448 meninos. Na faixa etária seguinte (20 a 24 anos), há 13.083 (50%) casos entre elas e 13.252 entre eles. No grupo com 25 anos e mais, há uma clara inversão – 174.070 (60%) do total (280.557) de casos ocorrem entre os homens.

A Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira, lançada pelo Ministério da Saúde em 2009, também ajuda a explicar a vulnerabilidade das jovens à infecção pelo HIV. De acordo com o estudo, 64,8% das entrevistadas entre 15 e 24 anos eram sexualmente ativas (haviam tido relações sexuais nos 12 meses anteriores à pesquisa). Dessas apenas 33,6% usaram preservativos em todas as relações casuais.

Entre os homens, 69,7% dos entrevistados eram sexualmente ativos. Mas eles usam mais a camisinha: 57,4% afirmaram ter usado em todas as relações com parceiros ou parceiras casuais.

Em 2007, a taxa de incidência de aids em mulheres acima de 50 anos praticamente dobrou em relação da 1997, passando de 5,2 casos por 100 mil habitantes para 9,9 casos. Nos homens, passou de 12 casos por 100 mil habitantes para 18, no mesmo período.

Atendimento ao cidadão

0800 61 1997 e (61) 3315 2425

Fonte: SPM

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